Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Deixemo-nos de desculpas e ouçamos a nossa Rosa
Domingo, 05.08.12
O que falta a esta nova geração, Rosa?
“Não é qualquer um que consegue ser campeão! Tem de existir uma coisa fora dos apoios todos, que é o querer, o treinar e o vencer. Era isso que nós tínhamos e conseguimos.”
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4 comentários
De Teresa a 06.08.2012 às 11:02
Eh pá, vamos a acalmar... foi uma má campanha.
Já houve várias assim e haverá outras mais... muitas mais.
Terá de se tirar a necessidade das realizações pessoais e comunitárias dos ombros dos atletas.
Antes via-se com "Vamos lá ver o que isto vai dar" hoje vê-se já a salivar a fazer contas ao que eles ganham ao que deveriam ganhar à vergonha nacional que vai ser.
Não há atleta que aguente - não com uma mentalidade latina - tamanha pressão.
Até nas famílias se vê isso. Porque acham que ganhas mais a tua casa tem de ser mais impecável, os pitos mais bem educados e os melhores na escola. Como se em vez de pessoas de sucesso fossem robots com parafusos de ouro pagos por eles. Se te acontece um azar pensam logo "Eh pá ele tem dinheiro para se curar, coitado de mim se me acontecesse o mesmo e tivesse de andar pelos hospitais..."
A mim também me deixa triste. Sempre. Mas bolas, esta caça às bruxas chateia e demite valores de avançarem e tentarem e aí está a grande perda. (gostei de ouvir uma judoca quando chegou ao aeroporto e estava o jornalista a salivar porque ia perder o estatuto de atleta de alta competição e o subsídio que vem com ele [porque não nos iludamos, esta gente animou-se mais com isso do que com qualquer outra lição que se possa tirar do gesto] a dizer que sim os projectos olimpicos são feitos para cada objectivo e deste ela ficou fora se para o próximo conseguir entrar volta a entrar. Com a naturalidade que só lhe era enganada pela voz chorosa de quem sabia que estava na objectiva de todos)
Como eu perguntei ao Pedro: "Se Usain Bolt pe(n)sasse com o derrotismo portuguesinho, o que seria dele e de tantos atletas Jamaicanos?"
Já houve várias assim e haverá outras mais... muitas mais.
Terá de se tirar a necessidade das realizações pessoais e comunitárias dos ombros dos atletas.
Antes via-se com "Vamos lá ver o que isto vai dar" hoje vê-se já a salivar a fazer contas ao que eles ganham ao que deveriam ganhar à vergonha nacional que vai ser.
Não há atleta que aguente - não com uma mentalidade latina - tamanha pressão.
Até nas famílias se vê isso. Porque acham que ganhas mais a tua casa tem de ser mais impecável, os pitos mais bem educados e os melhores na escola. Como se em vez de pessoas de sucesso fossem robots com parafusos de ouro pagos por eles. Se te acontece um azar pensam logo "Eh pá ele tem dinheiro para se curar, coitado de mim se me acontecesse o mesmo e tivesse de andar pelos hospitais..."
A mim também me deixa triste. Sempre. Mas bolas, esta caça às bruxas chateia e demite valores de avançarem e tentarem e aí está a grande perda. (gostei de ouvir uma judoca quando chegou ao aeroporto e estava o jornalista a salivar porque ia perder o estatuto de atleta de alta competição e o subsídio que vem com ele [porque não nos iludamos, esta gente animou-se mais com isso do que com qualquer outra lição que se possa tirar do gesto] a dizer que sim os projectos olimpicos são feitos para cada objectivo e deste ela ficou fora se para o próximo conseguir entrar volta a entrar. Com a naturalidade que só lhe era enganada pela voz chorosa de quem sabia que estava na objectiva de todos)
Como eu perguntei ao Pedro: "Se Usain Bolt pe(n)sasse com o derrotismo portuguesinho, o que seria dele e de tantos atletas Jamaicanos?"
De bolaseletras a 06.08.2012 às 19:31
Concordo com praticamente todas as tuas ideias. Sempre disse que não tínhamos grandes candidatos, só queria que dessem tudo e que honrassem a camisola. O caldo entornou quando começaram as desculpas infantis e piorou com alguns atletas que me pareceram psicologicamente mal preparados para a pressão. Acho que a alguns atletas falta saber dar tudo, capacidade de sacrifício, verdadeiro querer. Como o tinham a Rosa Mota e o Carlos Lopes, este último a quem bastava dois copos de tinto antes de arrancar para as medalhas.
De Teresa a 06.08.2012 às 21:07
Sim, com a qualidade intelectual veio uma infantilidade de discurso. A isso junta-se a pressão de se saberem na mira atiradora de todos.
A Rosa Mota - sei! - não foi nem de perto nem de longe a atleta (imagem) que se deu para fora. Houve grandes momentos de aflição e ralação por atitudes dela, e do treinador, que era de bradar aos Céus. Mas havia uma protecção que nesta Campanha os Atletas não tiveram e não sentiram. E a Rosa teve e sentiu sempre... havia de proteger e eternizar a lenda.
O Mamede já não teve tanta estrelinha e estes que foram estes JO não tiveram mesmo nada, desde o primeiro minuto. É pena...
Respondendo à Rosa Mota devo dizer que não acredito que a estes atletas tenha faltado o que ela diz que faz falta - querer, treinar e vontade de vencer - mas exactamente falta de apoio. E mão firme. Ela teve numa primeira fase de alguém que muitos no Atletismo ressentiam (de morte) - o Treinador (aliás quando a Rosa não queria ou não podia era ele que avançava para os "cornos do touro") e depois toda uma Nação.
A Rosa Mota - sei! - não foi nem de perto nem de longe a atleta (imagem) que se deu para fora. Houve grandes momentos de aflição e ralação por atitudes dela, e do treinador, que era de bradar aos Céus. Mas havia uma protecção que nesta Campanha os Atletas não tiveram e não sentiram. E a Rosa teve e sentiu sempre... havia de proteger e eternizar a lenda.
O Mamede já não teve tanta estrelinha e estes que foram estes JO não tiveram mesmo nada, desde o primeiro minuto. É pena...
Respondendo à Rosa Mota devo dizer que não acredito que a estes atletas tenha faltado o que ela diz que faz falta - querer, treinar e vontade de vencer - mas exactamente falta de apoio. E mão firme. Ela teve numa primeira fase de alguém que muitos no Atletismo ressentiam (de morte) - o Treinador (aliás quando a Rosa não queria ou não podia era ele que avançava para os "cornos do touro") e depois toda uma Nação.
De bolaseletras a 07.08.2012 às 18:01
É verdade, lembro-me bem da cara metade que era o treinador da Rosinha. Mas, ainda assim, acho que um bocadinho da vontade de vencer dela daria muito jeito aos rapazes e raparigas que andam por Londres...