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"O adeus às armas" - Para o que viemos

Quarta-feira, 28.03.12

 

 "- Só gosto de duas coisas; uma é má para o meu trabalho e a outra dura apenas meia hora ou quinze minutos. Às vezes menos.

- Às vezes muito menos.

- Talvez eu tenha feito progressos, rapaz. Sabe-se lá! Mas para mim só há essas duas coisas e o meu trabalho.

- Descobrirás outras coisas.

- Não. Nunca se ganha nada. Nascemos com tudo o que temos e nunca aprendemos nada. Nunca ganhamos nada de novo. Estamos completos desde o princípio."

 

Nos recantos deste diálogo entre dois soldados cansados da guerra e da vida percebe-se aquilo que Hemingway buscou por entre os milhões de palavras que nos concedeu. Se podemos eliminar o que em nós nos corrói, se aspirar a sermos melhores é uma quimera de crianças sonhadoras ou uma possibilidade real, se vale sequer a pena perder tempo a pensar nisso quanto mais a agir nesse sentido. O soldado que gostava de apenas duas coisas na vida, beber e fazer sexo, poucas esperanças acalentava de que a sua vida ou o seu destino lhe permitissem caminhar noutro sentido. Eu por vezes também acho que estamos aqui para o que viemos. Por mais que estrebuchemos e queiramos soltar-nos destas amarras invisíveis estamos aqui para o que viemos. Há dias que ninguém me tira isso da cabeça.

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publicado por bolaseletras às 18:33


2 comentários

De Teresa a 29.03.2012 às 22:08

Eu acho que as amarras somos nós que as pomos - por medos, por falta de coragem...

Basicamente vens uma folha em branco depois começam a desenhar - antes mesmo de teres o lápis ou caneta em teu poder - bonecos que te limitarão nalgumas coisas e libertarão noutras. O problema são os riscos e rabiscos e Hemingway andou muito tempo perdido na folha a olhar para aquele pontinho* que alguém fez ou sugeriu na folha.



(* um professor entra na sala de aula e dirigi-se ao quadro negro e desenha um pontinho minúsculo no meio do mesmo. Virando-se para a aula pergunta: "O que vocês vêm aqui?"; todos respondem "Um pontinho branco" ao que o professor responde "Espantoso. E ninguém vê um quadro preto imenso")

De bolaseletras a 29.03.2012 às 22:31

Eu por vezes sinto que por mais que desenhemos o esboço está lá, para todo o sempre. E centramo-nos no ponto branco que é o que sempre fomos não conseguindo sair dele para o quadro negro que são as mil e umas hipóteses que deveríamos ter de mudar, de sermos diferentes. E o pior é quando mudamos mas mantemos a nossa natureza, aí estamos sempre em luta contra nós próprios. Nunca ninguém disse que era fácil;).

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