Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Seinfeld - do humor e das lealdades desportivas
“A lealdade para com a equipa desportiva de cada um é bastante difícil de justificar, já que os jogadores estão sempre a mudar. Uma pessoa está é a apegar-se a um equipamento, bem vistas as coisas. Estamos ali a torcer e a gritar para que o nosso equipamento vença o equipamento de outra cidade. Os adeptos são loucos por um jogador mas se ele muda para outra equipa, é vaidado. É o mesmo ser humano com outra camisola, mas, agora, odeiam-no. Uuuuhhhhh!!! Outra t-shirt? Uuuhhhhh!!!”.
Fazer humor, das artes mais difíceis à face da terra, é o trabalho de Hércules de Seinfeld. Como aferir se o resultado dessa arte é conseguido ou não, that is the question. O que nos faz rir, que tipo de humor fica para a história, que gags imortalizam uma série de humor? Eu diria que o que faz rir pessoas inteligentes passará sempre pelo desvendar do ridículo que existe em grande parte do que fazemos, das nossas crenças e ideias feitas, tudo com aquele toque de simplicidade desarmante que de tão simples nunca nos apercebemos. Este trecho de Seinfeld desarmadilha todos os anteriores posts e comentários sobre futebol, guerrilhas clubísticas e afins. Andamos a adorar camisolas às riscas, t-shirts ilustradas por aves de má fama, etc. e tal. Quando percebermos que somos dum clube por uma qualquer casualidade, pela necessidade tão humana e tão natural de nos juntarmos a uma fé e a um qualquer grupo, talvez deixemos de perder tanto tempo com a bola. Eu ainda não percebi, mas um dia chego lá, provavelmente com uma mãozinha do Jerry Seinfeld.