Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Pérolas do pensamento encontradas no facebook - VI
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Para lá dos gostos
Ter classe ou transbordar estilo não poderiam ser conceitos mais indeterminados. Os gostos não têm fim, a subjectividade de quem aprecia é discricionária até à ponta dos cabelos. Há quem se pele por preto e branco, há quem eleve aos céus todas as cores do arco-íris. Haverá contudo opiniões inaceitáveis. Como aquelas que não se curvem perante a majestática chegada desta moça. É o que se chama entrar a matar.
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Nacional 0 - Benfica 2
O Manchester City, clube detido por um qualquer magnata exótico que tem como hobbie gastar dinheiro com o futebol, andou durante anos a gastar milhões em busca da equipa perfeita. Este ano parece que encontraram a fórmula de sucesso, para isso tendo contratado neste e nos últimos anos jogadores como Aguero, Nasri, Silva, Balotelli, Tevez, Toure e Dzeko. Ontem, depois da vitória avassaladora sobre o Tottenham por 5-1, deu-se no site do “The Guardian” uma interessante discussão entre dois dos excelentes cronistas que acompanham os jogos da Premier League minuto a minuto. Enquanto um deles blasfemava contra os ordenados escandalosos pagos para atrair estes jogadores e o assédio desonesto que era feito aos melhores jogadores dos outros clubes sob contrato, o seu colega, cabisbaixo, imagino eu, ripostava simplesmente que conhecia bem essa triste situação, mas que tinha decidido deliciar-se com a possibilidade de ver jogar na mesma equipa artistas como Aguero, Nasri e Silva. “It´s easier this way”, foi a forma como o conformado jornalista rematou a discussão.
Como o nevoeiro não me permitiu ver parte do jogo de hoje do Benfica na Madeira, pergunto-me se será mais fácil aos adeptos do Benfica esquecerem que o seu clube esqueceu as suas raízes, os seus jogadores portugueses e o hábito de ter na equipa jogadores que sabiam o que era a mística benfiquista, em prol da arte dos seus ilusionistas brasileiros, argentinos, uruguaios e outros que tais. Bom, se calhar estou a ser injusto, afinal o City tinha no seu onze inicial 2 ou 3 jogadores ingleses, ao cabo que o Benfica nem um português para amostra. Sim, continuo a bater na mesma tecla, tenho alguma inclinação por causas justas que os poderes instalados tendem a varrer para baixo do tapete.
p.s. – Quando o nevoeiro levantou, deu para assistir ao Nacional a empurrar o Benfica para a sua área, procurando recuperar da desvantagem de um golo. Por acaso, ou talvez não, as dificuldades benfiquistas coincidiram com um muito conveniente julgamento do senhor Artur Soares Dias sobre uma falta perfeitamente banal, a meio campo, de um jogador do Nacional. Resultado desse extraordinário e ordinário julgamento do senhor Dias: segundo amarelo e expulsão do jogador João Aurélio do Nacional, fim da pressão da equipa do Nacional e tudo está bem quando acaba bem. O Benfica precisava desse jeitinho para ganhar o jogo? Provavelmente não, mas mais vale prevenir do que remediar.
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Estás aqui estás ali
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Sporting 2 - Marítimo 3
Mais do que me cansa a insistência de Domingos na dupla fabulosa Postiga – Yannick, duo que garante uma mão cheia de más recepções de bola, de passes sem sentido e de correrias estéreis (no caso de Yannick), bem acompanhadas à viola por persistente posicionamento em fora de jogo, tentativas esforçadas mas frustradas de fazer golos e por adornos imbecis a lances que deveriam ser simples, mais do que isso tudo que já não é pouco, enfada-me e revolta-me a facilidade com que os árbitros, na dúvida, decidem com muita certeza contra o Sporting. E não me venham com a merda da conversa que se jogássemos mais à bola não nos queixávamos tanto, porque jogos em que o Porto e o Benfica jogam uma miséria e recebem o precioso apito salvador já nós conhecemos bem e não são poucos.
Estou igualmente farto da tremideira que é assistir aos lances de bola parada contra o Sporting, onde os centímetros dos nossos defesas parece que são sempre poucos e a agressividade em atacar a bola um conceito ultrapassado. Mas, sobretudo, estou farto de ser roubado, como fui hoje com mais um golo limpo mal anulado. Por mim façam greve aos jogos do meu clube que neste momento nenhum árbitro da primeira categoria tem condições para apitar de forma isenta o Sporting!
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"O Assédio", de Arturo Pérez-Reverte
«Cádis, 1811. Nas ruas da mais liberal cidade europeia trava-se uma batalha muito singular. Jovens mulheres são encontradas mortas. E em cada lugar, momentos antes da descoberta do cadáver, explode uma bomba francesa. Estes acontecimentos traçam um estranho mapa sobre a cidade: um complexo tabuleiro de xadrez em que a mão de um misterioso jogador – um assassino impiedoso, o acaso, a direcção do vento, o cálculo das probabilidades – move as peças que determinam o destino dos protagonistas. Enredados neste enigmático jogo estão um polícia corrupto, a herdeira de um império comercial, um corsário sem escrúpulos, um taxidermista misantropo e espião, um guerrilheiro bondoso e um excêntrico artilheiro francês. O Assédio reconstrói a extraordinária pulsação de um mundo de oportunidades perdidas. Retrata o fim de uma era e um grupo de personagens condenadas pela História, sentenciadas a levar uma vida que, tal como a cidade que os alberga – uma Cádis equívoca, enigmática e contraditória –, nunca mais será a mesma.»
Imbuído de uma dolente preguiça, deixo aqui a sinopse da edição da ASA sobre esta boa surpresa que foi “O Assédio” e a descoberta de Pérez-Reverte. A sinopse não é grande espingarda, uma vez que dá a ideia de que o livro anda à volta dos assassinatos das mulheres e na caça ao assassino. Não, há muito mais. Há a resistência dos espanhóis às invasões francesas, entrando-se sub-reptícia e ardilosamente nas características de um povo, nas forças que o movem e nas fraquezas que o destroem. Depois há os meandros da guerra e da estratégia militar, há a vida no mar e o código do que é ser marinheiro, há uma história de amor daquelas que nos cheiram a vida e não a episódios de telenovela. E há honra e cobardia e os inevitáveis duelos. Tudo para recebermos de mão beijada muitas vidas que sabem a realidade, muitas histórias que nos marcam, muita condição humana que reconhecemos como a nossa.
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Manuel Machadês - vamos sentir a sua falta
Lido no facebook com muito agrado:
Os jornais dizem que "Manuel Machado deixa Guimarães". O Manuel Machado não "dei...xa", quanto muito: "analisou a fluidez interpretativa dos resultados face à assumpção da meta que perseguia e concluiu que os procedimentos eram deficitários e que a melhor opção era abandonar e indagar da disponibilidade de outra colectividade desportiva que melhor contextualize os seus processos interpretativos daquele que é o desporto monárquico em solo nacional.”
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Barcelona 2 - Porto 0
O Porto fez um jogo fantástico contra a melhor equipa do mundo, mas foi vítima de uma infelicidade de Guarin e do temor reverencial da equipa de arbitragem perante o poderio e a influência do Barcelona. Do porto dá para perceber que com Vitor Pereira manter-se-á a consistência, o bom futebol e muito provavelmente o domínio no campeonato português. Já para outros voos internacionais a falta de Falcão não permitirá certamente ao dragão voar tão alto. Kléber é tenrinho e parece-me que a saída de Falcão não foi ainda minimamente compensada. Mais uma vez, quem topou bem que com este tipo de protecção da arbitragem começa a tornar-se missão impossível derrubar o Barcelona, foi Mourinho. Percebeu que não seria com queixinhas ou conferências de imprensa amarguradas que conseguiria acabar com esta protecção, pelo que decidiu meter o dedo na ferida (ou no olho, melhor dizendo). Parabéns aos meus amigos portistas, dignificaram e bem o futebol português.
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A sabedoria da mãe da Beth
«My mother wisely made very sure when I was young that I wouldn’t get big-headed about my looks. She said, “You have nice eyes, but they’re only nice as long as the expression in back of them is nice. And that depends solely on what you are as a person inside. You are not beautiful, but you can be attractive when you’re nice inside.”» - Elizabeth Taylor
(Descaradamente roubado daqui: http://vintagegal.tumblr.com)
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Sporting 2 - Nordsjaelan (ou qualquer coisa assim) 1
Regressado de Alvalade dois sentimentos contraditórios dominam-me. Se por um lado fica a sensação de que esta equipa e alguns jogadores querem arrancar da estagnação, por outro persiste uma sensação incómoda, um desesperança que nasce do azar que persegueo Sporting, como se o passado recente o impedisse de aspirar a outros voos. Domingos quer pôr a equipa a jogar mais futebol, mas luta contra essa maldição que paira e contra alguma teimosia. Hoje, ao vivo, ficou claro para mim que Postiga é finito. Chuta insistentemente para fora ou à figura do guarda-redes, não passa a bola aos colegas melhor colocados, mata demasiadas jogadas por passes errados. Yannick que esteve hoje muito combativo e rematador, viu-lhe ser dado por Domingos o prémio de ser substituído ficando o ineficaz Hélder em campo. Porquê Domingos?
Capel é um deleite, falta-lhe só mais gente competente lá à frente que lhe permita libertar a bola mais cedo e que lhe aproveite os cruzamentos. Schaars seria um jogador muito útil num meio campo de gente criativa, assim é apenas um jogador que nada adianta contra equipas fracas contra as quais é preciso desequilibrar e não defender. André Santos foi um óptimo sinal para Rinaudo e Schaars, que têm que jogar bastante mais para lhe tomar o lugar. Polga fez um jogo perfeito, já ponho a hipótese de Domingos ter conseguido recuperar o grande central que ele já foi. Bojinov mostrou a Domingos o que deve fazer um ponta de lança: quando não tem possibilidades de marcar, não deve inventar ou rematar à toa mas procurar assistir os companheiros com mestria. Com ele e Jéffren o Sporting ficará bem mais forte, vamos confiar, vamos confiar. Parabéns rapazes!