Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
O segundo 7-1 mais importante da história do futebol
Outra inimitável beleza do futebol é a sua imprevisibilidade, é saber que se há dois dias perguntássemos aos inúmeros génios da análise táctico-técnico-futebolística qual seria o resultado da meia-final de ontem ninguém se aproximaria do resultado final. Após o jogo, aí não havia cabecinha pensadora que não tivesse explicação para o ocorrido, quem não desse até a entender que a debacle da turma canarinha seria até expectável. Que o Brasil não treinava, que Felipão tinha apostado tudo na emoção em detrimento da táctica, que os dois médios mais o menino Bernard contra o melhor trio de centrocampistas do mundo era suicídio colectivo, que David Luiz errara muito, que Marcelo errara mais ainda, não havia pinguim que não esticasse o pescoço para botar faladura. Não adianta, minha gente. O Brasil perdeu porque tinha todo o peso de uma nação nas costas e, além dos seus dois líderes fora do jogo, tinha pela frente uma equipa que só joga o que quer e o que precisa, quando quer e ao ritmo que quer e que quando o quer é simplesmente avassaladora. Depois do primeiro golo, bastava olhar para a expressão dos jogadores brasileiros para perceber que o medo lhes toldaria os movimentos e o pensamento nos próximos minutos.
Sim, a preparação técnica e táctica das equipas de Felipão deixa muito a desejar (há o Mundial de 2002, sim, mas há também duas derrotas com a Grécia no ano em que com a melhor selecção de sempre Portugal perdeu o Europeu, há uma curta e patética estadia do sargentão no Chelsea, há um regresso peripatético ao Palmeiras também marcado pelo insucesso). Por outro lado, parece que toda a gente se esquece e ninguém quer lembrar que a Espanha foi campeã do mundo e da europa assente numa equipa toda ela burilada por Pepe Guardiola. Agora é a Alemanha que dá cartas suportada em mais de meia equipa do Bayern de Munique. Espera lá…quem é que treina atualmente a equipa bávara? Às vezes é tudo tão simples de explicar que até dá vontade de não o fazer, não é senhores especialistas e génios do comentário da bola?