Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Um 2014 à grande para todos nós!
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Reflexão sobre as impossibilidades práticas que a vida nos coloca no caminho
"Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre. "
José Eduardo Agualusa
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Sporting 0 - Porto 0
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Força rapazes, vamos comer dragões!
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Rise up!
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Para 2014, deixemo-nos de merdas
Mal ou bem, mais reflectido ou mais por hábito, aproxima-se aquela altura do ano em que investimos alguns minutos (horas, vendemos nós, ufanos desse profundo exercício introspectivo) no balanço do ano, na preparação minuciosa do que deverão ser os 365 dias seguintes. Pensa-se e fala-se em sermos melhores pessoas, seguir renovados caminhos, evitar os erros de sempre. O meu conselho este ano foge um pouco a estas ideias bem intencionadas e que serão sempre de elogiar: deixem-se de merdas, façam mais pela vossa felicidade, busquem o vosso prazer mesmo que não seja exactamente o que vem nos evangelhos. A felicidade contagia, se vivermos felizes ao nosso redor haverá mais gente melhor com a vida. Pelo menos uma pessoa faremos feliz, nessa não falharemos. Vá, deixem-se de merdas.
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God save boxing day!
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Um dia a sabedoria bate-nos à porta
É cansativo escrever sobre aquilo que entendemos ser a felicidade, sobre o que num determinado momento acreditamos nos vá preencher. Cansa pensar que gostaríamos de lá chegar, cansa ainda mais a trágica percepção de que esse estado será sempre provisório. Há quem fuja dessa reflexão, há mesmo quem evite atingir, mesmo que temporariamente, esse estado, por não suportar a desilusão e a angústia do retorno à sua condição “normal”. O cansaço está em pensar nisso. Um dia havemos de ter a sabedoria de ir passando por essas situações de felicidade, disfrutar simplesmente desses momentos, sem pensar, não cuidando que estamos a ganhar e que logo mais perderemos. Um dia.
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Poesia de Natal, por Miguel Torga
HISTÓRIA ANTIGA
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
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E é isto, feliz Natal!
Caras leitoras, leitores, visitantes e curiosos,
que o calor Natalício vos aqueça os lares e que essa vaga de boas sensações se prolongue por todos os dias de 2014! Beijos e abraços, HOHOHO!