Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
A inocência da bola que já não salta
A bola já não faz magia, ele já não ouve os gritos dos colegas, deixou de rir e pular por cada golo que marca. O olhar perde-se fixo num horizonte que não vislumbra, num futuro que teme, no dia de amanhã que não o deixa dormir. O pelado é a antecâmara do seu sofrimento porque a alegria que outrora ali sentiu parece ter-se esfumado no fumo do cigarro do seu pai, no fundo do copo que lhe tempera os cigarros, nas lágrimas de dor que deformam a cara da sua mãe. A bola já não salta, já não rechaça na barra, já não namora com os seus apaixonados pés. A bola é uma memória longínqua, o presente está enfermo de dor.
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Barrymore, Drew Barrymore
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Pérolas da blogosfera - Ir à Segurança Social
Não sou grande apreciador dos escritos do Henrique Raposo nem das suas ideias provenientes de uma direita arrogantemente senhora de si, moralista e nada preocupada com realidades distintas do seu código genético. Ainda assim, nos tempos que correm, não posso negar que as situações por ele descritas no texto abaixo sucedem cada vez mais num país habitado por gente que não gosta do cheiro a suor. Nem que para isso tenha de recorrer a subvenções do Estado para comprar desodorizantes da Hugo Boss.
"Acabo de vir da Segurança Social. Toda a gente devia passar por ali. É para ver como é uma parte do país. Uma parte do país que não vai deixar de votar em José Sócrates. É, sinceramente, um país que apetece abandonar. O país é cada vez mais isto e a vontade de emigrar cresce. Havia ali uns senhores, vá, patuscos que estavam a falar de um carregamento de DVDs que tinham para vender; mas, calma, tinham a senha de RSI na mão. Havia ali uns jovens com ar de quem passa 4 horas no ginásio; mas, calma, com senha do RSI na mão. Podem levantar halteres no ginásio no meio das babes, mas já têm distensão muscular congénita quando é para levantar móveis ou assim? Havia ali meninas, nos seus 20 e 30, a dizer que não recebiam o suficiente da SS. E um sujeito olha para aquilo e pensa "mas não vais trabalhar porquê? É que aqui mesmo nesta rua há lojas a precisar de pessoas? Não?".
Entretanto, o meu padrinho vai ter de começar a pagar os seus medicamentos. Entretanto, os meus primos que precisam do subsídio de família (porque faz mesmo falta) estão à nora. Desculpem lá, pardon my french, mas o meu pai não me educou para esta merda."
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O frio, esse arrepio psicológico
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Miles Davis Quintet - "So what"
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As saudades que eu tenho de um início de noite bem passado a jogar bowling
Sim, já devem ter percebido, ando sem tempo para escrever, para reflectir, para grandes tratados sobre o mundo, o Sporting, o Senhor Engenheiro e o D. Sebastião de Massamá. O país está inundado de analistas, escribas, comentadores encartados. Não faço falta, uma pausa no uso intensivo das palavras pode ser bastante positivo para todos nós. Vamos a isto.
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Não é assim tão difícil convencerem-me a ajudar na cozinha
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Estou tão cansado
O Senhor Godinho Lopes não tem capacidade de liderança, carisma e paixão para ser um bom presidente, um presidente que inspire confiança aos sócios e adeptos leoninos, que traga de volta a sedução e a motivação que todos nós precisamos para voltar a encher o estádio. O Senhor Godinho Lopes é mais do mesmo, tem demasiadas histórias mal contadas no seu passado sportinguista e profissional. Para que a balcanização do Sporting não se instale em definitivo é fulcral dissipar todas as dúvidas, é portanto essencial garantir a imediata recontagem dos votos, de forma isenta e que não deixe margem para desconfianças. Depois disso, mesmo não gostando, Godinho Lopes será o meu presidente e de todos os sportinguistas. Até lá terá o seu mandato sempre manchado.
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Franklin Foer - "Como o futebol explica o mundo - um olhar inesperado sobre a globalização"
Franklin Foer, um jornalista e editor norte-americano nascido em 1975, escreveu um relativamente esquecido livro que poderá ser um dos mais importantes livros sobre o desporto rei. “Como o futebol explica o mundo – um olhar inesperado sobre a globalização”, confirma com argumentos válidos, histórias reais e episódios marcantes, que mais do que um jogo ou um estilo de vida, o futebol é um fenómeno sem fronteiras. O futebol embrenha-se e confunde-se com a realidade, explica ódios, tem a força que pode arruinar regimes políticos, carrega o peso da história e dos seus ódios seculares.
Foer conduz-nos pelos quatro cantos do mundo, revela-nos o brilho e a influência do futebol em comunidades longínquas, explica-nos a sua força onde menos se poderia esperar que esta florescesse. Viajamos pela coragem das mulheres iranianas que tudo fazem para entrar num estádio de futebol, pelo drama de jogadores nigerianos com os pés congelados nos relvados da Ucrânia, regressamos à Inglaterra dos pubs e dos hooligans, sem deixarmos de passar pela confusão entre futebol e guerra que se viveu na ex-Jugoslávia. Em torno do fascinante mundo do futebol, Foer vai tecendo a sua tese. A de que o futebol fugiu ao garrote da globalização, mantendo-se as culturas e fanatismos locais pelo jogo, os feudos regionais de apaixonados pelos seus clubes, as negociatas e as pequenas corrupções circunscritas pelas preferências dos adeptos. Imperdível para quem ama o futebol e, sobretudo, para aqueles que não o percebendo não podem amá-lo.
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Pink Floyd - Mother