Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Epá, parem lá de nos ajudar!!!
Maioria antecipa fim do debate para evitar 'manif'
"Esta senhora, que recebe uma reforma "engraçada" por ter trabalhado poucos anos mas acha bem que o povinho só a possa receber a partir dos 65 e em formato de esmola, também faz parte daquele grupo que gosta de enganar o povo fugindo dele. É daquelas que gosta muito de ajudar pobrezinhos, e para isso acontecer há que os criar. Só vão ouvir o povo quando? Se têm razão enfrentem as pessoas e expliquem-lhes o que se passa, isso sim é governar. Já não sei quem é pior – aqueles que roubam, para si, sabendo que estão a prejudicar os outros (JS) se aqueles que roubam porque acreditam que isso ajuda quem é roubado (PPC). Esta esquizofrenia irá levar-nos ao suicídio colectivo final."
Momento de revolucionária lucidez de um amigo no facebook. Mais coisa menos coisa está aqui quase tudo. A incompetência comunicacional do Governo, a degradação de órgãos de soberania que nos tínhamos habituado a respeitar, o cinismo infantil e idiota de quem insiste em soluções que nos afundam cada vez mais. Só espero que a previsão final do compadre Antunes não seja assim tão certeira…
Autoria e outros dados (tags, etc)
No fio da navalha
Vivemos no fio da navalha. A fronteira entre amar e odiar é assustadoramente frágil, navegamos em águas turvas, em mares nunca dantes navegados. Porque tudo muda demasiado depressa sentimo-nos crescentemente incapazes de ancorar valores sólidos na vida e nas relações com os outros. O mundo obriga-nos a constantes mutações, mergulhamos na incessante busca de nos adaptarmos à realidade que não cessa de nos atropelar. Ansiamos por fazer o bem mas sentimos as garras das tentações sempre demasiado perto, perigosamente aguçadas e com o gosto irresistível do canto das sereias. A sedução com sabor a mel e a fel, o fim da fronteira.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sporting 0 - Académica 0
Este será inequivocamente o pior Sporting que já vi jogar. Não o que tem os piores jogadores, mas o mais desconexo, com jogadores afogados em nervos e medos, com ausência de estratégia, com falta de vergonha e ainda menos ambição. Estou farto de tentar levantar a moral destes tipos, de encontrar explicações para tantos erros e tão poucos feitos. Só neste clube um presidente escolhe dois treinadores (já nem conto com Oceano) porque os considera os líderes adequados para o seu projeto futebolístico, despede-os juntamente com os directores da área que também escolheu, e se mantém no lugar impune e convicto da sua genialidade. Domingos falhou porque perdeu a mão na equipa, Sá Pinto falhou porque quis mudar tudo o que sempre foi e o destacou, trocando o seu ímpeto, raiva e garra por uma patética imagem de ponderação e serenidade sabichona. Com isso Sá perdeu a credibilidade perante a equipa e também boa parte dos adeptos.
Oceano só tem que ser reconhecido como fiel servidor do clube, independentemente dos resultados. Obrigado pela dedicação, grande capitão. Vercauteren? Não sei. Godinho não disse porque o escolheu, porquê este perfil de treinador, que feitos fenomenais o recomendam, que qualidades detém o belga para resgatar a equipa do fundo do poço. Mais um tiro no escuro, mais um prego no caixão.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Rooney, jornalistas a sério e o apito encarnado
"On Rooney playing deep, isn't it a sign that he is becoming the player he always should have been," says Edward Evans. "Just because he is balding doesn't mean he should try to be Alan Shearer. He was supposed to be the great English no. 10, and there is still time for that, especially if, as he admits, he has lost a yard of pace."
Num punhado de palavras o jornalista do The Guardian consegue o seguinte milagre: faz uma análise do que foi, deveria ter sido e ainda poderá ser a carreira de Wayne Rooney, brinda-nos com o inefável humor britânico e com uma análise sobre a natureza humana e a influência que ela pode ter no sucesso ou desgraça de um homem ou de um jogador de futebol. Isto tudo enquanto decorria um duelo extraordinário, com voltas e reviravoltas no marcador, as raposas do velho Ferguson contra os campeões europeus da milionária raposa russa. Depois, fomos confrontados com o problema do costume: isto do futebol ser jogado por homens mas decidido pelos homens do apito é um aborrecimento. Isto das coisas da bola reflectirem as desgraças da condição humana acaba por ser uma ainda maior chatice.
Autoria e outros dados (tags, etc)
"O Anjo Ancorado" - Demasiado ruído
“O falar alto, só para si, é um excitante intelectual, um devaneio dos solitários, sonho ou vingança. Tecem diálogos ao espelho as burguesinhas das vilas, fala o cego para o surdo sobre o mundo que os rodeia. Canta o galo capado, poucos o entendem. E poetas há, por essas secretarias e repartições, que vagueiam alta noite nas ruas da Baixa a esmiuçarem conversas de sua imaginação. É natural. Vivemos numa época em que cada qual fala para si mesmo na companhia de muitos outros.”
Falamos cada vez mais alto, para todos e para nós. Em simultâneo, cada vez menos ouvimos o que todos dizemos. O barulho ensurdece-nos, cega-nos, torna-nos baços para alguns e invisíveis para outros. Em busca de quem nos oiça gritamos convicções e vociferamos apelos, bradamos ao espelho lamúrias de velhos ressabiados, preenchemos a vida de queixumes contra um mundo que teima em não compreender a perfeição da ideia que para ele delineámos. Podia ser tudo melhor, podíamos falar mais baixo, ouvir mais, esperar mais e correr menos. Não sendo fácil, também não deverá ser assim tão difícil.
Autoria e outros dados (tags, etc)
A Brigitte Bardot deseja-nos um fim de semana relaxado
Autoria e outros dados (tags, etc)
Gosto muito de vocês, leõeszinhos (aviso à navegação leonina)
Tenho andado a brincar com assuntos sérios. Educar dois filhos passa por transmitir-lhes valores que honrem a pessoa humana, padrões de comportamento socialmente aceitáveis (não confundir com politicamente correctos) e, lá pelo meio, alguns vícios e gostos que julgamos como os mais adequados à formação de uma pessoa que…epá, uma pessoa que seja feliz, que saiba sorrir da adversidade e logo a seguir encontrar a solução para a mesma, enfim, um homem desenrascado e bem consigo e com a vida. E aqui vem esta história de fazer das crianças sportinguistas. Decidi assim porque o Sporting que aprendi a amar é um clube de valores, de adeptos fervorosos e fiéis, de gente de bem e competente. Os valores do clube mantêm-se, os adeptos apesar de tanta desgraça recente não deixam de apoiar o clube, mas a gente de bem e capaz que devia ocupar as cadeiras mais importantes do clube desapareceu. As elites do país desapareceram, as elites leoninas reformaram-se ou fartaram-se. Vou estar atento, vou dar mais uns anos, mas se não aparecer gente que devolva o meu Sporting ao seu passado de glória e honra vou deixar os meus filhos caminhar para onde os ventos os levarem. Porque mais importante que o Sporting são Eles.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sem palavras - O descanso dos guerreiros
Autoria e outros dados (tags, etc)
Até quando?
Nas Antas já não mora Hulk mas ainda por lá andam a fazer truques de magia James, Jackson Martinez, Moutinho e Lucho. Na Luz, depois da debandada de Javi Garcia e Witsel restam um Aimar em pré-reforma, um Cardozo envelhecido, um Rodrigo ainda demasiado tenro e agora um Lima em idade de regredir e não de melhorar. Em Alvalade já pouco resta para além de uma Direcção patética e errante e de doses cavalares de falta de bom senso. Para os lados do Bom Jesus vivem os guerreiros, uma equipa matreira e perita no contra ataque que vai fazendo umas gracinhas mas sem estaleca para os tão desejados títulos. No futebol como no resto o país definha por falta de dinheiro, de estratégia, de líderes sabedores e inspiradores. Restam o Porto e Pinto da Costa. Até quando?
Autoria e outros dados (tags, etc)
Onde é que já vai o Verão
Algum dia será estudado o impacto que os intermináveis dias de sol têm na motivação para o trabalho, na produtividade e capacidade de concentração das formiguinhas trabalhadoras que formam o tecido laboral lusitano. Algum dia será esmiuçado até ao tutano o impacto que a tristeza pelo fim do sol, pelos dias de chuva e de frio, pelas manhãs de nevoeiro e noites de tempestade têm na motivação para o trabalho, na produtividade e capacidade de concentração das formiguinhas trabalhadoras que formam o tecido laboral lusitano.