Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Destaque do Sapo dedicado ao Miguelito
O Sapo voltou a colocar em destaque o Bolas e Letras, simpatia que se repete pela quarta vez e a qual só me resta agradecer. Este será o destaque que mais me toca, uma vez que coincide com o 2.º aniversário do meu filho, a minha pérola. Um bem haja a toda a equipa do Sapo, um beijo do tamanho do meu amor para ti, Miguel.
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O duche
Gosto de escrever na silly season sobre temas da silly season. Sobre corpos nus que tomam duche sob a torreira do sol do meio da tarde, sobre o prazer que é sentir a água a aliviar o calor. Também eu tomo os duches dos dias de férias assim, ao ar livre, embora não tão desnudo, que os vizinhos não o merecem e o recato assim o exige. Dizer que em tempo de férias este é dos pensamentos mais profundos que hoje me assaltou o espírito será pouco mais que uma barbaridade, mas de barbaridades também se faz um blog, um livro, um jornal sem notícias para dar, um cérebro sem ideias para partilhar. E é tudo, pouco antes de ir atacar aquela mini estupidamente gelada que me pisca o olho como uma adolescente invadida pela curiosidade.
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Conversas n´A Catedral - A falta que as mulheres fazem
“As mulheres são formidáveis – disse Carlitos. Farristas, comunistas, burguesas, sopeiras, têm todas qualquer coisa que nós não temos. Não seria melhor ser maricas, Zavalita? Entendermo-nos com qualquer coisa que conhecêssemos, e não com esses animais estranhos?”
“- A sabedoria das mulheres – disse Carlitos. – Se a Ana o tivesse pensado, não lhe teria saído tão bem. Mas não pensou, as mulheres nunca premeditam essas coisas. Deixam-se guiar pelo instinto e nunca falham, Zavalita”.
Estes dois curtos e exemplares trechos da monumental obra de Vargas Llosa, entreabrem uma visão da supremacia feminina que o Peru decidiu olvidar e asfixiar. Os homens dominam a sociedade, ocupam as majestáticas cadeiras do poder, aplicam toda a sua arrogância na definição dos destinos do povo e do país. As mulheres, essas úteis bengalas dos grandes senhores, desfalecem na dureza das tarefas domésticas e na humilhação da eterna subalternidade aos inúteis e ridículos machos que lhes impedem a ascensão. Foi também isso que conduziu à decadência do Peru, é também essa risível representatividade das excelentes cabeças e sensibilidades femininas que danificam o tecido com que se cose um país. Ai Portugal, Portugal, do que é que tu estás à espera?
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They call it direitos de imagem
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O selim feliz - parte II
Nenhum subúrbio é tão cinzento e pardacento que a passagem de um sorriso não lhe permita um passageiro arco-íris, nenhuma tristeza é tão inelutável que a presença feminina não a esmoreça. É preciso saber esperar por ela, ter fé que o abandono nunca é definitivo.
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Pausa para respirar
Em tempo de férias e modorra, as palavras cedem lugar às retemperadoras imagens. No Algarve, esse foco infeccioso de multidões, há ainda locais onde por vezes se sente a paz, onde o som é o do mar, apenas o som do mar. Entalado entre a ria e o Atlântico, mergulho na ilha de Faro e na rotina do dolce fare niente. Apetece-me escrever, mas vence a leitura e o disparar da máquina fotográfica. Fiquem com uns pozinhos. Boas férias que eu fico por aqui mais uma semana.
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As cores do Verão
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Paz
Um livro, o sol, o corpo moldado na areia, a modorra do cheiro a mar, o som das ondas que embriaga. Afastado dos guinchos das crianças que correm sem saber o que é o cansaço, isolado dos diálogos sem sentido de um dia de Verão, longe dos bikinis que estilhaçam a seriedade das letras. Só eu e o livro, só eu e o turbilhão a que a imaginação me entrega. Paz, a verdadeira paz.
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25 anos depois, a devida vénia ao maior dos génios
Celebraram-se ontem os 25 anos do melhor golo do mundo. Lembrou-mo o meu amigo “Criança”, futuro emigrante deste país, mais um cérebro perdido pela interminável diáspora lusitana. Lembrou-mo ele que se terá lembrado a partir desta emocionante recordação do El Pais. Pouco tenho a acrescentar a esta pérola. Poderia dizer que se o futebol alguma vez atingiu um estado próximo da perfeição, foi nesses 10,6 segundos, que se alguma vez o futebol se aproximou da justiça divina foi nesses 52 metros de uma passadeira vermelha de sonho, nesses 44 passos de um Deus com pés de barro, nesses 12 toques divinos. Pouco mais tenho a dizer. Obrigado “Criança”, obrigado Dieguito.
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Para o sul
Para o sul, sempre para o sul, em busca do descanso, que se julga merecido. Contrariando as indicações do novo grande timoneiro, opto por uns dias de férias para reabastecimento das baterias. Sou capaz de me arriscar a dizer que a vontade e a necessidade de trabalhar duro não se me apresentou ao espírito só nas últimas semanas. Agora que tudo é urgente, que tudo é para ontem ou para prazos impossíveis, que as metas estabelecidas primam pela irrealidade delirante, opto por descansar. Como alguém disse, “se é urgente não é certamente importante, se é importante não pode obviamente ser urgente”. Desejo que não destruam o que resta deste tão belo país, que tenham o bom senso de perceber que não é a troika que nos vai transformar no que não somos, que aspirem a grandes voos mas que estes não nos queimem as já de si fragilizadas asinhas. A bem da Nação!