Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Sou dos Olivais e estou farto da merda dos Deolinda
Nos Olivais Sul, terra mítica, bairro de incontáveis lendas e de gente que foi “(,,,) para além da Taprobana, em perigos e guerras esforçados, mais do que prometia a força humana(…)”, tudo o que respeita à amizade olivalense é feito com gosto, em cumprimento dos inquebrantáveis laços nascidos na fornalha desse bairro único. Somo diferentes, procuramos rir mais e queixarmo-nos menos, diria que fugimos ao triste fado lusitano. Orgulhamo-nos de aqui ter nascido, nestes jardins que nos beijam as casas, aqui ter crescido e fortalecido os valores que nos fizeram homens. Não somos da geração sem remuneração embora tenhamos idade para isso, porque porfiámos, negámos o queixume, evitámos o conforto do conformismo.
Estou farto da merda dos Deolinda e dos artigozecos justificativos da acomodação, de jovens licenciados que querem iniciar a vida a ganhar o que acham justo não obstante a sua gritante impreparação. Também nós tivemos estágios mal pagos e a trabalhar muitas horas, também nós começámos a ganhar pouco, também nós sabemos o que são recibos verdes, também nós não saímos tão cedo quanto queríamos de casa dos papás. Mas fomos em frente, não baixámos a cabeça em direcção a manifestações bacocas e inúteis. Sou dos Olivais e estou farto da merda da conversa dos Deolinda, pelo que peço a todos vós que se colam a essa mensagem de desalento, que levantem a cabeça e vão à luta, aqui ou lá fora, como muitos de nós olivalenses fizemos.
Hoje foi a festa dos 40 anos de um bom amigo Olivalense. Não precisámos de pagar uma fortuna para nos divertirmos, juntámo-nos às 9h da manhã para jogar à bola, beber umas minis, pôr a conversa em dia e rirmo-nos da incontornável decadência física. Doem-me todos os músculos do corpo mas estou de peito e alma cheia. Fiquem com o convite para a festa e bebam um pouco do que é ser dos Olivais.
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1 comentário
De Morcego a 27.02.2011 às 21:52
Tenho dois tijolos gigantes em vez de pernas, estou que não posso, mas é dor que dá gosto ter!
Com o nevoeiro que está na Madeira. ainda aparece por lá o Beto Acosta ou o Pinigol, qual D. Sebastião rebuscado. Couceiro, o gajo que nunca ganhou nada de jeito, nem no FêCêPê, prova o que vale..