Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
A beleza oculta - Positano
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A beleza oculta - Brooklyn, Nova Iorque
"I'm from Brooklyn. In Brooklyn, if you say, “I'm dangerous”, you'd better be dangerous."
Larry King
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Diz que a Sara Sampaio também andou por Capri
Vivemos tempos em que o politicamente correcto impera. Uma das manifestações destes ventos de pureza e de comportamentos polidos e sem mácula percebe-se no extremo cuidado que deve ser colocado em tudo o que respeita ao belo sexo - o feminino. Piropos são conversa do diabo, abrir a porta para deixar passar a colega ou a vizinha é uma inadmissível demonstração da superioridade do macho ibérico, o bom e velho flirt é meio caminho andado para um processo por assédio. Assumo-me como um velho e clássico cavalheiro, daqueles que abrem a porta para dar passagem e coisas ainda bem mais ancestrais, como o não me sentar antes das donzelas. Este comportamento cavalheiresco não me impede de apreciar a beleza das mulheres, seja ela espiritual ou física. Idolatro mulheres inteligentes e com sentido de humor, da mesma forma que aprecio muito um belo palminho de cara ou um corpo de perigosíssimas curvas. Nada disso me fez alguma vez desrespeitar as mulheres, antes pelo contrário. E é isto, para o mal e para o bem, sem questões nem questiúnculas. Um bem-haja a todas e a todos.
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A beleza oculta - Santorini
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A beleza oculta - Capri
A beleza rodeia-nos, sufoca-nos e, incrivelmente, tantas vezes nos escapa oculta por desejos inconfessáveis. As maravilhas da natureza selvagem, das cidades esculpidas pelo homem diluem-se demasiadas vezes nos nossos instintos mais básicos. A luxúria remete a beleza para pano de fundo, uma mulher fisicamente irresistível impede-nos de apreender as qualidades intrínsecas que todo o seu ser encerra. Não basta olhar, é preciso ver. Não basta desejar o que está à vista, é preciso querer o todo. Inicia-se aqui, com a bela ilha italiana de Capri, uma série sobre a beleza oculta. Disfrutem.
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O cemitério de folhas
Olhava as letras como quem lê, mas sofria de uma profunda incapacidade de beber o prazer da leitura, da arte, dessa imitação da vida, da própria vida. Recordava outras leituras, vivas, partilhadas, orgias de palavras que inevitavelmente se diluíam na fogueira dos corpos. Entendia as memórias como a parte morta, doce ou amarga, da vida que os dias e os anos lhe tinham devorado. Sopravam-lhe que era possível viver de memórias, seguir em frente e sorrir com o terno abraço de quem já não o tocava, que era suficiente sobreviver gloriosamente com a lembrança daquele beijo. Ele abanava furiosamente a cabeça, recusava-se a viver na imobilidade, na triste dança das folhas mortas. As memórias já só lhe faziam sentido como um atalho para o caminho a percorrer. Rejeitava deixá-las morrer, melhor, insistia em impedi-las de viver. Enfrentava as memórias como D. Quixote desafiava os moinhos, louca e convictamente, tudo fazendo para as reviver, para que ganhassem nova vida, o seu desígnio era ressuscitá-las do cemitério de folhas.
Ela olhou para ele e sorriu. Sempre o mesmo adolescente borbulhento, sempre o mesmo tolo. E, ainda assim, por mais que o negasse, não conseguia deixar de o amar, mesmo que os seus conceitos de amor fossem, supostamente, distintos.
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Amor à primeira vista
Há aqueles dias, semanas, meses, em que um tipo deixa de ter algo interessante para dizer. Está-se tão embrenhado na vida que só se executa, anda para a frente, fecha dossiers, desenrola projectos, acorda putos, deita putos, monta móvel do Ikea, enche a bagageira até ao limite, despeja as malas para o velho casulo, lava a loiça, seca a loiça, zapping, mais zapping, a merda do Sporting que caminha em círculos infinitos de incompetência e imaturidade, a política nacional nas mãos do mestre da táctica, a política lá fora nas mãos de loucos furiosos ou de ursinhos fofinhos, o diabo a sete. Um gajo vai a ver e o que interessa é mesmo isto. A primeira vez que os lábios se encontram...