Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Olhares que matam - de felicidade
Olhos que brilham de simples e fácil felicidade. Esta reside nos momentos mais mundanos, está ao alcance de uma leve conversa com uma amiga, está no sol que nos aquece a alma e nos beija a pele. Estes olhos geralmente matam, de inveja, aqueles que sabem nunca a irão alcançar. Porque para eles nunca a vida será simples, para ele a insatisfação será contínua e irreversível. Debaixo de uma cerejeira, toda uma história de felicidade. Longe da doentia inveja.
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The chemistry of your kiss
A química de um beijo entranha-se na memória, não se explica, não se adivinha. Só naquele momento se descobre, para todo o sempre residirá nas mais doces recordações. Como esta música, revela-nos um pouco do tanto que a vida pode valer a pena. Close your eyes and listen.
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Das perguntas, das respostas e do perdão
As declarações de Cristiano Ronaldo são infelizes e pouco solidárias? São. Cristiano, nos grandes clubes por onde passou, teve atitudes destas e desabafos deselegantes para com os treinadores? Não. É fácil criticar e queimar Cristiano depois do que disse? Facílimo. Faz sentido que deva ser Carlos Queiroz a responder às questões sobre as razões da derrota? Todo o sentido. Cristiano pôs em risco o seu estatuto de capitão na selecção? Sem dúvida. As suas declarações foram a quente e no auge da desilusão e portanto merecem o nosso perdão? Huuummm…vais ter de nos comprar o perdão com muitos golinhos, miúdo!
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Tiki taka afunda tuca tuca
A minha vontade, ainda mergulhada na desilusão dos pouco realistas, era que o título e as fotografias que ilustram este post me dispensassem de escrever sobre o jogo. Há situações em que escrever dói. Mas pronto, vamos lá ver se dedilhar as teclas me ajuda a exorcizar as dores de alma. Em resumo:
O meio campo espanhol tem muito mais arte, criatividade e espontaneidade do que o português. Pedro Mendes deveria ter feito de Pepe, exigem-se explicações sobre o afastamento do titularíssimo Deco. Nem depois do 1-0 entrou porquê? A vontade de castigar Deco deveria ser superior aos interesses da selecção?
A bomba CR7 não explodiu. É imperioso perceber, em definitivo, porque não rende Cristiano Ronaldo na selecção.
Os 10 primeiros minutos do jogo não foram suficientes para perceber que o Ricardo Costa a cobrir o David Villa era meio caminho andado para o suicídio? Ou foi uma questão de fé?
Eduardo foi fantástico, superlativo, um verdadeiro herói. Coentrão, na primeira parte, a imagem da coragem e da crença nas suas capacidades. Foi esta capacidade de superação que faltou à maioria dos nossos jogadores. Estes rapazes são as duas principais vitórias de Queiroz.
Não foi por Hugo Almeida sair que perdemos. Depois da sua saída foi o golo, depois disso não mais a bola chegou em condições lá à frente. Ainda assim, Queiroz mais uma vez explicou mal a substituição, criando uma contradição sobre o esgotamento de Hugo Almeida com o próprio jogador.
Resumindo e concluindo, fizemos um mundial bastante decente. Tirando os casos Nani e Deco, honrámos as camisolas. A Espanha é mais forte do que Portugal, Cristiano Ronaldo não conseguiu contrariar a lógica. Voltemos às SCUT´s e ao desgoverno desta nação em suspenso, que já chega de paródia. Ah, e a ver se o Mourinho se farta de Madrid antes do próximo Mundial. Dava um certo jeito.
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Sangue, suor e lágrimas
É hora de nervos, roer as unhas, de nos corroermos interiormente com as esperanças sem limites. Aqueles momentos em que já nada de jeito sai cá para fora, o foco está todo nos 90 minutos de sofrimento que se aproximam. Fé, muita fé, crença numa equipa que crescentemente vem demonstrando o que para mim interessa numa selecção de todos nós: raça, vontade e dedicação à camisola a 100%. Suem as quinas, rapazes, encharquem-nas no sangue e suor que nos guiarão à glória! Ah, já agora, ofereçam lá uma prenda antecipada ao meu filhote que amanhã faz 1 aninho. GANHAR GANHAR GANHAR!!!
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Bruxarias lusitanas
Esta fantástica e fantasmagórica fotografia dos adeptos espanhóis em redor do Estádio Santiago Bernabéu, enquanto assistiam ao Espanha-Chile, só pode ser um presságio. Se o que aí vem não é uma catástrofe do tamanho do mundo para os corações e a alma espanhola não sei então como poderia aquele céu assumir formas e cores tão assustadoras. Podem não acreditar em bruxas, queridos hermanos, pero que las hay, hay!
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Vê lá isso, Cristiano
A dupla Sr. Rosseti mais um qualquer fiscal iniciou a degola dos Aztecas. Depois, um central com uma paragem cerebral no segundo mais errado da sua vida. E, por fim, Carlitos Tevez, o jogador mais assustador do firmamento, ainda mais do que o Quasimodo Ribery, mostrou-nos a luz que desesperadamente procuramos em cada partida de futebol. Tevez soltou-se da sua condição de jogador com os pés habitualmente na terra, para se aproximar da eternidade nas memórias de quem assistiu áqueles décimos de segundo que mediaram entre o momento em que puxou a culatra atrás e o momento em que a rede foi esticada até aos seus limites. É bom que alguém explique isto ao nosso Cristiano enquanto é tempo. Por mais que faça pelos clubes que abrilhantará na sua carreira, só a magia que espalhar nos campeonatos do mundo ficará para sempre em nós. E certamente não vamos guardar no cantinho da memória uma bola a trepar-lhe pelo pescoço acima até lhe cair involuntariamente nos pés. Vê lá isso, Cristiano.
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1966 - A vingança tarda mas não falha
Uma mentira muitas vezes repetida tende a assemelhar-se à verdade. Aplicando isto à selecção inglesa arrisco dizer que há mais de 20 anos que esta não tem qualidade para ser uma equipa de topo, mas a “nomenklatura” futebolística insiste em apelidá-la de recorrente candidata a tudo o que é título. Ainda assim, é uma equipa onde a alma da Old Albion vive sempre e isso é muito mais do que por vezes é ser uma boa equipa. A Alemanha jogou futebol cerebral, mecanizado, tricotado na perfeição, a Inglaterra debateu-se contra as suas insuficiências com alma de leão.
Depois, a história, que dizem não se repetir, surgiu qual tragicomédia rindo-se na cara dos ingleses e vingando para todo o sempre a Alemanha de 1966. Um remate de Lampard que beijou a barra com o fervor dos amantes que pecam, ressalta para lá da linha de golo no decurso da emocionante queda da bola. Mas o factor humano, essa incontornável fonte de desgraças, negou o desejado grito que as gargantas inglesas soltaram na sua ingenuidade. O futebol não imita a vida, simplesmente limita-se a aperfeiçoá-la. E depois, apesar de um superlativo início de segunda parte dos ingleses, cumpriu-se a eterna maldição de Gary Lineker: são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha.
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Waiting for the train
Caminha para se encontrar com o destino. Transpira confiança, os ombros apontados para o céu, os olhos, faiscantes, trespassam quem lhe atravessa o caminho. Aquele comboio chegará à hora certa, na hora certa para mudar de vida, de rumo, de gente que lhe prende os passos. Como se fosse o último dia caminha imparável para a porta da carruagem que a levará. Para longe do passado, para um presente em constante mutação, aquele tipo de presente que nunca lhe anunciará o futuro porque é assim que ela quer. Um destino sem dono.
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Futebol versus futebol americano
Por acaso os norte-americanos até já jogam razoável futebol, podiam perfeitamente estar nos quartos de final. Bastar-lhes-ia ter um ponta de lança da valia do nº 3 do Gana, Gyan. Para amainar as tristezas nada como o bom humor, neste caso rir deles próprios. Para os americanos que aqui venham, aqui fica a genialidade de John Cleese. É tudo tão mais simples quando dito com humor corrosivo e simplicidade cristalina. Imperdível, enjoy it.