Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Sporting 3 - FC Porto 0
O futebol é provavelmente das coisas mais simples que há nesta vida. Se dúvidas havia que o big problem dos leões era uma já entranhada falta de confiança, com a vitória convincente contra o Everton (aos jogadores não é certamente alheio o facto do Everton andar por aí a vencer os melhores clubes ingleses) os jogadores perceberam que tinham valor, que a equipa funciona, que era possível voltar ao bom futebol que estes mesmos jogadores e esta mesma equipa já mostraram. Voltou com toda a propriedade o cântico "Só eu sei porque não fico em casa", o Porto foi vulgarizado pela vontade, pelo bom futebol e pela competência que demonstraram os jogadores do Sporting.
Quanto a jogadores começo pela afirmação mais polémica dos últimos anos: Grimi, Leandro Grimi, um dos piores defesas esquerdos que já vi jogar em Alvalade, fez hoje uma exibição fantástica, foi simplesmente o melhor jogador em campo. Cortou tudo o que Varela produziu, varreu o lado esquerdo com laivos de raiva e loucura mas extrema eficácia, fez cortes de calcanhar dentro de área e ainda inventou vários cruzamentos perigosos, sendo que um deles resultou em golo. Tenho dúvidas que Grimi valha metade do que hoje mostrou, mas que hoje mereceu cada cêntimo que lhe pagam, não haja dúvidas. Abel foi o elo mais fraco mas ainda assim não comprometeu, embora a falta de agressividade face ao extremo adversário por vezes seja exasperante. Patrício pouco teve para fazer, Tonel e Carriço foram uma muralha fria, prática e impenetrável. Um estilo sóbrio que no momento que se vive em Alvalade é uma preciosa imagem de marca desta dupla de centrais.
O meio campo está lubrificado e em rotação elevada. O já habitual grande jogo de Izmailov (mais um brilhante golo), Veloso a marcar com inteligência, tal como jogou, Moutinho em altíssima rotação no lugar onde mais o gosto de ver jogar e onde mais rende - a nº 10. Ainda assim, acho que o elo que pôs os 3 sectores da equipa a funcionar em sintonia é o Pedro Mendes. Experiência, muita garra, posicionamento perfeito, timing acima de qualquer suspeita. Grande aquisição! Depois, lá à frente, um furacão Liedson, a quem só faltou o golo. Para completar o ramalhete em beleza um Yannick como há muito não se via, uma gazua que faz parecer fácil andar por ali a 100 à hora a pôr toda uma defesa em pânico.
Em suma, a equipa está na fase em que grita aos 7 ventos o seu valor, esta malta quer corrigir tudo o que de mau fez este ano. Creio que se começa a perceber que com alguns ajustes esta equipa pode ainda dar muitas alegrias. Carvalhal está a acertar nas peças e na engrenagem, mas começam-me a fartar as constantes afirmações de que é muito competente e de que os clubes gostam sempre muito dele. Dê-nos vitórias e títulos mister, o resto não interessa nada, acredite. Quanto ao empurrãozinho aos vermelhuscos, creio que não se pode falar nisso - não foi o Sporting que colocou o título às portas da Luz, foi mais o Porto que não fez o que devia para o levar para as cercanias do estádio do Dragão. PARABÉNS MIÚDOS, HOJE FORAM GRANDES!
Imagens retiradas do site www.maisfutebol.iol.pt/
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Sporting - Porto, tempos para a razão
Só quem sofre a sério com o seu clube do coração sabe o que significam as horas que antecedem um jogo importante, com um opositor da importância do Porto. Esses suores frios, doses massivas de impaciência e nervosismo, elevam-se a níveis quase insuportáveis quando o jogo é decisivo. Já passei por muitos desses "estágios", considero-me já um adepto preparado mas nunca imune ao sofrimento pré jogo. Hoje é daqueles jogos importantes mas não decisivos. É tempo para reflectir, analisar quem tem condições e motivação para ser uma mais valia para o Sporting 2010-2011. É tempo para os nossos dirigentes porem a cabeça a funcionar em vez do coração. Que ganhe o meu Sporting, que demonstre capacidade e nos dê esperança para o futuro, mesmo que isso signifique um empurrãozinho aos vermelhuscos do outro lado da 2.º circular. FORÇA RAPAZES, FORÇA SPORTING!
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O Steven Seagal Indiano - muito, muito bom
Qual Steven Seagal, qual Chuck Norris, não me venham com o Jackie Chan, com o Silvestre ou com o Arnaldo - este rapazinho indiano, de seu nome Chiranjeevi, é o maior e esta amostra fantástica do filme Alluda Majaka (1995) é a melhor cena de acção de todos os tempos. A dica foi do Marco Santos (bitaites.org/), vejam e delirem de emoção.
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De como fumar com um desleixo irresistivel
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Dos merecimentos relativos e das tristezas atenuadas
O Benfica merece ganhar este campeonato? Bom, fez grandes jogos, deu espectáculo, demonstrou geralmente mais fulgor e vontade de ganhar que os adversários. Por outro lado, perpassou por toda a época a sensação que aquele risco que acompanha o fascínio que é o futebol, isto é, o facto de se poder jogar um pouco mais, mas, ainda assim, por caprichos da sorte e do destino, poder não se sair vitorioso, nunca foi um risco que o Benfica de facto corresse. Isto porque toda uma maioria, quer de adeptos quer de corporações que, um pouco naturalmente num país medroso como o nosso, ampararam o clube nos seus momentos mais periclitantes no decurso da época. Com os adeptos posso eu bem, o que já me parece menos católico é o indevido apoio das tais corporações que se pretendem isentas: pois é, falo da arbitragem e de alguns órgãos da Liga, com especial enfoque na sua vergonhosa comissão discplinar.
Ok, mas sim, jogaram melhor, marcaram cabazadas de golos, tiveram jogadores em grande plano, como Saviola, Di Maria, Javi Garcia, Cardozo e David Luiz. Mas podiam ter ganho sem o apoio dessas tais corporações? Podiam, mas não era a mesma coisa...
Para amanhã, quando estiver na bancada de Alvalade, será que vou vacilar no apoio ao meu Sporting, sabendo que uma vitória contra o Porto será um forte empurrão ao Benfica? Não, conheço-me bem, sei bem que o meu sportinguismo é dos verdadeiros, que ser sportinguista tem esta característica pouco comum de se ser verdadeiro às raízes (não rasgamos cartões, não queimamos bandeiras, não idolatramos dirigentes criminosos, não temos a honra de surgir em escutas arbitrais). Se vou ficar triste se perdermos contra o Porto? Vou, mas não vai ser uma tristeza igual às outras. Apenas por causa dos tais merecimentos relativos.
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Pérolas da blogosfera - Vã esperança
Gosto deste maluco que escreve o agrafo.net/. Se ao menos a merda do euromilhões se dignasse a acertar-me nas cruzinhas era homenzinho para tirar uma licença sem vencimento até aos 65 anos, e, só para chatear a malta lá do Terreiro do Paço, trabalhava de borla até aos 67. Fiquem então com as vãs esperanças do maluco do ágrafo.
"Se ao menos não estivesse tanta humidade. Se ao menos houvesse paz & concórdia em Marte. Se ao menos o computador tivesse mais memória. Se ao menos eu tivesse menos memória. Se ao menos eles se calassem. Se ao menos saíssem de cima. Se ao menos o livro tivesse sido revisto em condições. Se ao menos a cena gay não fosse tão enjoativa. Se ao menos conseguisse acreditar em alguma coisa. Se ao menos o euro desvalorizasse um bocadinho. Se ao menos a libra desvalorizasse ainda mais. Se ao menos não houvesse uma infiltração na casa-de-banho. Se ao menos parassem de buzinar. Se ao menos me raptassem de uma vez por todas. Se ao menos se decidissem. Se ao menos deixassem aquilo arrumado. Se ao menos a cena hetero não fosse tão anal. Se ao menos as batatas soubessem a alguma coisa. Se ao menos a gasolina não estivesse tão cara. Se ao menos tivesses o VMS activado. Se ao menos as pessoas tivessem mais cuidado com o lixo. Se ao menos tivéssemos autoestrada para lá. Se ao menos as nódoas saíssem com facilidade. Se ao menos pudesse ficar por aqui. Se ao menos cheirasse menos a esturro. Se ao menos valesse a pena. Se ao menos nem o triste nem o alegre, talvez o ano do tigre fosse a forma de tornar o do coelho melhorzinho que o do boi."
A arte que acompanha as palavras pertence ao Jet. Vejam mais em olhares.aeiou.pt/galeriasprivadas/browse.php.
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A Kate Moss, o cigarro, o desejo que se esfuma
Expelir o calor.
Porque o corpo arde, as entranhas revolvem-se na impossibilidade de o desejo ser saciado. Lábios molhados que o fumo amacia. O alívio que liberta o rubor da face.
Arde aquela falta de alguém. Queima na pele a ausência desse toque. Todo o desejo que a consome morre no ocaso de mais uma beata que se esfuma em seus lábios. Como se a morte se anunciasse num minúsculo cilindro de nicotina. Triste fim.
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A bela e o fantoche
O namorado palhaço. O parceiro para preencher espaços vazios. Um objecto que faz ãoão e tem como trela a dedicação doentia, um rasto de idolatria que desiquilibra todo o jogo a dois. Passeiam-se colados ao objecto amado, ladram quando sentem o seu espaço invadido, procuram marcar o terreno com o cheiro a medo que se sente à distância. Invadem as noites como cães de guarda, de dia são sombras que perseguem o que nunca hão-de possuir. São usados por desconhecidas razões. Porque é cómodo ser superior. Porque não dão luta. Porque o amor é difícil. Porque há mulheres que preferem o certo ao incerto. Porque o belo sexo é por vezes muito fraco.
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Hoje é dia de um grande, grande verde! SSPPPOOORRRTTIIIIIINNNGGG!!!
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Sporting 3 - Everton (equipa A) 0
Depois de um rol de coisas tristes, as alegrias têm mais sabor, a euforia toma conta dos sentidos fazendo de nós, sofridos adeptos, de novo crianças. Por falar em crianças, hoje foi dia dos nossos meninos, os tais que dizem já estar gastos apesar de novos. O pequeno João voltou a ser grande, a cabeça rachada não lhe fechou os horizontes e não lhe extinguiu o fogo. O muro Carriço, que apesar de não muito alto subiu até às estrelas. O Miguel que cerrou os dentes até conseguir abrir as portas da glória. O Yannick que dá potência e velocidade à equipa, apesar de alguns erros de principiante. E hoje, mais do que todos, o nosso primeiro proveta, o nosso Carlinhos Saleiro, o rapaz que se fez homem e decidiu afirmar-se no jogo mais importante da época. É de homem, Carlos!
Mais dois homens fizeram a noite. Um que dizem irá sair, um fantástico jogador que deu tudo o que tinha neste e nos outros jogos que fez pelo Sporting. Antevendo mais um desastroso erro de gestão, hoje quando me levantei para o aplaudir senti uma arreliadora lágrima de saudade a querer molhar-me a face. Se fores, obrigado por tudo, Izma. Outro homem que entra, para um lugar chave no futebol: Costinha, um excelente ex-jogador que diz ser do Sporting desde pequenino. Espero sinceramente que os pergaminhos sejam bem mais vastos que esse, porque nos últimos tempos isso não tem sido suficiente. Boa sorte, Costinha.
Ora bem, o que podemos esperar deste mar cheio de esperança que esta bela vitória nos trouxe? Um novo fulgor, uma renascida confiança? Sobretudo o que é necessário é deixar que o hábito se instale. Que ganhar volte a ser a rotina semanal, que uma derrota seja uma agulha na relva de Alvalade. Que não nos esqueçamos de como é bom saborear um golo quanto mais três! Que as grandes vitórias e exibições sejam constantes e não apenas nos jogos que servem de grande montra internacional...FORÇA SPORTING!