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Um calhau será sempre um calhau, em Londres ou na Amadora

Sexta-feira, 14.03.14

 “It’s difficult to be diplomatic when talking about Jorge Jesus as a man. ‘Prickly’ is probably the most suitable term we could use to describe the Portuguese. (...) Jesus should know better and, presuming his gesture was made in the heat of the moment, should have apologised to Sherwood instead of continuing with a verbal tirade. Indeed, Jesus’ own staff remonstrated with their boss after the incident, and he responded by shoving and bawling at them. Coming face-to-face with Sherwood though, he turned away. Wonder why that is?”

                                                           Extracto de texto publicado no Eurosport online

Como já alguém disse, repetindo uma verdade tantas vezes utilizada sobre outras personagens e outros bairros ou localidades do país que marcam a ferro em brasa a personalidade dos seus autóctones, é difícil não afirmar convictamente, após mais um rol de tropelias executadas por Jorge Jesus no mítico White Hart Lane que “podes tirar o Jesus da Amadora, mas não podes tirar a Amadora de dentro dele”. Mais difícil deve ser ainda para os benfiquistas viver com a terrível contradição que é vibrar com algum do futebol espectáculo que Jesus pôs a equipa a jogar nos últimos anos, sabendo que à frente dos destinos da equipa está um tipo arruaceiro, básico, mal educado, desonesto, mentiroso e, contra todos os ditames do que deveriam ser os valores desportivos, um tipo que despreza os adversários e que no momento da vitória só se lembra de que o adversário está ali para ser humilhado perante toda a sua suposta genialidade. Não deve ser fácil aos vermelhuscos explicar aos filhos que não se dão palmadas nas mãos de agentes da autoridade, que não se goza/humilha um colega de profissão quando se está por cima, que não se empurra colegas que tentam evitar que se faça mais uma vez figura de urso, que não se masca pastilha de boca aberta, que não se fala como um selvagem que toda a vida parece ter vivido debaixo de uma pedra. Ganhar não é tudo, não pode ser tudo. O Benfica não é isto, não pode ser isto.

 

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publicado por bolaseletras às 16:59

O caminho

Sábado, 08.02.14

 

Fotografia de Hauro Ohara

 

Digam os pais o que disserem, mas por mais que se armem em modernaços os caminhos que trilharam pouco diferem daqueles para onde procuram orientar as crias. Pensam que com toda a experiência adquirida o trilho está agora livre de obstáculos, nítido e prometedor como sempre o desejaram. Até que chega o dia, o fatídico dia, aquele que sempre temeram mas que preferiram acreditar não surgiria. O dia em que as crias sorriem, condescendentes e  preparadas para a tempestade que se aproxima, informando que esse caminho é história e que a história delas não será essa. Choro e ranger de dentes, acusações, premonições, recriminações e incessantes recomendações para evitar o desvio do virtuoso caminho. A insistência repele as crias, o confronto tende a esvaziar o balão do amor, ameaçando a harmonia até então vivida. A sabedoria está num equilíbrio que o homem insiste em desconhecer, como se o dia seguinte fosse sempre o último, como se não houvesse milhões de caminhos para a felicidade. O segredo para dobrarmos esse cabo das tormentas poderá estar na capacidade de nos auto-questionarmos com duas singelas perguntas: este caminho, fez-nos real e devidamente felizes? É este o grau de felicidade que queremos que os nossos filhos alcancem? Pensem e questionem-se, pensem nisso.

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publicado por bolaseletras às 19:57

O mundo está perigoso

Sexta-feira, 20.12.13

 

Não obstante a época supostamente festiva que atravessamos, os habitantes deste mundo insistem em torná-lo um local pouco aconselhável. Por terras lusitanas, enquanto os professores se comportam como adolescentes arruaceiros, reiterando desbragadamente que constituem uma casta única imune a qualquer processo avaliativo, pelo arquipélago madeirense os deputados fazem birras como putos traquinas. O Governo da nação, alucinadamente temerário, não desiste de jogar à cabra cega com a Lei mãe e com os supostos princípios que jurou cumprir, pondo-se mais uma vez a jeito, agora não para uma bofetada de luva branca, mas para uma chapada de mão aberta dos todo poderosos Senhores do Palácio Ratton. Poderíamos pensar que lá por fora está tudo bem, que os loucos habitam apenas esta tosca imitação de aldeia gaulesa revoltosa, mas não é bem assim. A brutalidade da guerra na Síria mostra à saciedade que o homem pode ser o pior inimigo de si próprio. A outrora nação mais poderosa do mundo, a referência moral do mundo civilizado, desmorona-se lentamente por entre as denúncias de Mr. Snowden e as vergonhosas revelações das atividades pouco recomendáveis da NSA. Em França, o Sr. Hollande foi uma montanha que pariu um rato. Por Espanha, nem a casa real escapa à sensação de que a corrupção se instalou, em definitivo, nos corredores dos poderes que representam nuestros hermanos. As luzes de Natal continuam bonitas, tudo continua na mesma. O mundo está perigoso.

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publicado por bolaseletras às 19:12

O Clint é que a levava direita

Quinta-feira, 14.11.13

 

 

Não sou apologista do olho por olho, dente por dente, nunca fui miúdo, rapaz e mesmo homem de partir para a violência de modo a fazer valer a minha razão. Aliás, o mero levantar da voz para impor argumentos enerva-me ao ponto de quase negar tudo isto que estou para aqui a escrever. Em suma, queria mesmo era dizer que a violência apenas gera violência e nunca resolveu realmente nenhum mal neste mundo. Ainda assim, enerva-me terminantemente ouvir paiszinhos e mãeszinhas perfeitas dizerem que nunca tocaram sequer com um dedinho num fiozinho de cabelo que seja dos seus adorados e perfeitos filhotes. Eu cá acho que os poucos tabefes que levei dos meus paiszinhos nunca caíram em saco roto e, à distância, terão tido jusitificação em mais de 90% dos casos. Não sou apologista da educação pela palmada sistemática mas, no momento certo, com a devida justificação póstuma, uma singela palmada ou carolo podem resolver uma data de futuros problemas. Não vale a pena chamar a protecção de menores, o Clint ensinou-me a não deixar marcas (sim, neste cantinho mal afamado o humor negro também habita).

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publicado por bolaseletras às 17:29

A felicidade numa caixa de sapatos

Quinta-feira, 09.05.13

 

 

No bairro dos Olivais, onde eu e muitos mais crescemos e aprendemos a ser homens, tipos decentes e preparados para as alegrias e as agruras da vida, na rua, na calçada e na relva em frente a nossas casas, deixou de se ouvir o riso descontrolado de crianças rebeldes, silenciou-se a bola a bater nas vidraças e na chapa dos carros, trocaram-se os joelhos esfolados pelo silêncio órfão de alegria. Para combater isto ou, mais provavelmente, para fins eleitoralistas, constrói-se agora no espaço selvagem onde fomos felizes um daqueles modernos e assépticos campos de basquetebol. A coisa mexe comigo e com os amigos de hoje e de então, resumindo-se na seguinte conversa, bem reveladora das capacidades inatas e inimitáveis dos olivalenses, capazes de debater as profundezas da condição humana sem perderem contacto com o cheiro da relva molhada:

 

- Epá, mas o que é que se passa com o nosso bairro, que história é esta do basket estar a ganhar terreno ao futebol? Mas estes gajos acham que esta merda é o Bronx?

- Não é por aí. Nós também tínhamos campo de basquete (uns cestos manhosos e ferrugentos) à porta de casa, só que transformámos os postes em balizas (o saudoso jogo do poste - valia um golo quem acertava com a bola no poste, 2 pontos no aro, 3 o cesto com o pé) e não deixávamos de jogar à bola. Devia haver filmes desses tempos, porra.

- Estes gajos agora fazem estas merdas para, com alguma razão, chamar os putos a brincar na rua, para ver se largam as consolas, as wi e as playstation. Podiam era construir este mono noutro sítio.

- Isso não é desculpa. Com tanta relva que ali há…nós nunca precisámos de balizas e cestos para ir para a rua. Nós éramos 10 numa caixa de sapatos.

 

“Nós éramos 10 numa caixa de sapatos”, provavelmente a frase resumo de toda uma feliz geração. Tantas palavras para chegar aqui, ao “nós éramos 10 numa caixa de sapatos”.

 

p.s. - Um obrigado ao amigo FL pela reveladora fotografia.

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publicado por bolaseletras às 18:13

"Leave us kids alone" - já diziam os Pink Floyd

Segunda-feira, 28.01.13

 

 

Nos dias de hoje - tempos de crise, de busca de soluções e de incapacidade em pensar fora da caixa - a expressão mais escutada passa por apelar à urgente “mudança de paradigma”. E esta bela expressão serve para tudo. Para se clamar por uma sociedade do salve-se quem puder, para bater nos idiotas que ainda se arvoram a pensar que sobram trocos para o bendito estado social, para justificar porque se deve deixar de tratar velhinhos quando o custo da cura é elevado, para defender porque os serviços públicos que não tenham como principal função albergar amigos do partido reinante têm que fechar as portinhas, enfim, o rol de aleivosias que se esconde por trás da merda do paradigma é interminável.

 

Ora bem, contribuindo para mais um paradigma que é preciso mudar, diria que derrubar o que está subentendido no cartoon acima é essencial. O medo que assola as mentes e os corações dos paiszinhos (e sim, eu estou lá, não sou nenhum extraterrestre nem nenhum ser iluminado) de que os seus rebentos não possuam todas as armas, todas as armaduras que lhes permitam sobreviver na sociedade que os tempos futuros fazem adivinhar (olho por olho, dente por dente) é a maior ameaça à capacidade de desenrascanço, de pensar, de agir e reagir por si próprios dos nossos petizes. O excesso de preparação, de doutrinação, de aulas, de atividades extra-escolares, de horários para fazer trabalhos de casa, dificilmente deixará tempo para trabalhar aquelas que creio serão ferramentas muito úteis no futuro: a capacidade de adaptação a mudanças conjunturais repentinas, a imaginação, a resposta instintiva ao desconhecido e à novidade, a capacidade de encontrar soluções que nunca antes lhes tenham sido pedidas. Saber é essencial, mas construir o saber passo a passo, também por si mesmos, será cada vez mais decisivo. Dar tempo e espaço à pessoa que os nossos filhos são, fugindo aos moldes e aos estereótipos que a sociedade nos impõe e a que cegamente aderimos – não me parece uma má proposta para o projecto educativo de 2013.

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publicado por bolaseletras às 21:49

O longo percurso da adultescência

Quinta-feira, 03.01.13

 

 

Não sei em que se tornarão os meus filhos, como será a sua viagem por esta estrada sinuosa que é a vida. Desconheço que raça de adolescentes encarnarão, em que casta de jovens se incluirão e em que colheita de adultos desembocarão. Mas muito do que hoje vou vendo por aí preocupa-me e muito. Suspeito de uma boa carrada de erros que me parece que tantos paiszinhos de ontem e de hoje têm cometido, mas preocupa-me muito mais descobrir o caminho certo para não os repetir. Não estou imune à asneira e sei bem que o amor cego muitas vezes impede-nos de vez os melhores caminhos, muitas vezes porque o melhor nem sempre é o menos doloroso. Este artigo da New Yorker, que compara a visão de duas antropólogas sobre a responsabilidade social e a capacidade de emancipação das crianças da tribo Matsigenka da Amazónia Peruana, com os hábitos eternamente infanto-adolescentes das crianças e jovens de Los Angeles pode ajudar-nos a abrir os olhos para muitas das asneiras que mais tarde lamentaremos . Para quem se interessa pelo tema recomendo vivamente que percam uns bons minutos com a sua leitura, que serão não gastos, mas muito bem ganhos. Deixo estes trechos para aguçar o apetite.

 

 

 

“Why do Matsigenka children help their families at home more than L.A. children? And Why do L.A. adult family members help their children at home more than do Matsigenka?” Though not phrased in exactly such terms, questions like these are being asked—silently, imploringly, despairingly—every single day by parents from Anchorage to Miami. Why, why, why?”

 

“(....) contemporary American kids may represent the most indulged young people in the history of the world. It’s not just that they’ve been given unprecedented amounts of stuff (…), They’ve also been granted unprecedented authority.

 

“Parents want their kids’ approval, a reversal of the past ideal of children striving for their parents’ approval”.

 

“By working so hard to help our kids we end up holding them back.”

“In contrast to American parents, French parents, when they say it, actually mean it. They view learning to cope with ‘no’ as a crucial step in a child’s evolution, Druckerman writes. It forces them to understand that there are other people in the world, with needs as powerful as their own.”

 

“A lack of discipline is apparent these days in just about every aspect of American society.”

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publicado por bolaseletras às 20:46

Um país à beira de não ter futuro

Sexta-feira, 31.08.12

 

 

Há dias em que depois de assistir a um extenso rol de atrocidades de impreparados paizinhos ou mãeszinhas, dificilmente resisto em dirigir-me a esses imerecidos progenitores e dizer-lhes: “Caro senhor/a, se não estava preparado/a para ser pai/mãe não o deveria ter sido. Mas já que cometeu a imprudência de o ser, agora ao menos faça-se homenzinho/mulherzinha e exerça os seus deveres parentais no sentido de fazer esta criança uma pessoa feliz e educada”. Era bonito, sim, dar este passo, mas isto de ser causticamente sincero não cabe nos bons modos socialmente aceites, pelo que provavelmente iria ser contraproducente. Crianças a entrarem na praia ao meio dia, na torreira do sol, naquela hora que chamo de cancer time é mato neste desgraçado país. Bébés a berrar em cafés, shoppings, restaurantes enquanto os papás comem, bebem e fumam é o pão nosso de cada dia. Crianças a levar estaladões porque não param quietas nesses cafés, restaurantes e shoppings, estacando quietinhas como estátuas deixando os seus pais usufruírem daquilo que os seus cerebroszinhos interpretam como prazeres são areia na praia. Uma gente que não sente por instinto que o seu maior desígnio deveria ser fazer crianças felizes não é bem gente, um país onde as pessoas não sabem educar é um país sem futuro.

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publicado por bolaseletras às 23:30

Novos caminhos, rapaziada, novos caminhos

Terça-feira, 17.01.12

 

 

Dizia no outro dia uma senhora responsável pela escola de Gestão da Universidade Católica que mais do que uma casa, dinheiro, bens materiais, o melhor investimento que podemos fazer nos nossos filhos é na educação. Vêm-nos logo à cabeça colégios inacessíveis, as melhores faculdades, os cursos com maior saída no mercado de trabalho, preferencialmente os que garantam um futuro ch€orudo e bem almofadado em confortáveis sacos de euros. O caminho parece ser encontrar o segredo para o modelo do aluno exemplar e aplicado, dotar o petiz das ferramentas que geraram os genioszinhos daqueles mesmos colégios e faculdades, encher-lhe a cabeça, o corpo e os sonhos com fórmulas infalíveis e eternamente repetidas. Com um pouco de sorte criaremos mais um génio do subprime ou de qualquer outro produto financeiro que nos leve onde nos conduziram os outros génios dessas fabulosas escolas de gestão.

 

Alternativas? Descobrir a chave para lhes abrir o horizonte para a originalidade, o desejo para a inovação realmente inovadora e não aquela que desemboca em mais uma qualquer outra réplica melhorada e colorida do último gadget. Perseguir a árdua tarefa de os fazer olhar o mundo com permanente sentido crítico-construtivo, convencê-los de que as teorias estudadas não deverão ser engolidas como definitivas ou necessariamente as melhores. Fazê-los acreditar que não está tudo inventado. Incutir-lhes a crença de que o ser humano está ainda muito longe de encontrar as soluções perfeitas para o seu bem-estar e felicidade. Colocar-lhes esse enorme peso nos ombros com um sorriso nos lábios para que isso não seja uma tarefa hercúlea mas uma busca que dê prazer todos os dias. Permitir-lhes sonhar sem grilhetas. Conduzi-los ao caminho da felicidade. Sonhar sonhar sonhar!

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publicado por bolaseletras às 18:07

A difícil arte de moldar o barro

Sexta-feira, 04.11.11

 

Fotografia de John Philips (Nova Iorque, 1940)

 

É com a primeira vez que o nosso filho se inicia na arte de nos imitar cada gesto, cada passo, cada palavra, que se inicia um tormentoso processo de auto-conhecimento dos desembestados progenitores. Seremos nós o modelo que queremos para esta criança que amamos mais que tudo? Provavelmente, se nos restar um pingo de humildade e inteligência perceberemos que não vale a pena repetir erros, conduzi-lo na mesma estrada sinuosa e repleta de armadilhas. É esta a oportunidade para moldarmos o barro com maior mestria, é este o momento para mostrarmos que o que em nós falhou facilmente poderia ter resultado. Não caindo na tentação de aspirarmos à perfeição, olhar para nós e admitir as arestas mal limadas é meio caminho andado para evitarmos a criação de monstrinhos ou de réplicas mal paridas. Vejam lá isso, papás e mamãs.

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publicado por bolaseletras às 18:34





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