Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Estranhamente, uma grande foto em qualquer parte do mundo
Não há como fugir à espectacularidade desta imagem. Está lá tudo, não me desmintam. A ousadia, o nonsense, a afirmação inequívoca e corajosa de que as donas de casa modernas podem ser as divas de logo à noite, a mistura de motivos contrastantes (as t-shirts com motivos psicadélicos, as paredes pardacentas, os detergentes inibidores da líbido, o fio dental que desinibe a inibição). Uma grande foto só o é se mexe conosco. Não me digam que não, que não olharam duas vezes.
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Parabéns Paulinho!
Hoje faz anos o Grande Paulinho, roupeiro leonino, homem que faz tudo para o bem dos nossos rapazes, indefectível amante da causa leonina. Como muito bem disse Boeck, o Paulinho simboliza na perfeição como com esforço, dedicação, devoção e glória se podem ultrapassar todos os obstáculos da vida. Por outro lado, é através de exemplos como este que se encontra igualmente a alma do grande Sporting, um clube realmente diferente e para melhor. Parabéns Paulinho, o Sporting também és tu!
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Sade Adu e o eterno retorno
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Pode ser da paisagem, mas acho os preços muito em conta
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O momento fatídico em que o flash da felicidade nos cegou
Por Kurt Hutton, Southend, Inglaterra, 1938
Cruzo-me com esta fotografia por diversos sites e blogs, dir-se-ia que a aura de felicidade que transpira da mesma inspira a propagação desse maravilhoso vírus que é a felicidade, mesmo que momentânea, mesmo que a sua duração coincida e se esgote no segundo em que a máquina fotográfica disparou. Cada vez que com ela me encontro delicio-me com as gargalhadas estridentes, invejo-as, recuo aos tempos da irresponsável juventude (estive para escrever inocente mas a juventude de um cidadão olivalense é tudo menos inocente) e relembro noites sem fim na feira popular de Lisboa, recordo um dia inesquecível com uma trupe olivalense na Eurodisney de Paris (apesar de haver parceiros que partilharam esse dia comigo e que juram a pés juntos nunca lá terem estado…), enfim, devolvo ao calor da memória as memórias que realmente interessam. Onde, quando e porquê definhou esta capacidade inata de rir descontroladamente já não me recordo, mas acreditem que se me lembrar vou tentar apagar esse maldito momento da minha existência.
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O baú dos sonhos (por José Dalmeida e Maria Flores)
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Fehér e a morte do futebol
Hoje tinha decidido que o escrito sobre o futebol iria ser uma frase sucinta sobre o Miklos Fehér. Há 10 anos assisti em directo àquele segundo em que Miklos soçobrou no relvado, de imediato percebi que fora o fim. Até à confirmação da tragédia as lágrimas molharam-me a cara várias vezes, esquecendo os odioszinhos idiotas que tantas vezes deturpam tudo aquilo que deveria ser o desporto. Hoje, 10 anos depois, voltei a sentir uma tristeza profunda. Felizmente não tão profunda como a daquele dia em que morreu um homem que não deveria ter morrido, mas uma tristeza por sentir que o futebol fenece a pouco e pouco. Quando percebi que o jogo do Porto começara 3 minutos depois do apito inicial para o Penafiel-Sporting, quando vi uma mão na bola de um jogador do Penafiel ser olimpicamente ignorada na área, quando vi aquele penalty no último minuto que em Inglaterra seria um justo amarelo ao avançado, percebi que o futebol, como as pessoas, também pode morrer. Obrigado rapazes, leões que nos orgulham, gente que tão bem honrou a camisola. Não chorem, este futebol não merece as vossas lágrimas.
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Raquel Welch e o efeito de contágio
“Once you get rid of the idea that you must please other people before you please yourself, and you begin to follow your own instincts - only then can you be successful. You become more satisfied, and when you are, other people will tend to be satisfied by what you do.”
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Lisboa, 1993, por Gloria Rodriguez
Vou novamente falar mais do que o necessário. Chegará o dia em que me ajoelharei perante o adágio “uma imagem vale mais do que mil palavras” e farei do silêncio uma palavra sagrada e um acto de sapiência. Até lá, morreria se não dissesse que no olhar do homem de fato branco navegam todos os barcos que não chegaram ao porto desejado, nesse olhar de profunda e irrecuperável desolação jazem estilhaçados todos os sonhos que a realidade lhe negou. Depois, a selar a desgraça que se abate sobre o homem de pele escura e fato branco a figura de negro, um cálice de morte que se anuncia na parede suja. O engraxador? Como sempre, na vida, o consolo para a dor é remédio fraco para o mal que nos atormenta.
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Put yourself at stick!
Se há destino a que um dia a evolução humana nos conduzirá é ao ponto em que as mulheres perceberão, em definitivo, que estão melhores sozinhas do que a aturar-nos. É crescente o número de mulheres que se afirma na sua individualidade, rindo-se negligentemente dos tempos em que o complemento masculino era um ingrediente imprescindível para uma vida completa e socialmente aceitável. Entregam-se à natureza, às coisas do espírito, à arte, às séries de televisão, entregam-se a tantas distrações ou focos mais elevados que tudo aquilo que nós mediocremente lhes proporcionamos. Ah, e tal, e o sexo, e o amor, e os filhos, elas não podem viver sem nós! Tolices, palermices de quem não olha à sua volta. Já se deram conta do manancial de brinquedos sexualmente prazeirosos e bem mais competentes do que nós que por aí andam à distância de um clic na Internet? Já perceberam que as mulheres são as mais recentes predadoras, que o one night stand é terreno cada vez mais feminino? O amor? Mas nós algumas vezes soubemos amá-las como realmente merecem? Os filhos? Há muitas mulheres que sabem não ter nascido para parir, aturar, educar e obter a sua felicidade das maravilhas que as crianças nos propiciam e vivem muito bem sem isso. Além disso, como se percebe, a adopção é cada vez mais uma palavra banal no léxico gramatical dos tempos que vivemos. Já compreenderam que se não mudamos elas é que se mudam? Ponham-se a pau, companheiros, a coisa não está para brincadeiras.