Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Profundíssima reflexão sobre as mulheres dos outros
Eis acima mais um dos maravilhosos exemplos de como a natureza humana, muito em particular aquela que se atribui aos humanos do sexo masculino, é um caso de estudo para várias ciências, sendo que não é possível dar como certo que por mais que se investigue os porquês de determinados comportamentos estes sejam, afinal, compreendidos na sua plenitude. Os homens adoram mulheres bonitas, pelam-se por contemplá-las quando estas afirmam convictamente a sua beleza num top revelador, numa minissaia poderosíssima, em qualquer trapinho esvoaçante que lhes permita imaginar o inimaginável. Com raríssimas excepções, poucos serão aqueles que aplaudem, incentivam ou sequer aceitam de bom grado que a “sua” mulher se apresente em público nesses trajes, mais facilmente aceitando que desfilem com uma burka por entre as esplanadas de um solarengo dia de Verão. Não duvidem, minhas amigas e meus amigos, o pregão “o que é bom é para se ver” não foi de todo inventado por um homem. Se foi, foi-o por um celibatário ou por alguém que fez questão de apor ao mesmo uma cláusula em letras pequeninas que bradava ao mundo “para a minha mulher não!”.
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Portugal 2 - Sérvia 1
Neste preciso momento estão duas mãos cheias de especialistas da bola a perorar sobre o que Fernando Santos devia ter feito e não fez. Discorrerão sobre a desgraça Eliseu, sobre a veterania de outros e a aparente falta de renovação da selecção (Tiago, Bosingwa e Carvalho), criticarão mais uma exibição descolorida de Danny na selecção, a posição de CR7 em campo, a ausência de um ponta de lança no 11 e o diabo a 7. Sou até tipo para concordar com boa parte do que acima enumerei, mas como estou também farto de vitórias morais apetece-me dizer que Fernando Santos está de parabéns pelo resultado alcançado e, consequentemente, pelos jogadores e pela estratégia escolhida. Os restantes parabéns vão para metade da equipa no jogo de hoje - sim, são para ti João Duracell Moutinho.
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Gaba-te, cesta...
Se há quem diga que o pensamento de uma mulher é, dada a complexidade, imprevisibilidade e misterioso fascínio que associamos ao belo espécime, pouco mais do que imperscrutável, já a espuma leve e cristalina que passeia pelos labirintos da mente masculina é transparente como um fio de água da mais pura fonte. Lamento informar, minhas queridas e crentes amigas e leitoras: esse bicho que tantas vezes vos parece um amigo sensível e atento, mais não é que um predador mal disfarçado sob as vestes de cordeirinho imaculado. Obviamente que eu, ser realmente sensível, comprometido e alheio a torpes pensamentos pecaminosos, incluo-me no estrito clube VIP (opá, tão na moda que isto está) que sabe escutar e olhar nos olhos de uma mulher sem a despojar, na minha límpida imaginação, das suas protectoras indumentárias. Poderá haver também quem diga “gaba-te, cesta, que vais à vindima”, mas isso é o maléfico povo, sempre a ver maldade onde ela não existe.
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Acima do ás de copas, mesmo que trunfo? R: Huntington, Rosie Huntington
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O fantasma de Marine e a terrível chatice que é a realidade
Enquanto faço tempo para apanhar o voo para o Luxemburgo, leio a muito falada entrevista de Marine Le Pen ao Expresso. Alguns dos argumentos anti-emigração que apresenta são, além de politicamente incorrectos, pouco menos que alicerçados numa lógica racional indesmentível. De facto, receber emigrantes num país com 6 milhões de desempregados é pouco menos que, como ela sublinha, dar de comer aos vizinhos do prédio enquanto os filhos passam fome. Deixo a entrevista na parte em que ela fala na especial relação com os esforçados portugueses e como estes abominam também o actual descontrolo da emigração em França. Sento-me no avião junto de um simpático e jovem casal português emigrado no Luxemburgo com a sua filha de 7 meses. Ele deve andar por pouco mais de 20 anos, vive nesta terra emprestada há 16 anos, mas não deixou de ir mostrar à família da terra (uma aldeia entre a Figueira da Foz e Leiria) a filha preciosa. Diz-me que vive bastante bem, que há uns anos os patrões imploravam para os portugueses ficarem, mas que agora não há mais empregos. Pede-me desculpa mas diz-me que está farto de andar a pagar casas e subsídios aos novos emigrantes, também portugueses, que chegam e não têm trabalho. O governo tem que fechar as portas, pede novamente desculpa enquanto o reafirma. Marine Le Pen a vencer brevemente umas eleições? Não duvido, basta não querermos enfrentar a realidade.
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Isto não é, nem há, claramente, au Luxembourg
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Pausa para reflexão (e trabalho) au Luxembourg
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Sobre o estofo e a falta dele
O atraso para chegar à flash interview, a facies transtornada por um misto de desilusão passada e medo do futuro, a vozinha de eunuco, o patético lamento sobre a expulsão de Luisão, tudo sinais inequívocos de que Jesus, fazendo jus ao nome, não mais deixou de estar de joelhos desde aquela fatídica noite em que os joelhos lhe falharam. Somando a isto Lima a falhar o golo mais feito da sua carreira e Luisão a cometer o erro da época quando não o podia cometer, chega-se à conclusão de que os campeões não podem ser feitos só de colinho - um bocadinho de estofo também faz muita falta.
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Aos filhos e ao pai
Aos meus filhos, que fizeram de mim uma pessoa tão melhor, que fizeram com que redescobrisse o amor puro, desinteressado. Gostava de ter a sabedoria de os ajudar a ser felizes, muito felizes. Gostava também que esta viagem incessante que é o crescimento os fizesse desembocar numa última e aconchegante estação que se chamasse assim: “gente de bem”, que fossem gente do bem. Havemos de lá chegar, sem obsessões e disfrutando de cada momento. Um beijo para vocês, rapazes, que fazem a vida brilhar de uma forma tão especial. Um beijo e um obrigado ao meu pai que foi desbravando o caminho para que eu aqui chegasse e pudesse disfrutar de vocês.
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Leo Hart e se Deus gostasse de bola
A paixão do futebol tem inúmeras formas, mas para mim nada supera aqueles raros jogos em que um guarda-redes, naquela solidão avassaladora que é a sua morada entre os postes, desafia o impossível e o torna possível. Hoje Joe Hart acreditou ser invencível e transformou golos certos em milagres. Do outro lado, o extraterrestre Messi, a fazer magia em cada toque, em cada simulação, na decisiva assistência perfeita para Rakitic. O que me chateia e envergonha não conseguir apreciar em todo o seu esplendor o futebol de Messi devido ao Ronaldopatriotismo é coisa que vocês nem imaginam. Se Deus gostasse de futebol não tinha juntado na mesma geração Ronaldo e Messi. Não sei, digo eu.