Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
A vénia dos velocípedes sem motor perante a musa
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Provavelmente, o melhor anúncio de bola que já nos foi concedido
Provavelmente já viram, não sei é se foi a versão integral que é esta. Vou postar na mesma nem que seja para regressar a este fantástico anúncio a qualquer momento. Enjoy it!
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E nunca mais começa o Mundial (1958, na Suécia)
Cartaz oficial do mundial de 1958 na Suécia
Pelé, então com 17 anos,chora no ombro de Didi enquanto os colegas de equipa, Gilmar e Orlando, o cumprimentam pela sua fantástica exibição na final do mundial de 1958, na qual o Brasil venceu a Suécia por 5-2
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"A sangue frio", por Truman Capote
Estávamos no santo ano de 1959 na cidade de Holcomb, no Kansas, quando um fatídico acontecimento isolado teve lugar no seio de uma família. Nos anos que se lhe seguiram, nada o fazendo esperar, essa tragédia ganhou inimagináveis proporções. Voltando a 1959, Truman Capote, cujo verdadeiro nome era Truman Streckfus Persons (1924-1984), lê um artigo perdido nas últimas páginas do New York Times sobre o homicídio dos quatro membros de uma proeminente família de Holcomb, no Kansas. Histórias como essa surgem diariamente nos jornais americanos, mas nesta, um qualquer pormenor despertou o instinto de Capote. Foi nesse momento que ele acreditou que aquela era a oportunidade de testar a sua antiga teoria de que, pela pena do escritor certo, a realidade poderia aspirar a tornar-se tão apaixonante como a ficção.
“A sangue frio” (“In cold blood”), um trepidante “romance de não ficção” que muitos consideram ter aberto as portas para esse estilo de jornalismo romanceado, constitui uma leitura poderosa e imperdível. Truman Capote permite-nos entrar nas mentes dos criminosos (Dick Hickock e Perry Smith) enquanto recria os eventos que deram origem e que se seguiram ao terrível crime. Capote examina o passado familiar dos assassinos, entrevista-os no corredor da morte, analisa milhares de documentos relacionados com a investigação. Ainda assim, será que alguma vez conseguirá o autor explicar-nos as motivações para 4 tiros na cabeça de 4 inocentes, à queima roupa, sendo que como fruto desses crimes tenha resultado o ridículo roubo de uma quantia de 40 dólares?
No decurso da sua brilhante peça jornalística, Capote encaminha-nos para os mais importantes temas alguma vez abordados por um escritor americano. Falo no choque das duas Américas: a América segura das relações familiares, do sonho americano que recompensa o esforço dos seus cidadãos, que vive, paredes meias, com a América desenraizada e amoral que não deixou de viver nos tempos selvagens de índios e cowboys. Tinha razão Truman Capote quando escreveu a um amigo: “Por vezes, quando penso quão bom poderá ser este livro, mal consigo respirar”.
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Para quem gosta de saber coisas (inclui vermelhuscos ignorantes)
Apenas há dois clubes com taças europeias em 4 modalidades diferentes: o Barcelona e o Sporting. As modalidades são: futebol, hóquei, atletismo, e, desde hoje, ANDEBOL!!! Um clube é mais que o futebol, um clube é feito disto, ecletismo. Aprendam porquê o esforço, dedicação, devoção e glória!
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É disto que precisamos, parabéns rapazes!
"O Sporting conquistou hoje a Taça Challenge em andebol, ao bater os polacos do MMTS Kwidzyn por 27-26, tornando-se a primeira equipa portuguesa a ganhar uma Taça Europeia na modalidade."
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A hora de jantar, esse momento de harmonia familiar
A rotina diária repete-se por entre choro, risos, ranger de dentes, gestos desesperados de ambas as partes. A mãe direcciona a colher ao rebelde de 11 meses enquanto o pai se agita, qual palhaço amador, procurando, desajeitada e pouco convictamente, distrair o pequeno Miguel da birra. Dissimulado na sua esperteza infantil o petiz simula o sono, disfarça terríveis momentos de engasgamento, procura acima de tudo que o deixem absorver todo o universo que o rodeia, com excepção, claro está, da colher que transborda de sopa, fruta moída, maravilhosos guisadinhos de borrego em que a dedicada mãe se especializou, renegando todo um passado de falta de aptidões culinárias. Mais uma vez o jovem guerreiro vence. A cor do fundo do prato mantém-se oculta pelos manjares desperdiçados, o nosso herói prefere fasear as suas refeições nocturnas pela madrugada, despertando os exaustos pais para dois ou três inesquecíveis biberons, a refeição por excelência do petiz. Que na vida venças sempre todas as batalhas como vences esta, meu filho, mas, por totutatis, come lá essa mistela!
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Lipdub à portuguesa
Segundo li algures pelo facebook, o ISCTE-IUL foi a primeira Universidade Portuguesa a gravar um vídeo lipdub (um filme sem cortes) com a presença de mais de 250 pessoas, entre alunos, professores e funcionários, todos ao som da música "The 80's" de David Fonseca. Inovação universitária precisa-se como pão para a boca da modorra lusitana, comece-se por algum lado e parta-se do prazer para a aborrecida seriedade da produtividade científica. A bem da nação!
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E nunca mais começa o Mundial (1954, na Suiça)
Cartaz oficial do mundial de 1954 na Suiça
Os jogadores da Alemanha Ocidental e da Hungria lutam pela bola durante a final do campeonato do mundo de 1954, que a Alemanha venceu por 3-2
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O país da eterna esperança
É inevitável, é mais certo do que a morte. Todas as sextas feiras o mesmo ritual, sempre a mesma desesperada esperança, sempre aquele longínquo brilho nos olhos que parece dar vida a vidas a precisar tanto de vida (redundâncias atrás de redundâncias, mas aquele papelinho é uma questão de vida ou de morte). Sexta-feira, dia de comprar o Público pela hora de almoço, com sorte encontrar uma esplanada solarenga, ler sobre livros no Ipsilon, absorver com prazer o incisivo fel que brota das teclas que os furiosos dedos de Vasco Pulido Valente maliciosamente martelaram. Antes de voltar ao batente um momento de lazer intelectual, os pequenos prazeres da vida, uma pausa no turbilhão.
Mas calma. É certo e sabido que antes desse singelo prazer haverá que assistir a longos minutos do ritual. Antes de mim haverá uma maré de desesperados esperançados, os mais genuínos representantes desta excelsa nação acreditarão num futuro melhor, aquela minúscula janela de luz, lá bem ao fundo, ilumina-lhes o dia, as horas que antecedem o rolar da tômbola. O papelinho, o cabrão do papelinho do totoloto, do euromilhões, ou do raio que o parta queima-lhes as mãos, têm que o depositar na sexta-feira, no último dia, nem que seja a última coisa que na vida façam, a última nota de vinte euros do mês. Quantos milhões se poupariam se esta desesperada esperança não minasse as sextas-feiras destes concidadãos? Quantas horas de lazer eu não ganharia se não fossemos uns supersticiosos da treta? E o défice, haveria se não fosse a merda do euromilhões? Tantas questões, tão pouco tempo.