Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
O clube dos poetas anónimos - Mana
Ainda do livro do clube dos poetas anónimos, um poema que transborda adolescência e inocência perdida. Os primeiros amores acabam sempre por doer como agulhas nos olhos. Porque estão predestinados à inevitável ruptura, porque experimentar é abraçar o erro, porque o homem só aprende batendo com a cabeça na parede.
Quando o primeiro amor é para a vida só o concebo como uma chatice pegada. Não me lixem, viver é provar mais do que uma vez. Caso contrário, arriscamo-nos a sobreviver eternamente sequiosos. Da vida, da água da vida.
Mana
Acabei de ver o medo e não sei que forma tem.
Neguei a paixão num rasgo,
um ataque de histeria calou-me.
Contraio-me sem sentir dor.
No nevoeiro vivo sem desejos
uma estranha vontade de te olhar sempre,
não conhecer quem és.
Porque sorris docemente?
Porque passeias amor no olhar?
És simples e verdadeira como o azul do céu.
Só eu o sei.
O amor que por ti sinto é irreal
o amor de um teu irmão de outro mundo
que te quer sem apenas desejar teu corpo
te possui pela alma
num acesso de paixão desconhecida
não humana!
Num rasgo neguei a paixão.
Tenho medo.