Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Sporting 0 - Chelsea 1
A imagem supra, do maldito golo de Matic, mostra na perfeição uma das grandes qualidades deste Chelsea – uma enorme capacidade atlética. Como dizia alguém, por mais que viva nunca o Jonathan Silva (apesar da óptima exibição) conseguirá saltar a esta altura. As outras duas qualidades do Chelsea que o Sporting dificilmente conseguiria superar são uma irrepreensível agressividade sobre a bola e um sadismo perfeito no aproveitamento dos erros do adversário em simultâneo com uma forma de jogar que não admite erros próprio. Dificilmente o Sporting superaria essas qualidades, dizia eu, mas hoje poderia tê-lo feito não fosse um árbitro medíocre e bem conhecedor das compensações de beneficiar os clubes ricos. Parece calimerismo mas não, foi a pura e triste realidade do que hoje se passou em Alvalade.
Falando da exibição dos jogadores leoninos, que é o que deveria ter decidido o resultado final do jogo, sintetizo da seguinte forma: Nani e Carrilo jogadores à altura de uma Champions, Adrien e João Mário muito perto de merecerem escancarar as portas desse patamar de qualidade, Maurício bem melhor do que nos últimos jogos, laterais equilibrados e esforçados, Nabi Sarr por ora demasiado tenro, inexperiente e imaturo para o que se exige a um jogador titular do Sporting. O momento da noite, esse belo momento a fechar uma muito boa exibição do Sporting, foi quando o melhor treinador do mundo atravessou o relvado para cumprimentar o melhor jogador em campo - Rei Patrício. Well done, Jose.
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FORÇA RAPAZES, VAMOS A ELES!
Um clube por onde já passaram personagens deste calibre e com esta classe no vestir só pode ser o maior clube do mundo! Treme Mourinho, o leão tem fome!!! Sei bem que posso engolir estas palavras daqui a uma hora, mas este é o meu talisma, acreditar de forma completamente insana. GANHAR GANHAR GANHAR!!!
P.s. - Obrigado à Teresa por me ter dado nota desta fotografia fantástica;-).
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CAMPEÕES DA EUROPA!
Somos capazes de tudo, nós portugueses. Somos obstinados quando queremos, focamo-nos nos objetivos quando evitamos as clássicas distrações da nossa latina natureza, somos criativos, adaptáveis e capazes de suar até à última gota. Há muito que não sentia a face humedecida pela alegria de uma vitória desportiva de nossos representantes nacionais, mas ontem os garbosos Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro encheram-me de orgulho. Os campeões da Europa das últimas 7 edições - os nossos já clássicos adversários alemães - viram-se obrigados a vergar-se perante a enorme manifestação de querer, classe e insaciável fome de vencer lusitana. Estes rapazes são um exemplo para o país e para os nossos jovens que vivem massacrados pela ideia de que nascer português é um passaporte para o insucesso. Querer é poder, parabéns rapazes!
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Intimi(ssi)dades facebookianas
Querem saber algo ou tudo sobre alguém que não conhecem bem e sobre quem gostariam de saber um pouco mais? É pesquisarem no Facebook, esse livro a céu aberto (muitas vezes, esse esgoto a céu aberto) que, geralmente, a malta não se lembra que meio mundo pode ver o que por lá escrevem e, mesmo que se lembrasse, não saberia como aprimorar as definições de privacidade. Mas o FB serve para muito mais do que isso. Há por lá gente com uma incrível piada que, apesar de não conhecermos, passamos a seguir porque é amigo de um nosso amigo e nos viciámos nas suas publicações. É o meu caso, que sigo o amigo de um amigo que tem o hábito de abanar os alicerces da nossa seriedade com as suas desventuras do dia-a-dia. Ademais, o rapaz tem amigos e amigas espirituosos, como se percebe pelo diálogo que se seguiu a esta simples publicação:
“Os anúncios da Intimissimi fazem-me mal aos nervos.”
- “Não são maus, não...já vi pior e a pagar.”
- “Mas de alguma maneira sinto que estão a gozar comigo.”
- “É como um puto etíope ver um anúncio da McDonalds.”
- “Mas não são badalhocos...Está uma tipa a esfregar-se na cama com um soutien sem costuras e tu não dizes «ah sua rameira de higiene rude». Dizes: «Para com isso, estás a aleijar-me o coração. Toma uma aliança»."
- “Sinto exactamente o mesmo. Um suplício... Prefiro que me atirem imagens pornográficas para cima a essa insatisfação mais refinada que conseguem gerar enquanto nos roubam a auto-estima.”
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Sporting 1 - Porto 1
Se há coisa que me mexe com os nervos nos lusitanos hábitos é a facilidade em enaltecer e sobrevalorizar tudo o que vem de fora. Os “chicos” de Lopetegui e a equipa que o Porto está a construir, apesar de não ter defrontado um adversário realmente desafiante, já era quase considerada o Barcelona português. Eu, que pela primeira vez vi esta época um jogo inteiro da rapaziada nortenha cheguei a pensar que o pior Porto de Paulo Fonseca estava de volta. Sim, têm grandes jogadores, os tais que muitos milhões de euros permitem (Jackson é um ponta de lança fenomenal, Oliver e Brahimi têm enorme potencial), mas ainda não têm, longe disso, uma grande equipa. O Sporting melhora jogo a jogo, hoje com dois fantásticos Nani e Carrillo, um inebriante João Mário, um William Carvalho a crescer, crescer, crescer, mas, infelizmente, com dois centrais medianos e um ponta de lança muito lutador mas pouco mais do que isso. O Sporting foi muito melhor na primeira parte do que o Porto, o Porto foi um pouco melhor na segunda parte o que, em suma, faz do sporting o vencedor moral. É pouco? É, mas que dá moral para o que ainda aí vem, dá.
O último ponto da análise dedico-o a um jogador que nunca deixou de ter no clube que o viu nascer e que é desde sempre o seu único clube, o seu amor, uma turba de dedicados detractores. Falo de Rui Patrício, um excelente guarda-redes que na primeira parte se transfigurou em icebergue para gelar os nervos que habitam o ser humano e defender o remate de um isolado Jackson Martinez. Na segunda parte, não se distraiu com o susto que é olhar para Quasimodo Herrera, voou, pairou nas nuvens e deu uma miraculosa palmada na bola para a afastar das redes leoninas. Obrigado Rui, és grande, és nosso e é um orgulho ter-te connosco, desde sempre e para sempre.
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Como sou atrevido e insensato, aqui seguem os prognósticos antes do fim do jogo
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Sobre as ninfas do mar
"She reminded me of the sea; the way she came dancing towards you, wild and beautiful, and just when she was almost close enough to touch she’d rush away again."
Glenda Millard, A Small Free Kiss in the Dark
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...da grossa
Na vida de um blog e sobretudo do seu mentor, há sempre aquele dia em que a folha em branco se mantém em branco, naquele terror provocado pela falta de tempo, pela ausência de inspiração ou de posts em arquivo. Nesses casos, geralmente a solução para não deixar o blog em banho maria passa por colocar fotos de ninfas, umas piadolas, uns cartoons à maneira de “vamos lá encher o chouriço e isto até tem piada ou o bikini da moça até casa bem com o fundo do blog”. No entanto, assumo, o último post é próximo do lamentável, é coisa para reflectir e concluir “que bela merda de post”. As moçoilas têm sem dúvida um elevado calibre e uma generosa dose de graciosidade, mas a ligação com as tartarugas é forçada, infeliz, digna de um adolescente em busca da piada e da glória fácil. Assumo, fiz merda da grossa. E é neste ponto que eu quero tocar, na essencialidade de todos nós, em nossa casa, no nosso trabalho, sermos capazes de evitar as desculpas fáceis e a fuga à ocultação do sol com a peneira, repetindo, sempre que necessário, este libertador mantra: “Fiz merda da grossa”. O mundo seria um lugar bem melhor se alguns ministros assumissem que quando escolheram certos dirigentes ou braços direitos olharam mais para o cartão partidário ou para as relações pessoais, o que, naturalmente, só poderia ter um resultado prático: esse mesmo, merda da grossa. Isto aplica-se obviamente também a alguns dos melhores jogadores da bola ou aos treinadores destes que, ao invés de desviarem todas as atenções para o apito do árbitro que se manteve silencioso quando devia marcar aquele penalty mais do que evidente, esquecendo o remate para a bancada com a baliza escancarada, o 11 mal escalado, a substituição lamentável ou aquela entrada de carrinho assassina, deveriam simplesmente chutar a bola para a bancada e gritar ao vento: “Fiz merda da grossa!”. Acreditem, repitam o mantra, pode ser mais libertador do que o próprio acto físico em si. Experimentem lá: “Fiz merda da grossa”.
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Meninas, deixem as tartaruguinhas em paz
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O pós CEO e o Sporting a dizer presente (Gil Vicente 0 - Sporting 4)
Dois dias de prazeres gastronómico-vinícolas excelentemente acompanhados por horas de rabia, mergulhos na piscina, suecadas, jogos de tabuleiro e afins, souberam magnificamente. Dois dias em que os homens voltam a ser crianças e em que as suas responsabilidades retrocedem aos tempos da irresponsável adolescência, dois dias em que arrotar à mesa, deixar a louça suja por algumas horas e adormecer na relva do jardim não é pecado capital. Depois, o regresso embalado pela arte de João Mário, pela certeza de que Nani não é desta liga mas que é um deleite ter um aninho inteiro para degustar os seus petiscos, tudo bem embalado na suspeita de que este Benfica tem ainda muito por onde desabar e de que no seio deste Porto anda ali bicho da madeira a querer roer os alicerces. Ainda falta muito caminho, a esperança mantém-se verde, rapazes, vamos a eles!