Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a felicidade
Relentless curiosity, Girl in Metro, Tokyo, por Ed van der Elsken
Tanta gente que se faz desinteressada por este mundo fora, tantos olhares tímidos que lançam a dúvida sobre as intenções. Milhares de silhuetas que se cruzam, se entreolham, mas que preferem a segurança da abandonada solidão a dar um pequeno passo para o conhecimento do outro. Um ligeiro sorriso, uma palavra, um ténue baixar da guarda. Nada. A solidão indesejada dos dias de hoje é fruto do medo do desconhecido, da infantil vergonha e, crescentemente, de regras sociais entranhadas e das condutas politicamente corretas que nos últimos tempos têm enxameado as relações entre homens e mulheres. O piropo educado e sorridente é hoje um crime atroz, um sorriso aberto é uma porta escancarada para um processo de assédio. Não sei quando é que decidimos que isto de sermos humanos e termos instintos era uma das causas dos males do mundo, não sei em que momento fizemos dos nossos corpos imitações mecânicas do que outrora foram seres de carne e osso enterrando de vez a mecânica dos corpos.