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É nas pequenas coisas

Segunda-feira, 31.10.11

 

 

Algures, inspirado sabe Deus por que musa, algum pensador desse fenómeno dos tempos modernos que são as grandes superfícies, inventou as caixas self express. O conceito é simples - os consumidores dispensam as funcionárias da caixa e utilizam máquinas para automaticamente pagarem as suas compras. Ganha o empresário porque poupa dinheiro em funcionários, ganha o consumidor porque para a compra de um número reduzido de produtos poupa tempo evitando as demoradas filas. Uma situação win win. Mas como não há bela sem senão, alguém decidiu exportar esta solução para o mercado português. E aí é que a porca torce o rabo. Ele é gente com cestinhos com uma catraifada de produtos violando os limites de quantidades, ele é conversas e risotas aquando da utilização das máquinas desprezando os restantes fregueses que engrossam a fila, ele é uma inata incapacidade para perceber o funcionamento do bicho, enfim, tudo o que poderia servir para aumentar vendas e descomplicar a vida dos clientes parece não funcionar. É frequente vermos estas caixas com um enxame de funcionárias a tentarem resolver as incompetências e desrespeitos de fregueses desvairados ou distraídos, confirmando-se que aquilo que poderia ser um ganho de produtividade para o empresário e um ganho de comodidade para o cliente se torna assim num pequeno inferno lusitano. É também nas pequenas coisas que se percebem as grandes desgraças.

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publicado por bolaseletras às 10:00

Feirense 0 - Sporting 2

Domingo, 30.10.11

 

 

Desterrado no Algarve, a onda leonina “obrigou-me” a abandonar a família e a instalar-me incógnito num qualquer café da capital algarvia, maioritariamente infestada por adeptos vermelhuscos. Entre bocas do género “o João Pereira é bom jogador para uma equipa mediana” e “contra menos um e com penalties manhosos é fácil ganhar”, lá fui resistindo estoicamente às provocações. Sim, porque basta eu estar 5 minutos a assistir a um jogo do Sporting para toda a gente perceber que o sangue que me corre nas veias é verde. Como para grandes males nada como grandes remédios, um forte e decidido GOLO aquando do golo da confirmação da 10ª vitória consecutiva amochou os vermelhuscos provocadores.

 

Quanto ao jogo é de sublinhar que não foi dos melhores jogos que este Sporting vem fazendo, mas contra 11 rapazes a pôr em campo futebol à la Quim Machado nem o Barcelona joga bem à bola. Como é esse estilo futebolístico? Simples. Trocam-se os pés por machados e tenta-se cortar pela raiz quem se atreva a evoluir com a bola controlada contra a nossa baliza. Quanto a destaques individuais cada vez mais aprecio a classe e frieza de WolfsIceman, as bolas paradas e o “cimento” de Schaars, a robustez enérgica e incisiva de Rinaudo, a persistência de Capel e a dolente arte de Carrillo. Quanto à defesa, o que Domingos conseguiu fazer com a consistência deste sector é brilhante. Carriço hoje fez uma exibição perfeita, demonstrando uma admirável personalidade para um jovem que foi secundarizado na equipa. João Pereira defendeu tão bem como atacou, e o americano e Insua completaram o equilíbrio do quarteto defensivo. Matishow é daqueles jogadores que por vezes erra, mas quem percebe de futebol sabe que quem mais arrisca tende a errar mais. Matias Fernandez está em grande forma, mexeu muito com a equipa e ainda conseguiu recuperações defensivas de assinalar. Jeffrén com mais ritmo será uma alternativa de luxo, o que aliado ao jeitinho de Domingos para perceber o jogo enquanto este se desenrola pode ser fundamental (lesionado outra vez, Jéffren? Mau…). O que há a melhorar? Conseguir prestar mais apoio e entregar mais bolas jogáveis a WolfsIceman, este rapaz merece ter mais vezes a bola. De resto, o caminho faz-se caminhando e o Sporting vai na direcção certa. Força rapazes!

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publicado por bolaseletras às 22:43

A porta entreaberta para Don DeLillo

Domingo, 30.10.11

 

 

Já aqui me debrucei sobre alguns livros de Don DeLillo, sabendo que nunca serão suficientes todas as pérolas da sua inigualável obra que for semeando pelo blog. Este fim-de-semana a Clara Ferreira Alves foi passear a Nova Iorque e aproveitou para fazer a entrevista de uma vida ao escritor americano. A entrevista é um deleite, sobretudo quando ele nos entreabre a porta da sua genialidade, simples e seca como uma pedra abandonada no deserto: “(…) preciso de pôr o meu trabalho em três dimensões. Não posso dizer: Charles era infeliz. Tenho de dizer: Charles sentou-se na cadeira e olhou para o chão, para o espaço entre os seus pés”.

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publicado por bolaseletras às 00:35

Black Keys - "Lonely boys"

Sábado, 29.10.11

Belo som e bom vídeo, poupadinho como aconselham os tempos de crise. Para prender a atenção não são precisos milhões, basta um Michael Jackson dos tempos modernos.

 

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publicado por bolaseletras às 14:32

Erguei-vos, boa gente dos Olivais!

Sexta-feira, 28.10.11

 

 

O que é que eu penso das tesouradas que me vão dar nos subsídios de Natal e de férias dos próximos 2 anos e em metade deste ano? 

 

Resumidamente, para mim ou se despediam os 100.000 pior avaliados nos últimos anos, ou se cortava nos subsídios dos piores avaliados. O problema que estas medidas trouxeram é que com medidas cegas se acaba com a motivação de quem trabalha e produz, à custa de quem nos dá mau nome. O que falta neste país é meritocracia, é preciso ter coragem para a impor. Epá, espera lá, nada disso. Para se despedir quem trabalha mal na função pública, devia-se primeiro despedir a corja de funcionários e empresários do privado que ano após ano faz com que a maioria das empresas portuguesas apresentem prejuízo, sobrevivendo através dos subsídios estatais, da fuga ao fisco e da economia paralela. Como nada disso é também feito no privado, despedia o Governo e metia lá sei eu bem quem. Isto é, metia a mandar neste país mal frequentado a malta dos Olivais, que enquanto não se der ao trabalho de se juntar para governar esta tropa fandanga não saímos da lama. A bem da Nação!

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publicado por bolaseletras às 18:29

A sereia negra (para esquecer a crise)

Quinta-feira, 27.10.11

 

 

A sereia negra é a mulher que nos resgata à modorra da vida, o veneno que nos turva a visão mas que assumidamente devoramos em goladas insaciáveis. A sereia negra é a razão porque não nos importamos de morrer novos, porque esquecemos tudo, porque destruímos todo um futuro em prol do momento. A sereia negra é a mulher parasita, é o felino que não falha a dentada fatal.

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publicado por bolaseletras às 18:33

Que saudades da televisão a preto e branco

Quarta-feira, 26.10.11

 

 

A mensagem que acima se transmite é uma impossibilidade, um grito desesperado contra a maré que nos esmaga contra as rochas do soundbyte. Nos dias de hoje o que acontece é o que passa na televisão, as mortes que o povo em uníssono chora são as que têm direito a horário nobre, os crimes que nos atormentam e fecham em casa são os que “cheiraram” a audiência certa aos donos do canal que brilha no fundo da sala. As próprias decisões dos políticos são condicionadas pela notícia que abre o telejornal das 20h, quer seja a reprimenda aos rapazes mal comportados que recebem pensões vitalícias para juntar ao pecúlio auferido no privado, quer sejam compensações para apoiar os desgraçados que vivendo longe da terra precisam de um pé de meia extra, pouco interessando que tenham casa montada logo ao lado do palácio de S. Bento. Longe vão os tempos em que antes da notícia se anunciar nos ecrãs dos nossos lares já os senhores que nos governavam (que nos tempos que correm se dedicam a cortar-nos as asas, a marimbarem-se para o facto das suas decisõeszinhas irem ou não dar cabo de uma vida, de uma família ou de um punhado de sonhos), como dizia, longe vão os tempos em que esses senhores, percebendo a iniquidade ou imoralidade do privilégio que a lei lhes concedia, dele abdicavam voluntariamente. Longe vão os tempos da televisão sem cor e dos políticos com valor.

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publicado por bolaseletras às 18:35

O Assédio - O mar

Terça-feira, 25.10.11

 

Tempestade no Mar de Galileu - Eugène Delacroix

 

"- Sabe o que me agrada na gente do mar, capitão? Ter viajado muito e falado pouco. Saber o que viu com os olhos, aprender muitas coisas sem as ler nos livros…Vocês, marinheiros, não precisam de muita companhia, porque sempre estiveram sós. E têm essa réstia de ingenuidade, ou inocência, daquele que vem a terra como quem entra num lugar seguro, desconhecido."

 

Não sendo um profundo conhecedor das gentes do mar, aprendi a conhecer alguém que cresceu no mar e dele viveu, que tem na pele as agruras que o sal cola à vida. E das histórias que a memória lhe cola aos dias reconheço a perfeição da caricatura elaborada por Pérez-Reverte. Os silêncios são os silêncios do mar sob o breu da noite, a ingenuidade é a de quem vive no mar imune à malícia humana e como tal não a conhece. No mar a solidão é acompanhada pela pura violência dos elementos, em terra a solidão encontra-se no meio dos homens. Um barco feito de casca de noz sob uma borrasca inclemente será sempre mais seguro que a terra triste e firme.

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publicado por bolaseletras às 18:20

Sporting 6 - Gil Vicente 1

Segunda-feira, 24.10.11

  

 

Um jogo que começa com um golo de Carriço com assistência de Polga, um jogo que contou ainda com dois golos de cabeça da pulga eléctrica Capel, é um jogo que espelha na perfeição o que elevados níveis de confiança podem fazer por uma equipa. Neste Sporting que gosta de jogar à bola, que a ganhar por 4-0 pressiona alto e num ritmo infernal o adversário, encontramos o Sporting que há muito ansiávamos. Domingos pegou numa mão cheia de novos jogadores e criou um grupo, uma corrente de jogadores em que cada elo alimenta o seguinte, uma equipa alimentada pela fome de vencer, pela qualidade individual dos jogadores e pela solidariedade de esforços de cada um.

 

 

 

A nível individual é impossível não destacar o nosso frenético e insaciável Capel, um rapaz que se percebe ter redescoberto o prazer de jogar futebol e que faz questão de agradecer isso em cada jogada, em cada passe, em cada cavalgada indomável. O trio do meio campo com Elias, Schaars e Rinaudo esteve irrepreensível, Matishow, aproveitando o abraço motivacional de Domingos, confirmou a vontade de se afirmar como indispensável (mas não vai ser fácil, nesta equipa em alta). Carrillo, em dois ou três pormenores, mostrou que tê-lo no banco é quase um crime lesa futebol, a facilidade com que dribla e arranca em progressão é rara e um bem precioso que convém não esconder (não vai ser fácil, Matishow). Wolfswinkel faz tudo com classe e mostra escola, faltou-lhe hoje uma ponta de sorte para marcar mais do que um golo. Bojinov começou hoje a mostrar-se e que importante seria ter mais um ponta de lança cheiinho de confiança para permitir esta nova nuance táctica. Domingos fez a equipa sorrir, os adeptos não param de apoiar e levar mais alto esta equipa. Começamos a perceber que tem tudo para dar certo, começamos a ter poucas dúvidas que este terá de ser o nosso ano. Força rapazes!

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publicado por bolaseletras às 22:27

Arte ou talvez não

Segunda-feira, 24.10.11

 

 

Não sei se é arte ou simples nudez. Haverá quem diga que é erotismo barato com aspirações a pornografia soft. Sei que uma mulher que se entrega sem pudor aos prazeres de um livro é pura sedução e beleza. E beleza é arte. E a arte conquista-nos pela sedução.

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publicado por bolaseletras às 18:12


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