Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
O João, o Sílvio e o cúmulo da sinceridade ou de outra coisa qualquer que agora não estou a ver
No programa de de segunda-feira à noite da SIC Notícias (sim, estava a precisar de desligar o cérebro) o moderador, João Abreu, coloca a seguinte questão aos comentadores residentes: "Acreditam sinceramente na qualificação de Portugal para o Mundial da África do Sul"?
Resposta de Sílvio Cervan, excelsa figura do panorama político nacional, vice-presidente do Benfica e novel comentador da bola indígena (palco maior para personagens menores com maiores ambições):
"Ó João, eu vou mentir-lhe e dizer-lhe que sim".
Terá sido isto um assomo de um peculiar sentido de humor do Sílvio? Nã, parece-me que o bichinho que aqui anda é o vírus do politicamente correcto que chega ao cúmulo da verdade, para doer menos, ser dita em forma de mentirinha inocente e patetinha.
O João ficou estupefacto e sem reacção, eu fiquei incrédulo e o país terá ficado na mesma como a lesma, porque já pouco o surpreende, são pérolas atrás de pérolas que como que anestesiam a mais eriçada consciência crítica. O que seria se o pobre do João não tivesse pedido ao Sílvio sinceridade na resposta? Medo, muito medo.
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O animal moribundo ("the dying animal") de Philip Roth
Volto a Philip Roth porque para mim a sua escrita é incontornável. Mesmo nos Estados Unidos, país que geralmente louva e estima os seus ídolos literários, Roth não é dos escritores mais falados e afamados. Provavelmente porque quase nunca dá entrevistas e não tem o hábito de participar em talkshows.
Contudo, para se perceber a importância e qualidade de Roth, há uma conhecida história que é mais significativa do que qualquer prémio, Nobel ou não. Em Maio de 2006, o New York Time Books Review anunciou os resultados de uma carta que enviara a cerca de duas centenas dos mais proeminentes escritores, críticos literários e editores, na qual lhes pedia que identificassem "a melhor obra de ficção americana publicada nos últimos 25 anos". Daí resultou a escolha de 22 livros, 6 dos quais eram da autoria de Philip Roth. No ensaio que acompanhava esses resultados, o crítico A.O.Scott disse: "Se tivéssemos pedido que fosse indicado o melhor escritor dos últimos 25 anos, Roth teria vencido".
Em "animal moribundo" ressurge uma personagem que já protagonizara outros livros de Roth, David Kepesh, um eminente crítico cultural e conferencista de 70 anos, que nos permite entrar de novo no mundo semi autobiográfico de que Roth não abdica. Roth fala-nos da relação de Kepesh com uma voluptuosa imigrante cubana de 24 anos, Consuela Castillo, daí resultando uma análise crua do erotismo na terceira idade, da quase crueldade que é sentir desejo por alguém tão mais novo.
Um velho que redescobre o sexo na terceira idade, o poder de Eros que acompanha o ressuscitar de um corpo tão depressa quanto o devolve à inevitabilidade do seu fim. A passagem do tempo torna Kepesh naquilo em que todos nós nos tornaremos: um animal moribundo.
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O que faltou e falta à selecção portuguesa?
Ponto prévio: A análise mais esmiuçada que seguidamente é feita tem como base um único pressuposto. Actualmente a nossa selecção, apesar de ter o melhor jogador do mundo, tem um nível de qualidade média, abaixo das grandes selecções europeias como Espanha, Inglaterra, Itália e França. Daí as dificuldades serem naturais, mas para a maior parte dos escribas e do povo que ama a selecção esta situação é vista como um escândalo. Não é, é natural como as actuais limitações.Vejamos então, ponto por ponto:
O guarda-redes: Pensem em Casillas, Buffon, James, Van der Sar. Olhem agora para o simpático e esforçado Eduardo, o renegado Quim, o alto e desconhecido Daniel Fernandes. Hoje não precisámos de um bom guarda-redes, mas a falta de excelência nesse lugar específico já foi sentida e, acreditem, irá voltar a revelar-se.
Os laterais: Bosingwa é um excelente lateral a atacar e a estadia no Chelsea tem-lhe feito bem à consistência defensiva. A lateral esquerda é um deserto que obriga a adaptações que violam a lógica das coisas, certamente o Duda perguntar-se-á o que fará num lugar que não é o seu. Dá o seu melhor mas nunca chegará, manifestamente.
Os centrais: Inequivocamente a posição onde nos batemos de igual para igual com os melhores. Pepe, Ricardo Carvalho e Bruno Alves são 3 centrais de excelência, queira Deus e o Professor que não se confunda a boa vontade e qualidade do Pepe com uma opção constante para o lugar de trinco.
O meio campo: Tiago, Raúl Meireles e a adaptação Pepe. Não é, não pode ser o meio campo de uma selecção europeia dominadora, que vence habitualmente e com naturalidade, que tem um espírito ofensivo dinamizada por um meio campo concretizador. A dependência de Deco é reveladora da mediania deste meio campo.
Os extremos: Temos o melhor do mundo que sofre cada jogo que passa pela falta de Rooney, Tevez ou Berbatov. Por isso hoje andou por lá a fazer de ponta de lança, a perder-se no meio das torres suecas. Este "isolamento" de Ronaldo no marasmo de qualidade na frente de ataque da selecção está a desgastar Ronaldo na selecção, a desesperá-lo, arriscamo-nos a ter um melhor do Mundo em tudo o resto menos na selecção. Arranjem companhia para o miúdo, apetece gritar. Simão valia 10 a 20 golos no Benfica, no portuguesinho campeonato. Em Espanha é mais um, raramente marca, lá vai jogando bem como colegas como Aguero e Forlan ao lado. Na selecção sente a falta destes dois, como Ronaldo sente a falta dos Rooney e companhia, com a agravante que Simão não vale meio Ronaldo pelo que disfarça pior o deserto na grande área adversária.
O ponta de lança: A tragédia. Hugo Almeida não vingou no Porto e vagueia no Werder Bremen por entre a titularidade e o banco. Serve por vezes para o musculado futebol alemão, nunca poderá servir para uma grande selecção. O que lhe sobra em potência falta-lhe em killer instinct, qualidade essencial à sobrevivência de um ponta de lança. Nuno Gomes é finito, Edinho é um sinal do desespero, a esperança Orlando Sá é suplente do Renteria no Braga. Enfim, esta tragédia não é grega, é bem portuguesa e não tem fim à vista.
Duas perguntas restam:
1. Resultado final? O que está à vista e que só com muita sorte não descambará no não apuramento da selecção para o Mundial da África do Sul.
2. Como conseguiu então Scolari resultados bem melhores que os actuais? Porque durante algum tempo ainda foi tendo Figo, Rui Costa, Pauleta e Petit. Porque o grau de motivação que incutiu na selecção permitiu a superação em determinados momentos chave. Mas o balão foi-se esvaziando nos últimos tempos, foi crescendo o alerta de que a mediania actual estava a chegar.
Soluções?
Levar de volta o professor às selecções jovens para que o viveiro de grandes jogadores portugueses volte a dar frutos. Ah, e apelar ao patriotismo de Mourinho, único milagreiro capaz de converter as fraquezas desta selecção em forças.
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A confraria da lusitana selecção e o bigode do professor
Hoje é dia de mais um evento vínico-gastronómico olivalense. Esta reunião de paladares, luxúrias e opíparos desregramentos dietéticos contará com um eclético grupo de artistas, cada qual obrigado a levar uma ou duas garrafitas de um tinto de inegável qualidade.
Nenhum dos membros da confraria é frequentador dos tão na moda cursos de vinhos, nem se arvora a ser um connaisseur dos 1001 aromas do noce néctar. Gostamos de um bom vinho, de apreciar, opinar, de conhecer novos sabores e de nos deixarmos surpreender por aquela garrafa engelhada que afinal roça a genialidade gustativa. Eu irei levar um Quinta das Tecedeiras reserva 2005 e um Pellada 2003. Anseio por saber o que resto dos elementos da turminha do Cebolinha (sim, é um grupinho menina não entra) irá apresentar à confraria.
Quanto ao plano de festas no que à papinha respeita, o mesmo costuma ser recheado por muitos queijos, presunto e outras carnes frias das boas, carninha grelhada do irresistível lombo, camarão tigre grelhado, sobremesas variadas e, para terminar e lavar o palato, o já afamado sorbet de champanhe alimonado. A conversa e os assuntos abordados não terão, como de costume, limites: os males do país, bola, histórias passadas do imaginário olivalense, o sistema de avaliação da função pública, a parvoíce do casamento homossexual e o fim do mundo daí adveniente, gajas, as parolices dos mais destacados representantes da nação, enfim, teme-se o pior.
Mas hoje, por coincidência, a nossa selecção joga. Joga o tudo por tudo, joga a sua credibilidade actual e futura, joga provavelmente a última oportunidade de manter o balão de apoio à selecção com um mínimo de oxigénio e vitalidade, procurando fugir ao estado comatoso em que se encontra face às últimas miseráveis exibições e resultados. O Professor anda com azar e, sobretudo, teve o grande azar de suceder a esse grande artista da sedução das massas que soube colocar a nossa selecção no colo do nosso povo. Foi um bébé amado que agora está a passar as inevitáveis dores de crescimento.
Carlos Queirós tem vários estigmas do passado que se lhe colam à pele e que lhe perturbam a actual obra. Vejamos as lendas urbanas que não se descolam do nosso professor:
1. Bi-campeão mundial de júniores. "O homem é bom é com os miúdos, com equipas de gente graúda não se safa".
2. O 6-3 que o Sporting encaixou do Benfica. Aquelas substituições que conduziram ao descalabro na procura de inverter o resultado não saiem da memória de quem acompanha a coisa à séria. O Paulo Sousa a defesa esquerdo pode estragar a reputação de um qualquer Mourinho.
3. A carreira como treinador sénior de clubes e selecções. No Sporting, Real-Madrid, Metro Stars e Nagoya Grampus não deixou saudades ou obra que a memória não apague. Na selecção portuguesa, da África do Sul e dos Emiratos Árabes Unidos os feitos atingidos não deram lugar a encómios sem fim, não culminaram em estátuas à figura.
4. O bigode. O professor cortou a imagem de marca para dar lugar ao homem moderno. O povo desconfia.
5. O fascínio pelo mister. O professor é um intelectualóide, o povo gosta é de misters.
6. A frieza e a cientificidade. Depois do samba, da santinha, do Roberto Leal e do "difendi o minino" o professor sabe a pouco. A malta sente falta do folclore.
7. A carreira no Manchester. "O gajo safa-se bem é a adjunto"
Todos estes engulhos que acompanham Carlos Queirós notam-se também nas esperanças que a confraria deposita na nossa selecção. Receio mesmo que alguns elementos estejam de faca em riste à espera do descalabro, ansisos por exigir sangue. É uma idiossincrasia bem portuguesa esta, a de ansiar pela desgraça para assim destruir a reputação dos responsáveis. Deixem- se de merdas malta, nem que seja pelo José Miguel, o nosso primo Costa que anda lá fora a lutar pela vida (piada interna, sorry).
FORÇA PORTUGAL! ATÉ OS COMEMOS, CARAGO!
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O clube dos poetas anónimos - Sol solitário
Já passou uma boa meia dúzia de anos desde que comprei um livro de poesia muito particular na feira do livro de Lisboa. Foi numa das barraquinhas de alfarrabistas, enquanto folheava diversos volumes carcomidos e desinteressantes, que uma capa branca, seca e simples me chamou a atenção. O título na capa anunciava em pequenas letras pretas e pouco chamativas: "Clube dos poetas anónimos".
A única informação sobre a edição apenas revelava que estávamos em presença de uma edição de autor, sendo que foi através da dedicatória que antecedia a torrente de poemas que pude perceber do que se tratava: "Aos meus queridos alunos que tanto amam a poesia como eu, que formaram o clube dos poetas anónimos e que fizeram este livro".
Inequivocamente percebi que o que estava em causa era uma réplica da ideia do filme de 1989, "O Clube dos poetas mortos", que terá inspirado estes e muitos jovens (e professores, pelos vistos). Mais que isto não sei. Não sei se os poetas são jovens adolescentes, universitários, ou sequer se isto é conversa e se o poeta é um professor alucinado. Alguns dos poemas levam-me a crer que os autores são de facto jovens, pelos temas tratados, pela forma de os expor. Outros poemas são negros e fazem-me temer que possam ter tido origem em mentes e almas jovens. Vou postando alguns, aqui vai o primeiro. Apreciem se gostarem de poesia e do estilo (vou dar-lhes mais cor com umas fotografias, é cá uma mania minha, nada a fazer).
como gotas de chuva.
As filhas das nuvens
surgem de um fenómeno natural
e elas, as outras,
derivam do nosso subconsciente,
do id tresloucado.
As que não vivem
mas refrescam e purificam
maturam-se nas nuvens do céu,
as que vivem e fazem viver
nas nebulosas do nosso coração.
Num repente, sem aviso prévio,
caiem em nós refrescando-nos
deslizando suave e sensualmente na nossa pele
infiltrando-se cumplicemente nos nossos poros,
despertando-os exacerbadamente
para as emoções dos sentidos.
Exaustas,
repetem na despedida
a espontaneidade da sua aparição.
Caiem, evaporam-se
deixam de nos incomodar.
Passou a chuva
foi-se a bruma enganadora.
O sol brilha na luz da nossa clarividência
pois escapámos da tempestade.
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Pequeníssimas diferenças geográficas (ou a ténue fronteira entre a realidade e a anedota)
Esta história que muitos juram ser real e outros limitam ao riquíssimo anedotário vínico, é uma delícia. Certamente muitos já a conhecerão, eu confesso que só a recebi há alguns dias (obrigado Diogo). Se for uma história real - o que muito duvido - mostra-nos duas personagens inspiradíssimas e, sobretudo, dois finíssimos amantes da arte do vinho. Se estivermos em presença de uma anedota, temos aqui todo o esplendor da arte do humor, um jogo de elegância embrulhado numa irresistível e refinada brejeirice. Apreciem.
Um homem entrou com a namorada no restaurante do Ritz Carlton de Paris e pede um Mouton de 1928.
O criado volta com uma garrafa de decantação cheia de vinho e deita um pouco no copo para o cliente provar. Este pega no copo, cheira o vinho e pousa o copo na mesa, comentando agastado:
"Isto não é um Mouton de 1928"!!!
O criado assegura-lhe que é, e rapidamente cerca de 20 pessoas rodeiam a mesa, incluindo o chefe e o gerente do hotel que o tentam convencer que o vinho é mesmo um Mouton de 1928. Finalmente, alguém resolve perguntar-lhe como sabe que não é um Mouton de 1928.
"O meu nome é Phillipe de Rotschild e fui eu que fiz esse vinho".
Consternação geral.
Por fim, o criado original dá um passo em frente e admite que deitou na garrafa de decantação um Clerc Milon de 1928, acrescentando:
"Eu não consegui suportar a ideia que ia servir a nossa última garrafa de de Mouton 1928. Mas o senhor também é o proprietário dos vinhedos de Clerc Milon que ficam na mesma aldeia do Mouton. Faz a vindima na mesma altura, a mesma poda, esmaga as uvas na mesma ocasião, põe o mosto nos mesmos barris, engarrafa-os ao mesmo tempo e até usa ovos das mesmas galinhas para os refinar. Os vinhos são iguais, apenas com uma pequeníssima diferença geográfica".
Rothschild puxa o criado junto a si e murmura-lhe ao ouvido:
"Quando regressar a casa esta noite, peça à sua namorada para despir a roupa interior. Enfie um dedo no orifício da frente e outro no traseiro e veja a diferença de cheiro que pode existir numa pequeníssima diferença geográfica."
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A musa das musas - Marylin Monroe (aka Norma Jeane)
"I am not interested in money. I just want to be wonderful.
"Sex is part of nature. I go along with nature."
"I don't mind making jokes, but I don't want to look like one."
"I have too many fantasies to be a housewife. I guess I am a fantasy."
"[Hollywood is] a place where they'll pay you a thousand dollars for a kiss and fifty cents for your soul."
"I knew I belonged to the public and to the world, not because I was talented or even beautiful, but because I had never belonged to anything or anyone else."
"Being a sex symbol is a heavy load to carry, especially when one is tired, hurt and bewildered."
"I don't want to play sex roles any more. I'm tired of being known
as the girl with the shape."
"I am invariably late for appointments - sometimes as much as two hours. I've tried to change my ways but the things that make me late are too strong, and too pleasing."
"I want to grow old without facelifts. I want to have the courage to be loyal to the face I have made."
"With fame, you know, you can read about yourself, somebody else's ideas about you, but what's important is how you feel about yourself--for survival and living day to day with what comes up."
"There was my name up in lights. I said, 'God, somebody's made a mistake.' But there it was, in lights. And I sat there and said, 'Remember, you're not a star.' Yet there it was up in lights."
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Pelos caminhos de Portugal - Açores, as ilhas encantadas
PORQUE O PAÍS NÃO PODE FICAR PENDURADO NA PONTA DE UMA CHUTEIRA!
PORQUE O SR. LUCÍLIO REPRESENTA AS PIORES QUALIDADES DO AGIR E DO PENSAR BEM PORTUGUESINHO, FALEMOS DAS MARAVILHAS DO NOSSO PORTUGAL!
Há quem me acuse de por vezes expressar opiniões que me aproximam de um velho do Restelo, ou de criticar apenas pelo prazer de exercer a crítica. Provavelmente têm razão. Gosto de observar e de reflectir sobre a realidade, expressando posteriormente o resultado desse processamento. Mas creio que é salutar perceber que o que daí resulta, seja um grito de revolta, um despejar de fel desiludido, ou um assumir de desencanto com o estado do país, mais não é do que o expressar de uma visão pessoal, uma interpretação da realidade conforme a vejo. Às verdades absolutas digo não, obrigado, posso ser muita coisa mas dono da verdade não sou certamente. Contudo, não me coíbo de dizer o que penso. Disso não abdico.
Toda esta excessiva introdução para quê? Simplesmente para dizer que estou cansado de ouvir falar das viagens maravilhosas das gentes portuguesas às terras de Vera Cruz, a Porto Galinhas, Fortaleza, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador da Baía, lalalala. Para não falar de Cancun, Ibiza, Maiorca e de outros paraísos que tais. Não está este cansaço relacionado com a crise, acho muito bem que a malta viaje, aproveite a vida, relaxe, parta os pratos todos por esse mundo fora. E acreditem, também eu aprecio e muito a bela vida da praia, do sol, da pança para o ar, sem pensar, só relaxar.
Mas, uma vez que fosse, uma entre cada 5 viagens, porque não conhecer o país em que vivem? Por exemplo, das perguntas que tenho feito a amigos e conhecidos sobre se já viajaram para os Açores, creio que as respostas afirmativas devem andar pelos 5%, se tanto. Um crime lesa pátria, um desinteresse bem típico de quem menospreza o que de bom existe para usufruir no seu país.
Já viajei 4 vezes para os Açores, perdi-me fascinado nos encantos de S.Miguel, da Terceira, de S. Jorge, do Pico e do Faial. Acredito que quem queira conhecer esta parte única do seu país se deixará igualmente conquistar por estas ilhas paradisíacas. Beleza natural, mar, gastronomia, gentes hospitaleiras, festas, paisagens inigualáveis. Tem tudo, basta querer conhecer. As fotografias que se seguem são minhas, as saudades também.
ILHA DE S. MIGUEL
ILHA DE S. JORGE
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Fruta podre
É triste acabar um jogo de futebol, uma final, e ninguém falar de mais nada do que de um erro decisivo do árbitro. Mas este erro que deu a Taça da Liga ao Benfica não é um erro qualquer, um daqueles lapsos que sucedem aos melhores árbitros porque são humanos, porque o jogo é muito rápido ou porque foram ludibriados por um qualquer artista do salto para a piscina.
O que se passou e toda a gente teve oportunidade de assistir foi uma inequívoca orquestração do Sr. Lucílio Baptista para beneficiar uma equipa, em detrimento da realidade que viu, que o fiscal de linha viu, que toda a gente que estava em campo comprovou. O Sr. Lucílio esteve largos momentos a discutir com o seu fiscal de linha porquê? Porque quis marcar penalty contra as indicações do seu auxiliar, que estava melhor posicionado e que, segundo o que muitos jogadores em campo comprovaram, repetiu diversas vezes ao Sr. Lucílio que não tinha visto penalty nenhum. Não tendo o Sr. Lucílio certezas, apenas as certezas do seu fiscal que eram no sentido contrário ao da marcação da falta, porque marcou então o penalty?
Porque há 4 anos o Benfica nada ganhava, porque a instituição SLB tem muito peso, porque os seus dirigentes não páram de pressionar os árbitros com declarações pré-jogo, porque, arrisco-me a dizer, o Sr. Lucílio tem o rabo preso a um qualquer apito que não quer que venha à superfície. E, pelos vistos, esta decisão contra a realidade do que viu e do que a sua equipa de arbitragem viu foi a melhor forma de assegurar que o apito não emergia robusto e justiceiro.
Paulo Bento só errou numa coisa, nas declarações de final do jogo. Quando quis ser cavalheiro para com o seu adversário e disse que o Benfica não tinha nada a ver com a vergonha. É evidente que tem, é claríssimo que o trabalhinho do Sr. Lucílio só tem um beneficiário: o Benfica.
Esta vitória do Benfica é falsa, tão falsa como o foi o abraço hipocritamente ostensivo de Quique Flores a Quim, um guarda-redes de qualidade e inegáveis méritos, que a tibiez , cobardia e falta de espinha dorsal do espanhol quase conseguiu destruir. Quim, apesar da vergonha, é o único benfiquista no meio desta história que merece os parabéns. Tudo o resto é fruta podre.
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De pequenino se torce o pepino
Não, no título deste post não me refiro à troca de beijos entre os dois petizes. Falo da faiscante expressão de raiva da doce menina que, qual esposa traída, se eleva à condição de megera insuportável. O ciúme torna os adultos pequeninos e os pequeninos adultos. Bom, mas se os petizes passam a adultos, não regressam à sua condição de pequeninos? Deve ser a isto que chamam pescadinha de rabo na boca.