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Das contradições internas desse bicho, o ser humano

Quinta-feira, 31.10.13

 

 

 "Tough love", fotografado por Steven Klein

 

O amor nunca foi um passeio por uma alameda paradisíaca ladeada por anjos celestes, docilmente dedilhando as harpas da felicidade. O amor é coisa dura, tarefa para gente sem medos, empresa para os que nada receiam. Todos têm acesso ao bilhete para o espectáculo do amor, mas poucos são os que dignificam esse magnífico evento que a vida, mal ou bem, nos vai proporcionando. O povo diz que quem feio ama bonito lhe  parece, mas bastas vezes é esquecido, por esse povo que tanto ama amar, que o bonito que os amantes projectam no objecto do amor é não raras vezes a beleza que procuram ver, mesmo que ela seja uma realidade inexistente. É essa insistência em procurarmo-nos nos outros, reconhecermo-nos neles, encontrando assim o conforto ideal para podermos amar, que demasiadas vezes é o fruto do fim do amor. A vontade ou o impulso do amor é, acreditem que é mesmo (!!!), um grito inconsciente que libertamos, um “estou farto de mim, preciso de ti!!!”. Porque traímos então essa fuga de nós com a busca de nós? Não faço a mínima ideia, ninguém o sabe. O amor também é isto.

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publicado por bolaseletras às 18:14

Da desobediência civil e parental

Quarta-feira, 30.10.13

 

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publicado por bolaseletras às 20:36

Suspensos no tempo

Terça-feira, 29.10.13

 

 

Mesmo que o quiséssemos não conseguiríamos contabilizar os momentos de paixão que se desenrolam à nossa volta, na mesa ao lado, no bulício do metropolitano ou do hipermercado, no caos do trânsito ou por entre o barulho das luzes de um qualquer bar em que escolhemos refugiar-nos. Esses momentos correspondem a suspensões do tempo, do som e da fúria avassaladora dos segundos a esgotar-se, esses momentos são o que permitem que a vida avance. Mais do que estar atentos à ocorrência dos mesmos (assistirmos ou não a essa magia inigualável pouca diferença faria para o casulo que o amor vai tecendo), deveríamos pensar se estamos a contribuir decentemente para que a vida vá avançando. Olhar menos e fazer mais, seria o ditado popular que resumiria esta importante reflexão. 

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publicado por bolaseletras às 18:01

O Manuel e o grito de Munch

Segunda-feira, 28.10.13

 

 

Por terras facebookianas sigo um homem que não conheço, Manuel Forjaz de seu nome (http://forjaz.com/).  O Manuel insiste diariamente em escrever pérolas sobre os mais variados temas. O Manuel está doente e insiste também em combater a doença (sim, aquela maldita doença, o cancro) com um entusiasmo, uma raiva e um realismo que abanam o espírito mais macambúzio. Diz-me um amigo que também o segue que isto da morte andar a rondar deve ajudar a escrever sem meias medidas, a ir ao cerne das questões. Eu cá não sei nada disso, mas desconfio que mesmo são como um pero este homem escrevia e pensava fora da caixa. Deixo aqui uma das mais recentes pérolas do Manuel:

 

"Gelada no semáforo de peões da Rua Politécnica, o espectro de uma mulher, camiseiro rosa e calças pretas; não esperava a mudança de sinal, esperava tudo, a vida que não chegava, uma luz; olhos, nariz, testa, cabelos tudo caído, um desarranjo quase requiem; nunca vi, a não ser talvez no sentido do medo e desespero, no grito de Munch, uma tão plástica representação da tristeza; num segundo suspira quase até rebentar e deixa os ombros cair quase até ao chão....não podia ter ido mais fundo...devia ter parado a mota; devia ter-lhe ido dar um abraço! perdi uma oportunidade de fazer a diferença no dia de alguém que precisava...

Somos assim a maioria; guardamos para nós o que temos para dar de borla; pressionados, condicionados desde pequenos a estar longe, a estar só, a não ser ridículos.

Está quase tudo para re-escrever no modo como crescemos e nos tornamos estas pessoas que seguem em frente!"

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publicado por bolaseletras às 20:33

RIP Lou Reed / (Porto 3 / Sporting1)

Domingo, 27.10.13

 

 

Antes de mais, em homenagem a Lou Reed, este teria sido o jogo perfeito para me proporcionar um dia perfeito. Deixa estar, Lou, percebo que tenhas outras preocupações, outras cunhas para meter ao criador. Ainda assim, obrigado por tudo, Lou Reed!

 

Quanto ao meu Sporting, que dizer? Muito simples: mostrámos personalidade, mas cometemos dois erros defensivos fatais. O Sporting poderia ter ganho este jogo? Até podia, mas as probabilidades iriam sempre ser bem menores. Porquê? Porque os dois centrais do Porto colocam os nossos num chinelo, porque Alex Sandro é um lateral de classe mundial, porque Jackson assusta mesmo sem marcar, porque Lucho enquanto não arrumar as botas espalhará luxo pelas relvas. Ah, e só para chatear, mais um jogador que demos ao mundo, o Varela, fez uma das melhores exibições que lhe vi fazer.

 

De verde e branco dois centrais esforçados que chegam para 90% dos jogos do campeonato, mas não para jogos desta exigência. Não se pode ir à queima como foram Maurício e Rojo nos 2 primeiros golos azuis e brancos. Cédric ataca bem mas hoje de Varela só lhe sentiu o cheiro. Adrien e André Martins esbanjarão sempre em técnica e classe o que lhes falta em poder de choque e intensidade (André Martins a perder em velocidade com Lucho só acontece porque este último é mais intenso e focado, apesar de mais lento que o André). Wilson Eduardo assustou-se com os nomes, Carrillo andou sempre perto de brilhar mas faltou-lhe aquele bocadinho…o bocadinho da sorte que não permitiu a Montero evitar a defesa da noite de Helton. Estamos a crescer, rapazes, não desistam que ainda podemos fazer coisas bonitas.

 

p.s. – A exibição de classe, autoridade, sangue frio, capacidade de passe e inteligência táctica de William Carvalho ameaçam a minha vontade/teimosia em defender Paulo Bento contra tudo e contra todos. Paulo, já chega de teimosia.

 

p.s. 2 – Bruno, meu presidente, acho muito bem que respondas à altura às vozes bacocas do Norte. Ainda assim, agora prefiro que passes a focagem para o que é possível encontrar de reforços de Inverno para equilibrar esta boa equipa (prioridades: um n.º 10, um central rápido e com classe, um ponta de lança possante mas mais jeitoso que Slimani).

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publicado por bolaseletras às 22:15

Enquanto isso, por terras do Oriente

Sexta-feira, 25.10.13

 

 

Deixo o blog descansar, que ele, tal como eu, merece parar de pensar no fim-de-semana. Deixo-o e deixo-vos com esta imagem, este símbolo da beleza e do fascínio do Oriente. Porquê o Oriente? Porque acordei hoje com a boa nova que um amigo de outrora que ficou pelo Oriente, soltou pelo facebook: “It's official: I have found the love of my life!”. Não pode, não deve haver melhor despertar do que este.

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publicado por bolaseletras às 16:37

De que é feito um olhar?

Quinta-feira, 24.10.13

 

Fotografia de Willy Ronis

 

De que se alimenta o vazio e os sonhos por viver que bailam neste olhar? Do passado desperdiçado e corrompido pelas exigências de uma vida que não a almejada? De um futuro que nunca existiu mas que nunca desistiu de corroer o desejo? Do tempo que foge e jamais voltará? De amores não vividos ou mal vividos? Da relva que não se pisou, da chuva de que se fugiu, do calor excessivo enfrentado com demasiada roupa? Os olhos, o espelho da alma, são berlindes mortos quando por trás deles não há vida, quando escondem vidas secas, quando a estrada percorrida foi um traço contínuo, uma estrada sem curvas ou buracos no asfalto. No olhar, pode também dançar a valsa do arrependimento, mas o brilho dos olhos será bem mais baço se o lamento residir na ausência de ação em detrimento dos excessos da vida. Aliás, poucos são os que se mortificam por terem bebido a vida com goladas de sofreguidão, pois a opacidade do olhar está geralmente associada ao excesso de contemplação. De tanto olhar a janela da vida embaciou, faltou respirar sobre ela para dissipar o nevoeiro e descobrir a nitidez e o brilho esfusiante do astro rei - a vida como ela deve ser.

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publicado por bolaseletras às 17:51

Sobre maçãs podres e jornalistas com palas nos olhos

Quarta-feira, 23.10.13

 

 

Parece que o jogador João Moutinho decidiu pronunciar-se sobre o próximo F.C. Porto vs Sporting C.P no sentido de afirmar que preferia a vitória do Porto. Sobre isto, veio condescender o jornalista António Tadeia que compreendia a indignação dos sportinguistas mas que, deveriam compreender os mesmos, os formandos das escolas do Sporting não se reviam na cúpula da estrutura pelo que estavam doidos para dar o salto. Ainda segundo Tadeia, tal como Moutinho, também Bruma e Ilori teriam saído não por interesses pessoais ou, como quem diz, ambições/ganâncias financeiras dos próprios, mas porque, parece que o Sporting privilegiava, vejam lá, o ter a melhor escola em detrimento de ter a melhor equipa. Ok, concedo, a argumentação do senhor jornalista Tadeia até tem ponta por onde se lhe pegue. Mas esta estreiteza de visão, em que se defende uma teoria porque se partiu de uma ideia pré-concebida deita por terra toda a honestidade/fidedignidade de um raciocínio.

 

 

 

Olhemos para os factos. Bruma e Ilori eram uns miúdos com meia dúzia de jogos pela equipa principal do Sporting. O Sporting não tinha dinheiro para lhes pagar ordenados principescos, até porque o rendimento e as conquistas desportivas ainda não justificavam esse investimento. O Sporting augurava-lhes bom futuro, pelo que dentro das suas possibilidades propôs-lhes a renovação de contrato e o aumento do ordenado. Por entre maiores ou menores bolandas os dois rapazolas recusaram tudo em busca, não de uma melhor ou mais conquistadora equipa, como defende o jornalista Tadeia, mas de ordenados bem mais chorudos. Como se comprovará, o Liverpool e o Galatasaray não lhes darão os títulos que o jornalista Tadeia pretende fazer subentender terem sido o motivo das suas saídas conflituosas do Sporting. Os dois foram em busca de mais dinheiro, ponto! E Moutinho? Moutinho já não era um miúdo quando saiu, Moutinho forçou a saída pouco depois da renovação de contrato para ganhar mais dinheiro e, conceda-se, mais um ou outro título interno. Nada tenho contra a ambição dos jogadores e a busca de melhores condições, mas se exercida dentro dos deveres para com a instituição que lhes paga e dentro dos limites da lealdade e boa fé contratual. Moutinho, se tivesse nascido para o futebol nas escolas do Porto, estaria provavelmente a brilhar no campeonato cipriota ou romeno. Moutinho é, indubitavelmente, um rapazola ingrato e uma maçã podre que envergonha o futebol.

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publicado por bolaseletras às 18:09

O mundo está perigoso - A jangada de pedra

Terça-feira, 22.10.13

 

 

«Dois takes seguidos da Lusa mostram que a “Jangada de Pedra” do século XXI se partiu ao meio:

 

“Riqueza das famílias espanholas aumenta 19% e recupera nível antes da crise. Portugal com dívida pública de 124,1% e défice de 6,4% - Eurostat”»

 

Leio este comentário de um amigo jornalista no mural de lamentações que hoje em dia é o facebook e pergunto-me o que falta para que este país se parta, não ao meio, mas em estilhaços. Os espanhóis souberam bater o pé aos fanáticos ideólogos da troika, em Espanha nunca o povo deixou que os fanatismos de economistas casmurros valessem mais do que o medo de não serem financiados. Muitos pensam que os nossos governantes não têm alternativa, se a troika manda há que pôr a cabecinha entre as orelhas e obedecer cegamente. Mas será que esta gente pensa que interessa à troika deixar o país cair? Mas será que é preciso ser um génio para perceber que os constantes cortes nos ordenados, pensões, o diabo a sete, nunca resultarão numa descida de despesa proporcional, ou sequer semelhante, ao que se perderá em receita, em consumo interno? Não é preciso ser-se génio, basta não se ser uma combinação manhosa de rapazolas amedrontados e impreparados.

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publicado por bolaseletras às 17:40

Toucinho do céu servido na corda bamba (epá, desculpem lá, é segunda-feira, há que descomprimir...)

Segunda-feira, 21.10.13

 

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publicado por bolaseletras às 18:29


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