Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Polónia 0 - Portugal 0
Fotografia de "A Bola"
Um jogo sem grande história mas importantíssimo pelo marco histórico que representou. O prestígio de uma selecção vê-se também em convites como este, de inauguração do Estádio que estreará o Euro-2012. Na primeira parte Portugal mostrou que tem selecção para poder fazer um brilharete, desmentindo aqueles que dizem que sem um ponta de lança superlativo nunca iremos a lado nenhum. Duvido que haja alguma selecção que não preferisse ter Nani e Cristiano Ronaldo lá à frente em detrimento de um grande ponta de lança. Aliás, deu para perceber que apesar dos pontas de lança por lá terem andado, nem estes dois fantásticos jogadores nem o resto da equipa lhes metiam a bola. Lá por coisas, certamente.
Na segunda parte revelaram-se claramente duas das nossas maiores fragilidades. Primeiro, as substituições demonstraram que fora deste 11 base poucas são as soluções. A saída de Coentrão demonstrou que para o lugar dele não há alternativa. Postiga nada adianta à equipa (se é que não atrasa), Quaresma já cansa de tão improdutivo que é na selecção. Em segundo lugar os habituais problemas de motivação ao longo de 90 minutos que tanto prejudicam a consistência competitiva. Sabemos bem que estes jogadores têm compromissos importantíssimos nos campeonatos que disputam e isso notou-se na segunda parte. Para além destes dois problemas, diria que sinto falta da classe e serenidade de Ricardo Carvalho naquela defesa. Não obstante, continuo a defender que Paulo Bento foi perfeito na sua decisão de excluir o jogador da selecção. Isto dos jogadores terem que ter cérebro só atrapalha, uma autêntica chatice, é o que vos digo.