Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Fim de semana futebolístico do outro lado da península
Volto ao futebol, mas desta vez não para falar da lusitana bola. Perdoe-me a festa da Taça que tanto prezo, mas Monsanto, Sertanense e Penafiel não me inspiram a pena. Assisti ao Valência - Barcelona e decidi tentar aprofundar a minha percepção de porque é o Barcelona o actual campeão europeu e, provavelmente, a melhor equipa de futebol da actualidade. Debrucemo-nos sobre a minha inatacável análise LuísFreitasLobística (baseada na 1ª parte do jogo, o que é ainda mais fantástico):
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Mesmo sem Ibrahimovic e Henry, o Barça entrou em campo com 6 jogadores muito bons, 4 fantásticos (Xavi, Iniesta, Dani Alves e Touré) e um estratosférico (sim, o Lionel). Por muita táctica de jogo, dinâmica da equipa, etc. e tal, sem ovos não se fazem omoletes. Ah, e se Messi é um fora de série, ainda assim acho que lhe falta uma coisinha que o eleve acima do nosso Ronaldo. Se quando tem a bola nada fica a dever a Cristiano, quando não a tem devia mostrar mais fome para a receber. Eternamente esganado, o nosso Cristiano.
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A simplicidade, acima de tudo. Para dominar o jogo é preciso ter a bola, mas, acima de tudo, é preciso ter alguém a quem a passar. Passe atrás de passe, percorrendo toda a equipa. O Barça utiliza o quadrado, o triângulo e o um para um dinâmico. Se há tempo, o quadrado, se os adversários apertam, o triângulo, se o contra ataque é fulminante, o um para um. Isto é, com o quadrado o jogador que tem a posse de bola tem sempre 3 colegas em posição de a receber, com o triângulo dois, e, no um para um dá para perceber a ideia. A sério, vejam um jogo do Barça olhando não para o tipo que leva a bola mas para o comportamento dos colegas que o acompanham. É uma dança mecanizada mas fascinante na sua simplicidade.
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Guardiola. Apesar de me irritar a constante preocupçaão por manter a camisa dentro das calças, impecavelmente impecável, dá para perceber que aquele que no campo era o mestre da geometria, soube, agora treinador, traçar a regra e esquadro um futebol que não pára, que parece nunca parar para respirar, mas que mede cada fôlego gasto pelos jogadores.
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E como em último ficam as primeiras razões, a identidade. Uma equipa deste gabarito entra com um onze inicial com 6 jogadores da cantera: Valdés, Piquet, Puyol, Xavi, Iniesta e Pedro. Percebe-se porque nada ganham na Europa o Chelsea, o Inter, Arsenal e outros que tais. Percebe-se porque a turba leonina deve reconhecer o trabalho feito.
Escrevi os 4 pontos acima ao intervalo do jogo e não vou alterar uma linha no final. Se o Barça ganhar a análise incha orgulhosamente, se perder prova-se que o futebol é uma caixinha de surpresas. Ou que não percebo nada da poda.
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4 comentários
De Anónimo a 18.10.2009 às 11:03
De bolaseletras a 18.10.2009 às 11:49
De Anónimo a 19.10.2009 às 09:21
tiraram a barriga da miséria...
e mesmo assim...
precisaram de um empurrãozito...
ah ganda sbordem
ah ganda paulo bento!...
ou em linguagem india:
"aquele que só deita na cama que faz!"
De Anónimo a 19.10.2009 às 09:23
Iniesta, Andrés Iniesta Luján, natural de Fuentealbilla, onde nasceu em 1984, jogou no Albacete até aos 12 anos, idade com que foi jogar para o Barcelona, depois de ser "descoberto" num torneio de verão, em Setembro de 1996.
Pedrito, ou Pedro Rodríguez Ledesma, é natural de Santa Cruz de Tenerife, onde nasceu em 1987. Chegou ao Barcelona em 2004, tendo dado o salto definitivo esta época da equipa B para a principal. O seu anterior clube era o CD San Isidro, que recebeu 300 mil euros pela sua contratação, pagos apenas este ano.