Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Equipa
Lutar, lutar sempre, até ao limite das forças, pela conquista da bola, pela defesa da baliza, pela equipa, pela ideia de que o jogo é uma luta que só pode ser vencida, de que a batalha é o jogo em si. Cholo Simeone, o timoneiro que inspira a superação dos seus guerreiros. Oblak de gelo e mãos de ferro, o ressuscitado Torres, um Messi de nome Saul, Gabi e Koke de aço e rocha, todos, todos juntos e a suar sangue em nome e em defesa da ideia. O jogo é uma batalha para vencer, para lutar incessantemente. O sinónimo de equipa soa como nunca soou a isto: Atlético de Madrid.
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Rigor, Senhores, pede-se rigor!
Queremos Coca cola só há Pepsi, ansiamos por uma Seven up impingem-nos uma Sprite, deliramos pela frescura de um Trinaranjus de limão e pespegam-nos um Sumol a tresandar de bolhinhas. Hoje a moda é pedirmos uma refrescante Frize de limão e espetarem-nos uma água das pedras de chá e limão, ah e tal “é a mesma coisa”, não porra, não é a mesma coisa, um corneto de morango não é a mesma coisa que um corneto de chocolate ou de nata, um pastel de nata é um pastel de nata e não uma qualquer mistela de massa folhada com creme no meio dele arraçada. Falta rigor na satisfação dos nossos desejos, caríssimos proprietários de estabelecimentos do ramo de actividade da restauração. Nós queremos dar-vos dinheiro mas vocês teimam em dar-nos algo semelhante aos nossos desejos, mas que de forma alguma os sacia. Um dia, se esta problemática persistir, arriscam-se a que vos pague com notas do Monopólio ou do jogo da Bolsa, que isto se é papel que querem não há que ser esquisito com a cor ou a textura do mesmo.
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25 de Abril, Sempre!
Revoluções à boa moda portuguesa, de brandos costumes e belos arranjos florais. Desde miúdo que adoro o 25 de abril e o que significa, adoro ainda mais pertencer a um país que esmaga a ditadura com flores. Agora falta que a liberdade rime com solidariedade, prosperidade, com o fim da saudade que nos prende a nostalgias do antigamente. 25 de abril sempre e prá frente!
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O meu Sporting, o meu futebol
Não tenho escrito sobre o meu Sporting, o clube do meu coração, aquele que será sempre, sempre, o meu clube, a minha paixão nos domínios da bola. Não gosto menos de ti, Sporting, mas não ando particularmente entusiasmado com o que tenho visto e ouvido nos últimos tempos. Adoro o futebol que Jorge Jesus pôs a equipa a jogar, adoro quando ele decide falar de bola e de jogadores, mas desilude-me o mau perder, o atirar de culpas para tudo o que é externo ao seu trabalho, a recente vulgaridade de um discurso que não é aquele que quero para o meu Sporting. Ganhar não justifica tudo, não pode justificar. Agradecerei sempre o que Bruno de Carvalho fez para tirar o nosso clube da discreta sombra do passado, mas não quero que o futuro sejam posts diários no facebook contra Deus e o diabo, que sejamos o arauto da razão que elegeu todos os restantes clubes do universo como inimigos. Quero muito que o Sporting ganhe o campeonato, pelos jogadores e os melhores adeptos do mundo, pela minha paixão, mas não troco isso pela perda do que me fez amar o Sporting, pelos nossos valores. O esforço, a dedicação, a devoção e a glória estão envoltas em valores ainda mais importantes: o desportivismo, o amor pelo desporto, o respeito pelos adversarios. Tudo isto para dizer que hoje vou levar o meu Miguel ao Sporting e que nem lhe vou falar da luta pelo título. Vamos ver bola, os jogadores que admira, ouvir os mais belos cânticos, bater palmas, vibrar, apoiar. O futebol que amo é a imagem do post, puro, sem merdices e torrentes de palavras. O futebol joga-se dentro do campo.
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Porque hoje é dia da terra, sexta-feira...e porque sim
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Para além da felicidade
Viu-as assim, no enquadramento perfeito. As duas mais belas flores da criação em perfeita harmonia. A mulher da sua vida e a melhor amiga de ambos, em plena harmonia, indistintas na sua beleza e arrasadora e inocente sensualidade. Estacou não sabe quantos minutos a observar em silêncio, a beber cada segundo de enlevo, a imaginar que afinal poderia ser ainda mais feliz do que já era.
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Como evitar o inevitável
Há quem tenha receio de experimentar tudo. Há quem busque todas as sensações, como se a vida só valesse a pena ser vivida em velocidade estonteante, sem tempo para saborear o que se viveu e sem saudades do sabor que ficou na boca, porque um novo vem logo a seguir, porque só a última moda, a mais recente experiência alimenta a voracidade do desejo. Não sei se haverá meio-termo bem definido para equilibrar a coisa, sei que há experiências que fará sentido recear, sem com isso querer dizer que não as devemos querer viver. Devemos querer, sim, e ir saboreando a dúvida e o intermezzo que nos separa da sua concretização. Os preliminares na vida, como no sexo, serão provavelmente o segredo para que o grande banquete da existência se torne inesquecível.
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Casta, Laetitia Casta
"I enjoy being a woman. It's what I learned from years of experience in modeling. You learn how to seduce; how to be sensual, how to play. It's very important for a woman, I think. But it's not by beauty that you seduce. It's a meeting - it depends on the image the other reflects back to you, how they see you and make you feel."
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Kiko - 4 anos de encantamento
Uma velhota cumprira há pouco o seu ritual matinal de espalhar na relva alguns bocados de pão para alimentar os pombos da vizinhança. O Francisco, louco pela natureza e os bichos que a povoam, parou e esteve alguns minutos a observar os pombos a debicar os pedaços de pão. Faz hoje 4 anos que é assim, o pequeno Kiko passa os dias a encantar-se com tudo o que mexe e, se não mexe, é garantido que ele vai encontrar maneira de pôr a coisa a mexer. Desde as cascas de caracóis vazias que ele adora apanhar nos canaviais da praia e despedaçar sob as solas dos ténis, aos cães que abraça indiscriminadamente (vá lá que começou a respeitar mais aqueles cães que acusa de serem tímidos e não lhe darem grandes sorrisos…), aos seus amigos melros (todos os melros que existem no nundo são amigos dele, onde quer que seja, não me perguntem porquê), aos bichos de conta que adora ver rolar por tudo o que é ribanceira. Eu sei que os nossos miúdos são sempre os mais engraçados, únicos e amorosos do mundo, eu sei. O Kiko não é nada disto, é um pouco para além disso tudo…como costuma dizer uma das avós, o Kiko é “alma velha”, porque parece já saber tudo, porque as suas reacções tantas vezes deixam perceber que ele já sabe muito bem o que esperamos ou não esperamos dele. Por isso mesmo faz sempre os possíveis por nos surpreender. Parabéns Kiko, embora eu saiba que quando não estás para aí virado chamar-te Kiko dará inevitavelmente origem à irascível resposta “Eu não sou Kiko, eu sou Francisco Almeida”! Parabéns e obrigado por tudo o que não páras de me dar, meu querido filho. Que tudo o que te faz feliz, tudo o que o mundo e a vida te dão, não deixe nunca de te encantar.
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Ão ão ão! E uma pitada de juizinho, não?
Adoro animais, em particular cães. Durante 16 anos fui o fiel cuidador e companheiro de um maravilhoso, nervoso, irascível e amoroso podengo alentejano, o Snoopy Almeida, the one and only. Essa minha paixão por animais não esmoreceu, mas, em sentido contrário, aumentou a minha consciência de que pessoas são pessoas e animais animais. O que significa isso? Que o amor pelas pessoas, a tristeza que nos causa o seu sofrimento, não deve nunca ser menorizada ou sequer comparada com o que sentimos pelos animais. Este é o meu ponto de vista que se agudizou com a crescente tendência que muita gente tem seguido de colocar os animais no altar, ou porque “quanto mais conheço as pessoas mais adoro animais” ou porque “estes ao menos não nos desiludem”. Devíamos ter um bocadinho mais de juízo, digo eu. Amar os animais não deve ser substituto de nada e muito menos sobrepor-se ao amor pelo nosso semelhante. Tudo tem o seu lugar. Ou melhor, não o tem, pelos vistos, mas deveria ter.
Vem esta converseta toda a propósito de uma notícia que tem feito primeiras páginas e inflamado as redes sociais. A cadelinha da Maria João Bastos que morreu, aparentemente por negligência veterinária. É triste, de facto. Mas destaque de primeira página? Perder horas com esse drama? Tanta criança a morrer de fome e de falta de saneamento básico, quanto mais ter assistência médica, boa ou má…Eu sei, é demagógico, mas por vezes só a demagogia para combater a estupidez.