Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
2019
Steve McQueen e Neile Adams, fotografados por John Dominis, 1963
Decisões irrevogáveis para o ano que se avizinha. Convicções inabaláveis. Objectivos perfeitamente definidos. Rotas traçadas a regra e esquadro. O sucesso ao virar da esquina, a felicidade é já ali, é só querer, como se o resto do mundo e todos os que nos rodeiam não tivessem outra hipótese senão conformar-se ao destino que traçámos para os próximos 365 dias.
Outra hipótese:
Respirar apenas. Lentamente, como se cada segundo fosse uma bênção. Sorver o néctar dos Deuses gota a gota, como se a próxima fosse a última e daí não viesse mal ao mundo, porque um dia, inapelavelmente, esse dia há-de ser o último. Ouvir sem pressa. Falar devagar. Silêncio. Falar só se apetecer. Perceber a importância de calar. Amar. Beber mais um golo, lentamente.