Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]



Portugal 6 - Bósnia 2

Quarta-feira, 16.11.11

 

 

Na ressaca de uma noite de emoções fortes tudo surge mais clarividente. Para a selecção raramente existem noites perfeitas, prova dada pelos dois inconcebíveis golos concedidos frente à Bósnia. Começar a abordagem de tão magnífica vitória com os dois míseros golos bósnios serve exactamente para espelhar um sentimento que muito grassa pelas gentes lusitanas e que muito ouvi ontem pelo estádio e no pós jogo: destacar o que corre mal, mesmo que seja residual face a tudo o resto que correu bem, olhar só para o lado negro que todas as coisas têm ao invés de focar a atenção na luz que nos ilumina.

 

 

 

Como nos iluminou o fantástico golo madrugador de Ronaldo, a capacidade que demonstrou nos 90 minutos em colocar para trás das costas a sofreguidão tantas vezes vista na selecção para tudo fazer bem, dando assim lugar a uma liderança forte e inspiradora; como nos iluminou o golo indescritível de Nani, em que a bola descreveu uma parábola irreal apenas para ir incomodar a coruja que tão bem dormia no cantinho lá do fundo das redes; como nos iluminou um João Moutinho rejuvenescido que parece renascer nesta selecção; como nos iluminou um Pepe inabalável que manietou com a força da classe um fantástico Dzeko; como nos iluminou, contra tudo e contra todos, um Hélder Postiga que gritou a plenos pulmões que quer ter lugar nesta selecção. Esta vitória é destes jogadores e deste treinador, esta vitória é da coragem e da capacidade de inverter um caminho que no início prenunciava o desastre. Saibamos nós dar assim a volta ao desastre que nos paira sobre as cabeças com a mesma coragem, determinação e alegria com que estes rapazes carimbaram o passaporte para a Polónia e a Ucrânia. PARABÉNS RAPAZES!

 

Nota: Fotografias do site MaisFutebol

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por bolaseletras às 09:58


1 comentário

De Marcelo Silva a 16.11.2011 às 23:19

O Portugal dos portugueses , com p pequeno de propósito porque nunca seremos grandes. Podemos ter o melhor jogador do mundo, mas criticamo-lo quando ele vai ao IPO ver crianças e dar-lhes, talvez, a melhor coisa do mundo: um mimo do ídolo que adoram. É um vaidoso, um isto um aquilo pois, perante as máquinas fotográficas e as câmaras de televisão, não assinou um cheque de uns tantos milhares de euros retirados da sua milionária conta do BES. Cristiano devia ter nascido argentino, conclui-se. Na Argentina os ídolos não fazem gestos com o dedo, não falham golos e jogadas, não fazem noitadas e outras coisas assim. E quando vão ver crianças, não são vaidosos.

Digo-o com pena, não merecemos ter um Cristiano Ronaldo. Como não merecemos todos aqueles que, jogadores da bola ou não, triunfam lá fora e fazem mais por este pequeno país situado aqui nos fundilhos da Europa, do que mil campanhas de publicidade e 10.000 governantes. Damo-nos mal com o sucesso dos outros. Para nós, a relação terá que ser sempre ganhar-perder, nunca ganhar-ganhar. E disto nunca sairemos.

Ontem, escrevo-o sem grandes ensaios, fiquei contente por ver os Bósnios derrotados, de tromba caída, pesarosos e vergados ao peso de 6 golos que lhe dedicamos. Com laser e assobios ao hino. Tiveram o que mereceram. E dá-me alguma raiva, ouvir esses fazedores de opinião, esses paineleiros da rádio e da televisão, a criticar o laser e os assobios. Tínhamos que ser muito educadinhos, muito elevados, muito desportistas. Vejam lá o que os franceses e outros que tais fazem. Vejam lá como se comportam. Como são sempre beneficiados. Mas sim, os franceses é que são muito cultos, muito desportistas, muito tudo e mais alguma coisa.

Ontem, gostei da atitude, da garra e de mais coisas. Não dá para sermos campeões da Europa assim que aterrarmos na Polónia, mas dá para lá estarmos. Não sei se vamos ganhar à Holanda, se é que iremos jogar com eles, mas pelo menos vamos estar no grupo ao lado. E será com os que lá estiverem, comandados por aquele que foi escolhido para comandar. Com as virtudes e os defeitos dele e dos outros.

Nós adoramos ‘ saltilhar ‘ as coisas. Colocar muito fado em cima, como se já não houvesse fado suficiente que nos acompanha e derrota. Na hora da vitória, lá vieram os comentários para os golos que sofremos mesmo que empurrados por uns alemães manhosos, a distracção momentânea, a falta de posicionamento dos defesas. E mais os que vão ver o jogo no conforto do sofá. Ontem, hoje, mais que nunca, seria tempo para gritar com toda a ‘ gana ‘ o nome de Portugal, o feito do Clube de Portugal, dos nossos jogadores e de quem os comanda. De dizer que o livre do CR7 e a revienga que aplicou aos 11 bósnios, são a coisa mais fantástica do mundo. Que só um predestinado como ele consegue fazer, aquela velocidade, o que ninguém mais faz. Mas não. As perguntas tinham que ir bater na chipala do outro que está em Londres e daqueloutro que está em Madrid. A vitória de ontem, que muitos não queriam e pensaram não ser possível, fica marcada pelos casos. Em vez de ser pelos golos. Vamos lá ‘ fazer sangue ‘ em vez de ‘ fazer a festa ‘. Mais português não há e somos assim e disto não vamos sair.

A terminar e mais uma vez chamando CR7 à conversa, recordo as suas palavras para com o colega Carlos Martins e para o problema pessoal e muito grave por que passa. Apelou para o ajudarem no sentido de encontrar rapidamente um doador de medula óssea compatível como filho. Ele próprio, se tivesse essa compatibilidade, o faria. Disso não tenho a menor dúvida. E tenho também a certeza que ele tudo fará para ajudar. Como sei que a vitória de ontem e o magnifico jogo que fez deixaram de ter sentido perante a enorme crueldade que a vida está a fazer aquele miúdo.

Ele que é um vaidoso.

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.





mais sobre mim

foto do autor


subscrever feeds



Flag counter (desde 15-06-2010)

free counters



links

Best of the best - Imperdíveis

Bola, livres directos & foras de jogo

Favoritos - Segunda vaga

Cool, chique & trendy

Livros, letras & afins

Cinema, fitas & curtas

Radio & Grafonolas

Top disco do Miguelinho

Política, asfixias & liberdades

Justiça & Direito

Media, jornais & pasquins

Fora de portas, estrangeirices & resto do mundo

Mulheres, amor & sexo

Humor, sorrisos & gargalhadas

Tintos, brancos & verdes

Restaurantes, tascas & petiscos

Cartoons, BD e artes várias

Fotografia & olhares

Pais & Filhos


arquivos

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2010
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2009
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2008
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D

pesquisar

Pesquisar no Blog