Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Benfica 2 - Sporting 1
Os jogadores do Sporting deram tudo o que tinham mas o que têm é curto para a actual equipa do Benfica. Depois, se durante grande parte do jogo a frágil condição mental da equipa foi sendo suplantada pela vontade e a raça, nos últimos 20 minutos do jogo o desgaste psicológico ressurgiu e as oportunidades do Benfica multiplicaram-se. Depois a sina dos últimos minutos deu lugar a mais uma derrota. Este ano não há nada que não possa acontecer a esta equipa, aquele maldito bafejar da sorte que nos abandona sempre nos últimos minutos. Jogadores a destacar? Toda a equipa se esforçou, com destaque para o menino André Santos a afirmar-se como aposta de futuro, Postiga a mostrar raça e eficácia e Matias a tentar tudo mesmo sem apoio à altura. Evaldo é para sair, bem acompanhado por Polga, Djaló e provavelmente um virtuoso Vukcevic que será sempre um corpo estranho em qualquer equipa. Os restantes têm o benefício da dúvida, mas a exigência tem de ser muito apertada. Do Benfica, uma equipa consistente e inteligente, o destaque individual é quase sempre o mesmo: o Rod Stewart das Caxinas, um fantástico jogador.
Não me apetecia mesmo nada falar da arbitragem. Porque a fase que o Sporting atravessa não pode ser encoberta por eventuais erros de arbitragem. Mas depois vi um injustificado e intimidador cartão amarelo a João Pereira logo no início do encontro, mais um amarelo a Postiga por supostas palavras e, para colocar a cereja no topo do bolo, um agarrar mútuo entre Polga e Javi Garcia resulta num peremptório penalty contra o Sporting. Que querem que vos diga? As coisas são como são e nenhum árbitro se arrisca, nos vermelhos tempos que vivemos, a ficar mal visto pelo status quo encarnado. Tão mau ou pior que a arbitragem foi o lançamento do jogo por Jorge Jesus. Que este é má rês é sabido, que é cobarde começa-se agora a perceber. Veio de mansinho avisar que não atribuía uma importância por aí além a este jogo, mas não deixou de colocar a carne toda no assador. Se a coisa corresse mal teria a desculpa desta taça ser vista pelo Benfica como uma competição menor. Se ganhasse, continuava a ser o maior. É gente desta que não dignifica o futebol.
Todas as fotografias "emprestadas" do site Maisfutebol