Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
E a taça é nossa!
Primeiro, o habitual fado, uma expulsão aos 15 minutos de uma final que só poderia ser assinalada contra o Sporting. Ao intervalo 2-0 contra, um jogador a menos, quem acreditaria? Os jogadores acreditaram, o Marco acreditou, das fraquezas se fizeram forças, uma fé sem fim, um crer e um querer daqui até ao infinito. O orgulho que tenho nestes rapazes é hoje maior do que nunca. Parabéns rapazes, parabéns Marco, parabéns Bruno. Bruno, sê sereno e inteligente, engole um sapo se tiveres que o engolir, mas decide o melhor pelo Sporting, não dês um passo atrás, o Marco é o homem.
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Da série "mulheres portuguesas" - Catarina Furtado
Pondo de parte todas as opiniões contrárias e as possíveis polémicas que a afirmação seguinte possa provocar, é minha opinião, certa, sabida e inabalável, que a Catarina Furtado é a bonequinha, a princesinha, a menina bonita de Portugal, a nora que todos os sogros adorariam ter, a mulherzinha dos seus filhinhos queridos que todas as sogras se pelariam por massacrar, lenta e docemente, até ao fim da paciência da nossa bonequinha. É linda, é elegantemente boazona, tem um sorriso diáfano de eterna criança sem perder a sensualidade de uma matadora de luxo, tem aquele sinal de marca que a torna única (Ok, há a Cindy Crawford, mas essa já está acabada), está casada há uma data de anos com o mesmo homem, fez voluntariado com o nosso Guterres, o pai é aquele senhor simpático da RTP, nunca encheu as páginas das revistas cor-de-rosa com escândalos desmedidos nem se deixou seduzir pelas páginas/notas da Playboy portuguesa. A Catarina pode ser tudo o que quiser em Portugal e basta ela querer para nós sermos o que ela quiser. Catarina, candidata-te ao que quiseres, salva-nos do cinzentismo que nos mancha os telejornais e as manchetes diárias, candidata-te que já ganhaste!
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Da série "trocadalhos do carrilho"
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Tomem lá a Sara, só para abrir as hostilidades
Chega de sermos os piores inimigos de nós próprios! Basta de apenas destacarmos os defeitos típicos do mau português negligenciando tudo aqui que faz de nós, portugueses, os tipos mais porreiros e desenrascados do planeta! Toca a escorraçar aqueles que apontam o sol como causa de alguma moleza do nosso povo, toca sim a idolatrar o astro rei, a disfrutar do seu caloroso abraço, a potenciar e a aproveitar tudo o que de bom ele tem para nos dar! Chega de glosarmos com os supostos buços de algumas mulheres cá do burgo, fenómeno raro, em decadência e espacialmente acondicionado! Temos as mulheres mais sensuais, quentes, exóticas, glamourosamente sorridentes, livres, soltas e alegres do Universo! Tudo isto para dizer que se inicia aqui uma ode à mulher portuguesa, um poema às divas do nosso cantinho à beira mar plantado. Viva a deliciosa sardinha pequenina e a suculenta posta à Mirandesa! Viva a mulher portuguesa!
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Escola da vida sob o signo do leão
Ontem os meus dois rapazes participaram no sarau de ginástica do nosso grande Sporting, que teve lugar na Aula Magna. Se foi difícil conter as emoções ao vê-los radiantes enquanto exibiam as artes apreendidas durante o ano de aulas, isto perante centenas de espetadores, mais difícil foi esse exercício de contenção quando, já ao meu lado, na bancada, cantaram a plenos pulmões o hino do Sporting. O Sporting é muito mais do que bola, do que um campeonato, o Sporting é bem mais, bem mais meus amigos, do que um clube. É uma família, uma escola, uma lição contínua para a vida, para o convívio e a saúde física, a alegria de crescer com o desporto, de preferência sob o signo do leão. Esta foto/quadro fica para memória futura dos meus leões Miguel e Francisco, para se lembrarem que tudo aquilo que ontem fizeram e a que assistiram foi arte em movimento. Obrigado Sporting!
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Yes it does
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O sonho lindo de um mundo onde não se mascam palavras
A sua realidade residia unicamente nos livros, nas páginas em que mergulhava esquecendo-se de respirar, entregando-se a uma transe que a afastava de tudo o que não era a dança das letras. Não fugia do mundo, nunca fugira, simplesmente nunca se reconhecera naquele lugar estranho onde fisicamente existia, onde as palavras eram mal tratadas, onde as frases não faziam sentido, onde a pontuação era esquecida ou violentada. Um dia vira na televisão um homem parecido com Cristo, de longos cabelos grisalhos e com um nome que a fizera crer que ali estava o Salvador a falar para ela, até que percebeu que aquele herege era um mero assassino frio e cruel das palavras, um exterminador das suas amadas frases melódicas e com sentido, um cruel mastigador de pastilhas elásticas que devorava palavras enquanto as mascava.
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Pausa no turbilhão
Dos momentos que mais me fascinam por entre a intensa, constante, e acelerada atividade a que os meus filhos se dedicam são aqueles em que eles param para observar, para apreender o que os rodeia, para degustar um qualquer fenómeno natural pouco visto pelos seus olhinhos esfomeados - um caracol a deslizar lentamente, uma abelha a namorar uma flor, um parapente ou um papagaio a rasgar os céus. Toda a sua energia se concentra na tentativa de compreensão, o que antes era agitação é agora contemplação, aqueles diabinhos transmutam-se em monges tibetanos mais depressa do que os meus olhos pestanejam de espanto. Sem pensar nisso eles sabem sem o saber que a vida é correr sem parar mas é também parar e sugar cada segundo do mundo que rodopia sem cessar.
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Da poesia e da falta dela
Fotografia por Louis Faurer - "Looking Toward RCA Building at Rockefeller Center, New York City, 1949"
Há anos que não escrevo um poema porque nem todos os anos são anos de escrever poemas. Os poemas nascem do encantamento ou da dor original, dos nossos olhos brilharem com o primeiro amor, do primeiro sangramento que a vida nos inflige. Paixão e traição, por mais cinematográficas que sejam, são a realidade que perpassa pelo descerrar de olhos lento, maravilhado, mas tantas vezes agonizante que é a montanha russa da adolescência e da tenra mas não tão terna juventude. De repente, sem prévia preparação do corpo e da alma, tudo muda, os dramas dissipam-se e aquelas curtas ou longas-metragens mirabolantes de cores mil fundem-se numa só cor, tantas vezes cinzenta, demasiadas vezes apenas preta ou branca. O estado adulto, aquele em que a crua responsabilidade substitui os sonhos indomáveis, mata a poesia. Não tem que ser assim, mas é muito fácil que se nos distrairmos venha efectivamente a ser assim. Vejam lá isso.
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Questões que, a ser respondidas, fariam do país um país melhor
- Quais as condutas que deverão ser seguidas pelos profissionais das forças de segurança, que constam nos manuais de procedimentos dessas mesmas forças, em casos de insultos ou cuspidelas a esses profissionais, em situações em que não esteja em causa perturbação da ordem pública? Há algum ponto específico sobre especiais cuidados a ter no caso de estarem menores presentes? A comunicação social já se pronunciou sobre este ponto, mas era muito importante que fossem as entidades responsáveis a divulgar publicamente estas regras internas.
- Considerando as repetidas situações de vandalismo, de violência gratuita e de perturbação de ordem pública, porque é que os festejos de títulos desportivos não são remetidos para os estádios, pavilhões, casas do clube desses mesmos clubes? Estão à espera que morra alguém? Há algum gosto particular por ver o espaço público vandalizado e por ser todo o país a pagar esses prejuízos?
- Porque é que nos festejos de títulos da agremiação benfiquista quando alguma coisa corre mal nunca estiveram envolvidos adeptos do Benfica, mas sim apenas energúmenos que, obviamente, segundo a opinião dos dirigentes desse clube, não representam o universo benfiquista? Somos todos papalvos?
- Quem foi o genial responsável que determinou, ou se esqueceu de determinar, que os bares do estádio do Vitória de Guimarães que estariam acessíveis aos adeptos e às claques benfiquistas ficariam sem vigilância policial? Antecipar problemas, é alguma ciência assim tão oculta?
- Quem é esta gente que rouba, assalta e agride sob o manto de adepto do futebol? Não será este o verdadeiro manto?