Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Pela diferenciação e não discriminação do mais belo sexo
Já não há saco para a histeria da igualdade de género, a polémica dos manuais da Porto Editora, os ataques virulentos nas redes sociais, a vontade infantil de criticar por tudo e por nada. É evidente que sou contra a discriminação das mulheres em prol dos broncos com quem partilho o género, é evidente que existem diferenças entre ambos os sexos e ainda bem! Isso não implica que as diferenças devam ser eliminadas no afã de eliminar qualquer tipo de discriminação. A discriminação está em todo o lado: na condição social, na idade, na cor da pele, na forma de vestir, no diabo a sete, e não é tornando tudo igual que vamos resolver a questão! Eu adoro mulheres, adoro tudo o que as diferencia de nós - a sensibilidade, a graciosidade, as pernas, os olhos, o sorriso, os seios, as nádegas, o sexto sentido, e não vou abdicar de gostar de tudo isso com medo de me apontarem o dedo do meio e me chamarem machista! A minha forma de expressar a minha admiração pelas mulheres e de abominar a sua discriminação é gostar de tudo isso que faz delas esse ser maravilhoso. E assim nasce uma nova série denominada “Pela diferenciação e não discriminação do mais belo sexo”. Deal with that!
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Cohen, Leonard Cohen (ganhem, por favor e por vocês, estes 5 minutos e meio de vida)
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O regresso
Há verões que não voltam, há sensações que se perdem no tempo obscuro das nossas ténues recordações. As escassas semanas que nos concedemos da vida que sonhamos são a amostra da nossa impotência face ao peso da vida que nos verga nos restantes 340 dias do ano. Não haverá soluções e escassas serão as artes mágicas que atenuem a sensação de impotência que comporta o regresso das férias. Talvez vivermos melhor o dia a dia, encararmos as chatices laborais, familiares e escolares como um desafio à nossa capacidade criativa, colocarmos um pouco de magia em tudo aquilo que parece aborrecido e repetitivo, enfrentarmos os rituais diários com um leve sorriso trocista, descobrir-lhes a graça e pincelar-lhes o cinzentismo com o arco-íris que nos ficou dos dias de mar e de sol. Porque não, simplesmente, tirar uns minutos pela manhã para escrever umas parvoíces ou para refletir sobre tudo e sobre nada? Experimentem.
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Gosto muito de você, leãozinho
Admiro a paixão clubística e a devoção a uma causa, sobretudo quando as mesmas recaem sobre o meu Sporting. Não tenho concordado com a forma como o presidente e treinador do meu clube têm expressado esses sentimentos, quer em termos da comunicação para o exterior e o interior do clube, quer na imagem que por vezes dão dos seus valores desportivos, pouco consonantes com o que no fundo representam os valores desportivos dos que aprenderam a amar o que é ser Sporting. Sei, no entanto, que estão a dar tudo pelo sucesso do meu Sporting, não obstante me reservar o direito de ser crítico com algumas das suas atitudes e de exigir mais e melhor (e não falo em termos de sucesso desportivo). Não obstante esta relativa calmaria nas publicações leoninas aqui pelo blog, tenho sofrido e vibrado muito neste início de época, impelido por jogadores com espírito e fibra à Sporting. Estou convosco, com todos vós, e convosco irei até ao fim. Força Sporting!
p.s. – Quanto ao jogo de ontem digo apenas que o VAR (grande contributo de Bruno de Carvalho para a verdade desportiva) ainda vai provocar muitos AVC´s, que deu gosto perceber que Jorge Jesus anda-se a divertir a fazer de Piccini um lateral completo, que Mathieu está a viver uma segunda juventude, que Battaglia compensa tudo o resto com o seu espírito de batalha e que Bruno Fernandes é o nosso novo Balakov. Ah, e que o nosso futebol mudou por causa de dois aríetes – Acuna e Gélson só têm um objectivo: baliza, baliza, baliza!
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O Bukowski é que a levava direita
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That is the question
Talvez esta devesse ser a grande questão da humanidade. Talvez seja esta a questão que nos atormenta, mesmo que inconscientemente, ou não tão desconhecedores da mesma, mas apenas forçando-nos a não a reconhecer, receosos das respostas a que chegaríamos. Somos muitos mais do que os supostamente exagerados heterónimos do grande Pessoa. Somos bonus pater famílias no recato do lar, somos tiranos inclementes nas 8 horas em que nos fechamos nos cubículos que nos enchem os bolsos, somos divertidos e espirituosos nas redes sociais, somos lobos sequiosos se largados à solta na noite onde todos os gatos são pardos, somos católicos praticantes e candidatos a mártires quando não estamos armados em pulhas egoístas em busca de mais meio pataco para rechearmos os aforros que nos conduzirão ao telemóvel de última geração ou ao volante do bólide dos nossos sonhos. Quem somos nós quando estamos apenas na nossa presença?
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É mais certo que o destino
Depois de um fabuloso dia de praia, de regresso ao carro o meu filho Miguel diz-me: "Pai, gostava que estivesse 3-0 para o Sporting". Rio-me com a otimista inocência da criança, dou-lhe uma paternalista festa na cabeça e enquanto tiro a areia dos presuntos reparo num simpático idoso a ouvir o relato no carro, sob o sol inclemente. "Amigo, quanto está o jogo"? "3-0 para o Sporting", responde ele com aquele tão leonino sorriso deste ano é que é. Rio-me e partilho com o eufórico puto que me responde. "Pai, adorava que acabasse 5-0!". Não preciso de saber mais nada, este ano é certinho, o caneco está no papo!
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Putos ao pôr do sol
Correm que nem loucos como se os minutos pudessem ser os derradeiros, aquele jogo o decisivo, as escondidas a mais importante epopeia das suas vidas. Dou-lhes liberdade mas, não deixando de ser o pai relativamente galinha que a modernidade supostamente nos impõe, vou em busca deles. Encontro-os na duna junto à praia, posando para o pôr do sol. E as palavras acabam aqui.
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Arranha-céus, por J.G. Ballard
Em tempo de praias a abarrotar, de gente que se digladia para pedir uma imperial num qualquer balcão, nestes estranhos dias em que a canícula enlouquece os habitantes de automóveis que formam filas sem fim, quase que arrisco dizer que este livro poderia ser uma aproximação a uma horrenda realidade futura não tão distante como isso. Os 2.000 habitantes de um arranha-céus auto-suficiente percebem que a constante exposição do homem ao homem, com os seus interesses visceral e propositadamente opostos (ah, a doce atracção da luta por algo) é a melhor forma de proporcionar a aniquilação final do homem pelo homem. Ballard embala-nos nesta fábula do mal, contagiando-nos pela secura e naturalidade com que narra o crescendo do ódio e da banalidade do mesmo. Não queremos acreditar que um futuro próximo nos possa trazer algo semelhante mas olhamos para o passado não tão longínquo e reconhecemos o mal. Apenas o cenário mudou, para um supostamente moderno e aconchegante arranha-céus. Não nos deixemos iludir.