Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Pernas para que vos quero - A prova física
Serão as pernas a principal marca da escondida e esmagada superioridade feminina face ao bicho homem?
Percebi-o ao longo de vivências, observações, troca de palavras, de fluidos e experiências com o belo sexo: na esmagadora maioria dos casos (há excepções, graças não a Deus, mas a alguns homens mais avisados) as mulheres são mais inteligentes, emocionalmente mais fortes, astutas e preparadas para encontrar o caminho do sucesso e do bem comum do que os homens. Apenas a força bruta, o compadrio e uma rede de mafiosos impede que o mundo seja gerido por mulheres, tornado melhor por elas, convertido a um novo paradigma: o da beleza, da elegância e do suave bem-estar. Se há prova física de que as mulheres nos deveriam remeter ao nosso cantinho, tamanha a superioridade que em muitos aspectos têm sobre nós, basta olhar para as suas pernas quando junto às nossas. Por amor de Deus, é patética a nossa figura! Verguemo-nos e entreguemo-nos nas suas mãos, nas suas pernas!!!
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Bruna, a WAG de Polga
Seria inevitável trazer à colação a Bruna Polga a esta série sobre Wags, tendo com conta os recentes acontecimentos sobre Anderson Polga. Este honrado jogador deixa o Sporting depois de anos de dedicação, zero golos no campeonato, zero campeonatos, muitas falhas, muitas gotas de suor, algumas lágrimas, muitos sprints perdidos mas, volto a reforçar este aspecto, muita dedicação à causa. Não nos deu títulos nem sucessos? Pois não, mas foi um dos nossos, lutou pelo Sporting, amou a nossa camisola inigualável. Como sportinguista, defendo que mais do que aplaudir e apoiar um clube que vence títulos, eu aplaudo e apoio o Sporting porque é o meu clube, o meu adorado clube, não fazendo depender esse amor de vitórias a todo o custo. E o Anderson trouxe-nos também a Bruna, um raio de luz ao já de si recheado universo feminino leonino. Obrigado Polga, obrigado Bruna, sejam felizes!
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The Shipping News
Um livro sobre amor, sobre as forças motrizes do amor, sobre a destruição ou a salvação que ele pode trazer às vidas de gente normal, porque o amor é sobretudo para gente normal (as estrelas, os ricos e os famosos raramente perdem tempo com o verdadeiro e cru amor). A originalidade das histórias de vida e amor que esta singular obra nos oferece está na linguagem, na paisagem que as envolve - os confins gelados da Terra Nova, um dos últimos territórios esquecidos do mundo. E porque houve gente mais ocupada na tarefa e capacitada para resumir The Shipping News deixo aqui as esclarecedoras palavras que surgem na capa da excelente edição da editora “Cavalo de Ferro”:
“O livro narra a vida de Quoyle, um homem derrotado que, abandonado pela mulher, desprezado por família e amigos e despedido do seu emprego parte para a Terra Nova onde deverá trabalhar no seu novo emprego: o jornal The Shipping News. Com as suas filhas pequenas que não lhe reconhecem qualquer autoridade paterna chega a uma terra fria onde as emoções humanas se encontram sobre camadas de gelo mas são muito mais quentes para poderem sobreviver. A vida de Quoyle vai transformar-se e ele terá a oportunidade de reconstruir-se enquanto ser humano."
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A doce solidão
Há multidões que me acolhem e fazem sentir em relativa paz. Quando o ruído se eleva ao ponto em que se torna indistinto e selvaticamente grupal, sem emissores identificáveis, é o momento em que me encontro, instalando-me confortavelmente na confusão indomável. Solidão por opção é isto: entregar-me nas garras de massas humanas sem nome, sem rosto, sem voz, ser por elas esquecido e abandonado num qualquer canto de uma qualquer esplanada interior de um monstro de vitrinas com saldos manhosos. Eu e o meu livro, eu e os meus pensamentos vazios, devorados pelo rugir da multidão.
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E. Annie Proulx
E. Annie Proulx, escritora e jornalista norte-americana nascida em 1935, não será das escritoras mais faladas e lidas do pequeno e fechado mundinho literário que é o do nosso Portugal. Alguns ter-se-ão cruzado com a obra dela por ter sido a autora do conto Brokeback Mountain que deu origem ao afamado filme romântico de cowboys gays. É mesmo assim, não vejo como resumir o filme de forma mais perfeita. Outros terão também assistido ao fabuloso filme The Shipping News protagonizado por estrelas como Kevin Spacey, Cate Blanchett e Julianne Moore. Eu, confesso, depois de assistir ao filme tive uma imensa curiosidade em ler o livro. E meus amigos, se gostam de literatura, de escrita perfeita, humana, a cheirar a corpos, a transpirar dor e amor, se gostam de entrar em fictícios mundos que nos envolvem sofregamente até se entranharem em nós e se tornarem naturalmente reais, mergulhem nas páginas de The Shipping News, uma obra original e dificilmente igualável.
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Cotillard, Marion Cotillard
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Vejam lá isso, rapazes
Com mais tempo irei debruçar-me sobre os últimos temas e polémicas da selecção, sobre as nossas esperanças e limites. Hoje, contra a Macedónia, poderá questionar-se se uma equipa deste nível seria a ideal para motivar jogadores habituados aos grandes palcos e que muito em breve se irão bater contra as melhores equipas da Europa. Quanto ao jogo, creio que foi nítido que a ligação entre sectores e jogadores está ainda muito verde, mas sobretudo que a motivação foi de facto afectada pelo factor “estes gajos são quase mais desconhecidos do que o Liechenstein”. Ronaldo, sem jogar muito, fez as despesas ofensivas da equipa e a equipa encostou-se ao brilho do seu expoente máximo. Há que trabalhar muito bem este aspecto, Paulo Bento: estes rapazes têm que perceber muito bem que mesmo jogando contra o Sudão do Sul envergar aquela camisola é a maior honra das suas vidas e terão sempre que dar tudo até à última gota de suor, independentemente do adversário. Os rapazes terão também que entranhar que Ronaldo é o complemento perfeito para uma boa equipa, mas que sozinho nada pode. Vejam lá isso, rapazes, vocês são capazes de muito mais e melhor.
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Valentina, a WAG de Zambrotta
A felicidade ou a capacidade de a alcançar constitui um dos maiores e mais bem guardados segredos da existência. Ver alguém realmente feliz é um milagre da condição humana, um forte dinamizador de invejas para gente mesquinha, aquele momento irrepetível que toda a gente anseia renovar. No caso de Zambrotta não restam dúvidas do motivo da sua felicidade: Valentina, uma divina mulher com a capacidade de fazer dos homens crianças, isto é, felizes como só as crianças o sabem ser.
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Uma agulha no palheiro
Não sei na pele, por não ter experiência própria, como terão sido os trabalhos dos nossos avós, bisavós, tetra-antepassados na árdua tarefa de manter os filhos vivos e de saúde, os fazer crescer felizes e com níveis de educação que lhes permitissem aspirar a “ter uma vida boa”, “ser alguém na vida” ou “proverem ao seu sustento e dos seus”, escolha-se aquela expressão que melhor se adeque ao grau de ambição das nossas sementes genéticas. Os tempos hoje, apesar de mais amigáveis em termos de cuidados de saúde e abundância alimentar, serão mais complexos no que à educação e adaptação ao meio social respeita? Não sei. Mas sei que a grande cidade, a labiríntica e inexpugnável rede de interesses que alberga, a miríade de conhecimentos e de ramais do saber que se nos oferecem, são meio caminho andado para nos perdermos, são a forma mais fácil de uma opção estar sempre mais próxima de ser a errada.
Devemos dar a mão e conduzir o neófito por entre a multidão de pessoas que se acotovelam para conquistar um lugar na carruagem do metropolitano ou, ao invés, devemos deixar que porfie até encontrar uma frincha por entre a multidão implacável? Provavelmente andamos em busca de soluções para problemas e dificuldades que são os verdadeiros problemas e dificuldades. Isto é, não devíamos procurar formas de contornar os obstáculos que a malfadada vida moderna nos oferece, mas sim começar estes trabalhos por demolir e deitar por terra a vida moderna que cegamente erguemos. Por vezes é preciso destruir a obra para criar algo que realmente valha a pena.
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Pernas para que vos quero - O pecado sobre muletas de carne
O andar de gata com cio, o roçar sem tocar dos joelhos, as pernas que se cruzam e entrecruzam enquanto o corpo desliza e os olhos esquecem a cara, a mulher e perdem-se nas pernas, nas impossíveis muletas de carne que levitam aquela sereia terrestre. Há pernas que deviam ser proibidas, vestidinhos votados ao degredo, condenados à excomunhão eterna. Porque a carne é fraca e o pecado mora ao lado.