Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Laranja mecânica - um manual sobre a violência
Quem não viu pelo menos uma vez na vida o filme "Laranja mecânica", essa obra prima de Stanley Kubrick a partir do livro de Anthony Burgess, não pode, verdadeiramente, compreender o fenómeno da violência nas suas diferentes dimensões. Cada um dos trailers permite perceber os pontos que seguidamente se descrevem. É a minha opinião, nada de definitivo, portanto.
1. Grande parte da violência é exercida sobre aqueles que continuam a acreditar que a outra metade do mundo nutre bons e pacíficos sentimentos sobre a metade do mundo composta por ingénuos que assim pensam.
2. A violência gratuita surge de geração espontânea e não tem dono, duas características que a tornam assustadoramente imprevisível.
3. A violência estatal é ilimitada na sua crueldade quando legitimada pela defesa dos cidadãos face a actos de violência dos seus concidadãos.
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Rest in peace Sir Bobby Robson
Nunca esqueceremos que serás sempre um dos nossos.
Nunca esqueceremos o teu sorriso.
Nunca esqueceremos que foste O Cavalheiro.
RIP
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Bichanices
Cheira-me que pelo teor desta entrevista (www.ionline.pt/conteudo/15804-gays-que-nao-se-assumam-devem-ser-processados), este gato não qualifica para dar sangue...
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Sporting 0 - Twente 0
Chegado agora do Alvalade XXI confesso que não tenho a mínima vontade de escrever e reflectir sobre o triste jogo contra o Twente. Se quiserem ler uma óptima análise que nos ajuda a parar para pensar sobre o futuro do futebol do Sporting, leiam o leão da estrela em: leaodaestrela.blogspot.com/. As sensações mais fortes que me ficaram do jogo foram as seguintes, estilo soundbyte:
- Como disse e bem o meu amigo lampião mancha negra, terá que haver no mundo ou num lado qualquer alguém melhor que o Caneira e, acrescento eu, que o Pedro Silva. Com estes laterais nem com o Messi, o Ronaldo e o Mourinho lá chegaríamos.
- Não será possível fazer a lavagem cerebral que se fez ao Miguel Veloso - grande jogatana - a mais uns tantos que por lá andam (Yannick, Djaló, Rochemback)?
- O toque de Midas de Carlos Queiroz parece estar a tirar o poder de resolução ao levezinho. Aliás, excesso de leveza é um dos males dos nossos atacantes que se perdem por entre as torres de outros futebois que não o nosso futebolzinho. Se para cá chega, lá para fora muitas vezes não.
- O Carriço tem de chegar longe. Tanta serenidade e categoria até arrepia.
- O azar não explica tudo.
- A nossa maior arma, a estabilidade na equipa e supostamente nas rotinas de jogo, não parece estar a jogar a nosso favor. Se calhar porque a estabilidade está a resvalar para previsibilidade e incapacidade de surpreender os adversários. As rotinas nem sempre são boas, está visto.
- Matigol é excelente. Falta-lhe quem acompanhe a velocidade do seu pensamento.
Paulo, mete lá isso a mexer pá, não permitas que deixemos de acreditar! Não cales o rugido do leão!
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A política do tau-tau
Incrivelmente, volto à política. Quebro assim todas as regras e mais algumas a que me auto-censurei no Bolas e Letras. São as vantagens de ser o único autor deste blogue, profissional liberal neste cantinho, isento da ditadura patronal. Aqui, é fácil entrar no criticado mundo da contradição. O que ontem era recusa incontornável hoje passa a ser vontade indomável.
Ah, o pensamento político, vamos a isso. É sobre a jovem política Joana Amaral Dias. Diz-se no basfond das ruelas da política portuguesa que a rapariga se portou mal e merecia umas palmadas. Como os compreendo.
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Pérolas da blogosfera: a campanha eleitoral no cada vez mais influente mundo dos blogs
Vou criar aqui uma excepção à regra e entrar um pouco nos pantanosos terrenos da política. Este post do Bruno Sena Martins no seu óptimo http://avatares-de-desejo.blogspot.com/ reproduz, muito melhor do que eu o escreveria, a primeira reacção que senti com a criação deste fortíssimo blogue de tendência laranjinha (http://jamais.blogs.sapo.pt/). Em resumo, a ideia está gira e acutilante, mas as ideias próprias escasseiam por excesso de crítica e falta de construção. Mas leiam o que diz o Bruno que percebem melhor a ideia:
"Primeiro o simplex.blogs.sapo.pt/, agora o http://jamais.blogs.sapo.pt/. O cabeçalho “Jamais” capitaliza inteligentemente a trapalhada da OTA como símbolo da falibilidade do furor reformista e infra-estruturante do governo de Sócrates. No entanto, ao designarem de “Jamais” o novo blog de apoio ao PSD, os seus autores incorrem, a meu ver, em dois equívocos:
1- Afirmação pela negativa. Embora seja normal que a oposição use a crítica ao poder como plataforma argumentativa privilegiada, vivemos um momento em que opinião pública, mesmo à direita, começa a ressentir a ausência de uma lógica propositiva na candidatura de Manuela Ferreira Leite. Nos últimos dias a principal candidata da direita tem sido crescentemente confrontada com a aparente perpetuação de uma lógica meramente contestatária, sem apresentação de alternativas construtivas, bem como com o tardar do programa de governo que, por estes dias, já deveria estar disponível para a discussão pública. Neste quadro, as declarações de Aguiar Branco antecipando um Programa de Governo minimalista confirmam o pressentimento geral: o PSD não tem ideias concretas ou, temendo sufragá-las, pretende limitar a sua agenda a uma oposição à obra e às propostas de Sócrates. Assim, ao assentar num jamais que equivale à recusa de um segundo turno de Sócrates, o blog recém-criado sedimenta, desde logo, uma linha que, embora aceitável nos partidos associados ao contra-poder, começa a ser insustentável para um partido que tem legítimas aspirações a assumir os destinos do país.
2- "Jamais" remete para um “nunca mais!” que se percebe nalguns momentos pungentes da história das sociedades: guerra, genocídio, totalitarismo, catástrofes ecológicas. Ainda que a hipérbole pertença ao âmago do discurso político, a utilização do "Jamais" resulta numa demonização desproporcionadada do que foram os últimos quatro anos do mandato de Sócrates no quadro histórico da democracia portuguesa (até para os seus maiores críticos). Se fosse possível dizê-lo sem paradoxo: é uma hipérbole excessiva que banaliza a história."
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Venha ao diabo e ajude-me a escolher (parte IV)
Este post já vem um pouco atrasado para ajudar o César Peixoto na inglória tarefa de se decidir por um destes dois tentadores caminhos da perdição. Fica a questão teórica para se algum dia, num universo paralelo, me for concedido este trabalho de Hércules de ter de escolher uma destas moçoilas. Portugal não é só Fátima, fado e futebol não, ó Sr. Oliveira.
ISABEL FIGUEIRA? DIANA CHAVES?
DIANA CHAVES? ISABEL FIGUEIRA?
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Da série o cantinho da música portuguesa: Heróis do Mar
Os Heróis do mar sempre estiveram muito à frente do tempo em que surgiram e em que depois brilharam. Nascidos para a música em 1981, houve quem entendesse a sua postura, forma de vestir e a própria escolha do nome do grupo demasiado virado à direita, como que um revivalismo dos gloriosos tempos do Estado Novo. Confesso que se a música é boa pouco me interessam as opções ideológicas dos seus intérpretes. Os acordes são o core business de uma banda, os posicionamentos políticos dos seus membros pertencem à sua esfera de liberdade.
Bom, mas indo ao que interessa, a música. Destaco duas canções que em tempos idos inundaram os ouvidos dos portugueses de paixão e amor. Da música "Amor" ficou-nos um refrão que dá que pensar ("Com o amor, não me mataste o desejo") o que nos conduz à idéia de que confundir amor e desejo pode não ser uma confusão certeira. Por outro lado, com a viciante canção "Paixão" os Heróis do mar entregam-nos nos braços da fatalidade de um sentimento que arrebata vidas e que faz viver, mostrando como o desejo de não largarmos esse fogo que nos consome é o inequívoco sinal do estertor da paixão ("Paixão, paixão, não vais fugir de mim. Serás paixão, até ao fim"). Mundos perfeitos, sentimentos perfeitos? Pois é, fechados para balanço.
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Silly season on the rocks
Ao deparar-me com esta eloquente imagem só me lembro de alguns estranhos turistas que infestam o verão algarvio. Todos temos direito ao sol e ao mar mas o que é demais é demais.
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Da dificuldade da não violência
Bem ao nível da relva...canal rasteirinho como os seus jornalistas
Considero-me uma pessoa avessa a sentimentos violentos. Ok, quanto a pensamentos e palavras a coisa pia mais fino, que a boa e velha carga de nervos no trânsito lisboeta não deixa alma alguma incólume. Lembro também 2 ou 3 jogos em Alvalade em que me vi em situações menos cómodas discutindo argumentos de méritos futebolísticos com consócios desmerecedores desse título. Ok, a prática do futebol também não convida a comportamentos 100% pacifistas quando o cansaço aperta e o sangue aquece. Ok, já são algumas situações que permitem perceber que não sou nenhum Gandhi ou Dalai Lama, mas garanto-vos que, erros de auto-análise à parte, até sou um tipo virado para a não violência.
Calma Luís Filipe, não te esqueças que estás na TV
Contudo, eu que evito ódios de estimação, dei por mim a desejar desde há alguns tempos que me colocassem à frente, tipo leitãozinho entregue ao seu carrasco um sujeitinho que tem aparecido no novel canal Benfica TV e que, pasme-se, se diz jornalista. O energúmeno chama-se José Carlos Soares e é um perfeito alarve, sem aspas. Durante o jogo entre o Benfica e o Atlético de Madrid largou enormidades inclassificáveis, do género de afirmar que se recusava a dizer nomes de árbitros porque estes não mereciam, de que os benfiquistas deviam preparar-se para mais do mesmo no que à arbitragem respeitava, num apelo contínuo a tudo o que contraria o que deve ser o espírito desportivo. Isto no canal televisivo de um dos maiores clubes portugueses!
Só podia ser esta vedeta a fazer um programa com a qualidade do bombástico
Hoje, durante o jogo do Benfica com o Sunderland, a Benfica TV brindou-nos com este senhor a fazer comentários sem imagens do jogo, apenas a imagem dele e de outro triste rapaz, a tecerem mais umas alarvidades sobre o jogo. Toda esta idiotice inacreditável enquanto o senhor roía as unhas em directo!!! Mas será que o benfica quer transformar a imagem de todo o universo benfiquista à imagem do seu elegante treinador? Será por isto que se arvoram o clube do povo? Força, estão no bom caminho!
Porque será que isto não me surpreende, José Carlos?