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O Sting é que a sabia toda

Quarta-feira, 19.07.17

 

ciganos.jpg

 

Sobre a polémica dos ciganos que vivem numa sociedade paralela integrados na nossa sociedade e sobre os homossexuais pouco Gentilmente destratados por um senhor com a idade de quem já deu a volta ao relógio e se instalou na confortável poltrona da idade da inocência tenho uma data de inócuas considerações a tecer. Tenho amigos homossexuais e nunca convidei ciganos para entrar lá em casa, mormente tenha jogado ao berlinde com alguns, levado uns cascudos de outro e conseguido escapar ao sangue violento de um vendedor colérico na feira do Relógio. Tenho isto a dizer que nada diz porque não me apetece defender teorias, tomar partido, insultar ideologias. Por mim, farto de gente que bate no peito e se arvora em dona incontestável da sua razão, todas as opiniões serão válidas se permitirem que todos nós consigamos viver com amigos do outro lado da barricada, mesmo que discordando até à medula disto ou daquilo, mesmo que não troquemos alianças ou visitas lá a casa. Quanto aos cascudos e à violência já não sou tão complacente como era em miúdo assustadiço e pouco dado a actos heroicos: olho por olho dente por dente, que isso de dar a outra face é nos filmes por altura do Natal. São monstros, os ciganos? Creio que não, mas regressando à infância com os olhos de hoje diria que são pouco mais que miúdos assustadiços que percebem que quem os olha de fora tem ainda mais medo que eles. Esta profunda reflexão atingiu-me as meninges após a distraída leitura de um comentário perdido por entre mais uma polémica facebookiana, pelo que tenho a acrescentar que isto é muito mais do que me apetecia falar sobre o assunto. Esperem, antes de colar aqui com cuspo o tal comentário perdido, apetece-me deixar apenas mais uma achega – tudo isto me faz lembrar um verso inesquecível de uma canção do Sting: “I hope the russians love their children too”.

 

“Chamava-se David Marcelino e era "o" cigano do 1ºA, minha turma do Camões do Areeiro. "Dunas" nunca tive mas palmou-me o estojo de dois andares que me tinham dado os meus pais como presente combinado de natal e anos. Aquilo era uma coisa linda. Cabrão. Também me deu algumas coisas: lembro-me particularmente de um olho negro, resultado de mo ter afagado com o pé, num gesto que só conhecíamos dos filmes do Bruce "Lim". Tudo por causa de uma super-gorila de morango, ácidas que eu sei lá mas as minhas preferidas e, pelos vistos, do David também. Depois, um dia de manhã, chegou à escola a chorar (lá dos problemas que tinha em casa mas que nunca partilhava) e ficou igual a nós, os que choravam. Nós com medo dele, ele com medo do pai. Recolhidas as lágrimas, nem se distinguiam. Chegados ao 2ºA já éramos amigos. Não jogava um caralho à bola.”

 

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publicado por bolaseletras às 15:24


1 comentário

De Anónimo a 20.07.2017 às 14:36

Tanto tempo perdido, a falar e defender quem não merece, a água k bebe!

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