Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
É nas pequenas coisas
Algures, inspirado sabe Deus por que musa, algum pensador desse fenómeno dos tempos modernos que são as grandes superfícies, inventou as caixas self express. O conceito é simples - os consumidores dispensam as funcionárias da caixa e utilizam máquinas para automaticamente pagarem as suas compras. Ganha o empresário porque poupa dinheiro em funcionários, ganha o consumidor porque para a compra de um número reduzido de produtos poupa tempo evitando as demoradas filas. Uma situação win win. Mas como não há bela sem senão, alguém decidiu exportar esta solução para o mercado português. E aí é que a porca torce o rabo. Ele é gente com cestinhos com uma catraifada de produtos violando os limites de quantidades, ele é conversas e risotas aquando da utilização das máquinas desprezando os restantes fregueses que engrossam a fila, ele é uma inata incapacidade para perceber o funcionamento do bicho, enfim, tudo o que poderia servir para aumentar vendas e descomplicar a vida dos clientes parece não funcionar. É frequente vermos estas caixas com um enxame de funcionárias a tentarem resolver as incompetências e desrespeitos de fregueses desvairados ou distraídos, confirmando-se que aquilo que poderia ser um ganho de produtividade para o empresário e um ganho de comodidade para o cliente se torna assim num pequeno inferno lusitano. É também nas pequenas coisas que se percebem as grandes desgraças.