Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Seinfeld - do humor e das lealdades desportivas
“A lealdade para com a equipa desportiva de cada um é bastante difícil de justificar, já que os jogadores estão sempre a mudar. Uma pessoa está é a apegar-se a um equipamento, bem vistas as coisas. Estamos ali a torcer e a gritar para que o nosso equipamento vença o equipamento de outra cidade. Os adeptos são loucos por um jogador mas se ele muda para outra equipa, é vaidado. É o mesmo ser humano com outra camisola, mas, agora, odeiam-no. Uuuuhhhhh!!! Outra t-shirt? Uuuhhhhh!!!”.
Fazer humor, das artes mais difíceis à face da terra, é o trabalho de Hércules de Seinfeld. Como aferir se o resultado dessa arte é conseguido ou não, that is the question. O que nos faz rir, que tipo de humor fica para a história, que gags imortalizam uma série de humor? Eu diria que o que faz rir pessoas inteligentes passará sempre pelo desvendar do ridículo que existe em grande parte do que fazemos, das nossas crenças e ideias feitas, tudo com aquele toque de simplicidade desarmante que de tão simples nunca nos apercebemos. Este trecho de Seinfeld desarmadilha todos os anteriores posts e comentários sobre futebol, guerrilhas clubísticas e afins. Andamos a adorar camisolas às riscas, t-shirts ilustradas por aves de má fama, etc. e tal. Quando percebermos que somos dum clube por uma qualquer casualidade, pela necessidade tão humana e tão natural de nos juntarmos a uma fé e a um qualquer grupo, talvez deixemos de perder tanto tempo com a bola. Eu ainda não percebi, mas um dia chego lá, provavelmente com uma mãozinha do Jerry Seinfeld.
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13 comentários
De Teresa a 13.03.2012 às 14:34
O jogador - enquanto amado enquanto enverga as cores do "meu" Clube ou da minha Selecção - não perde a sua humanidade e representatividade assim que deixa de me servir.
E se me serviu (no sentido super abrangente da palavra), então mesmo depois de partir, merece a minha estima e consideração; na mesma medida que, e se, merecia antes...
Nem todos, é certo, mas a alguns até os incluo nas minhas orações e best wishes.
E não tem DE TODO de ser do meu Clube para eu achar que é um Ser Humano Excepcional e ter curiosidade sobre o seu percurso.
Sou um coração tonto e sem graça, Manos

De bolaseletras a 13.03.2012 às 17:14
Percebo o que dizem e em certa medida penso e sinto como vocês. É evidente que o Cristiano Ronaldo, o Nani, o Figo, o Futre e outros que tais ficaram e ficarão no meu cantinho de estima leonina. Contudo, aqueles que durante a sua estadia ou depois de saírem do clube não se portaram à altura do mesmo, ou denegriram o nome do clube, são para mim proscritos, ou maçãs podres, como é hábito apelidar o Moutinho. Assim, Simão, Carlos Martins, Moutinho e outros que tais, não me dizem nada, senão uma forte desilusão e algum desprezo, em alguns casos. Adoro futebol doutros clubes, países, etc, mas para mim o vínculo clubístico é sem dúvida muito importante.