Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
De bestiais a bestas
Se há povo da bola que faz jus ao dito “de bestial a besta” esse é o povo leonino. No momento em que me sentei naquele café em que não conhecia ninguém, em que pedi a primeira imperial com um sorriso nos lábios, estava inabalavelmente convicto de que íamos esmagar o Valência, que os grandes clubes europeus iam ficar de cabeça à roda com a incomparável rotatividade de Rinaudo, que Cruyff iria temer a perda do trono para o seu compatriota Schaars, que era desta que o Yannick iria convencer algum distraído colosso europeu a largar uns milhões por ele. Esquecera-me no entanto de pequenos pormenores. Senão vejamos:
- Aquelas que parecem ser as melhores contratações dos últimos anos, Rinaudo e Schaars, são ainda corpos estranhos na equipa, ou melhor, a equipa é-lhes ainda estranha (tenho a esperança que seja a equipa a adequar-se às suas capacidades e não eles a recuarem de nível para acompanharem a equipa).
- O estigma de “temos bons miúdos da academia, temos que os aproveitar” obriga o Sporting a considerar Carriço um central acabado, quando ele não é mais do que um miúdo assustado com vontade de fazer bem mas que ainda se deixa enredar nas incompetências próprias da sua inexperiência. Deste mal vivemos também há muitos anos no que respeita a Yannick, que de tantos altos e baixos exibicionais já parece um camelo, com muitas bossas e pouco pêlo.
- Depois há Evaldo que se recusa sempre a confirmar uma anterior razoável exibição, afundando-se numa fragilidade assustadora. Postiga e a sua sede de rematar sem parar e sem marcar, Patrício que de quando em vez retira da cartola o medo de sair atempadamente aos cruzamentos, Izmailov que esconde a sua genialidade numa timidez entristecida e o reforço americano que nos obriga a pensar se o basquetebol não seria mais adequado para ele.
Por fim, a nossa mania da grandeza. Não deveríamos ter sido medrosamente realistas como os benfiquistas e convidado uma equipa medíocre para a apresentação? Não, somos o Sporting. Aspiramos aos mais altos voos e não receamos sofrer desilusões. É também por isso que é um orgulho ser Sporting!
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Gestos simples num dia normal
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Uma forte candidata ao CEJ
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Embirrações de estimação
Eu pecador me confesso. Sou um tipo que embirra teimosa e irremediavelmente com determinadas pessoas, quase sempre aquelas que adoram ouvir-se esquecendo as vozes dos outros, as que se entregam à adulação de si próprias e a shows lamentáveis sobre toda a sua magnânime pessoa. Valter Hugo Mãe, escritor que nunca li e decidi hoje nunca lerei, andou em tudo o que é jornal e televisão a mostrar as suas lágrimas ao país que o viu nascer e ao país irmão, supostamente porque o seu amor pelos irmãos do outro lado do oceano não lhe cabe dentro do coração. Mais por curiosidade mórbida do que por interesse literário, folhei hoje duas obras suas numa livraria. Pelos vistos, andava distraído e temos aqui um novo Saramago. Não é que a vedeta se alcandorou aos voos do nosso Nobel e eliminou das suas eloquentes orações as maiúsculas? Saramago só há um e não tenho paciência para imitações baratas de lágrima fácil. Ora aqui está uma embirração de estimação para bem estimar e conservar.
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A ordem das coisas
Funções do Estado vão sofrer alterações profundas
Defende um amigo que o Ministro das Finanças esteve muito bem ao apresentar a ordem das coisas. Isto é, começou por anunciar que iria definir (neste caso redefinir) as funções do Estado, depois fixaria as funções a prosseguir a pelos diferentes níveis da Administração (Central, Local, Regional e Empresarial) e posteriormente estabelecer-se-ia a tipologia de estruturas organizacionais com as consequentes aprovações de leis orgânicas, etc., etc. Concordo em absoluto com a ordem das coisas, mas discordo completamente com a leitura bondosa que o meu amigo faz do anúncio ministerial. Isto é, começando pela definição das funções do Estado e consequentemente das respeitantes aos diferentes níveis da administração, diria que não me parece muito sério avançar com números sem ter feito ainda essa definição prévia. Fala o Senhor Ministro em cortes de 10%, mas o que fazer se os estudos permitirem concluir que o corte poderia e deveria ser de 20%? Abdica-se desses cortes e permite-se a continuação das gorduras indesejáveis? E se as conclusões forem no sentido de que para assegurar com um mínimo de qualidade funções essenciais/relevantes do Estado os cortes não poderão ir acima dos 5%? O povo, na sua infalível sabedoria, chama-lhe pôr a carroça à frente dos bois.
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Santos 4 - Flamengo 5
Onze minutos de pura magia. O terceiro golo do Santos é Pélé no corpo de Neymar, o hattrick de Ronaldinho devolve-nos as memórias de um génio, até o ex-sportinguista Deivid por lá andou a brilhar. Neymar será a nova e futura estrela do futebol brasileiro, mas ver Ronaldinho a meter a bola por baixo da barreira num livre directo é o que me enche o papo. Divinal, tudo divinal!
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Carlos Paredes - "Coimbra e o Mondego"
Dedicada às memórias estudantis dos meus pais, à minha família de Coimbra, aos meus imbatíveis amigos conimbricenses (vocês sabem quem são). Dedicada a uma cidade única.
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Ganda Ruben!
Não tive oportunidade de ver o jogo do Benfica, mas não queria deixar de dar os parabéns à agremiação benfiquista e aos meus amigos vermelhuscos pela vitória de 2-0 sobre o Trabzonspor. Ah, e já agora ao Ruben Amorim, esse rapaz que há meses que não cheirava a relva, mas que o mister Jesus decidiu pôr em campo para não fazer o pleno de 11 jogadores estrangeiros. Ó pró Ruben, a esticar a cabeça para furar por entre a armada latino-americana! Estica-te aí ó pequenino!
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É tão bom ser de um clube diferente
p.s. - A fotografia ilustra na perfeição o que Jesus e os dirigentes benfiquistas que o escolheram e legitimam se preocupam com o futebol português.
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Cormac McCarthy
“People were always getting ready for tomorrow. I didn't believe in that. Tomorrow wasn't getting ready for them. It didn't even know they were there.”