Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Ainda sobre moças avantajadas e os guardiões das supostas verdades
Como nunca é demais repetir as raras pérolas de que a blogosfera vai deixando rasto, reforço a chamada de atenção do Luís M. Jorge e destaco com a devida vénia a excelente análise do blogger Morgado Fernandes. Como alguém hoje questionava em carta escrita a vermelho ao Diário de Notícias, perguntando “quem nos guarda dos guardas?” - supostamente referindo-se aos representantes do poder judicial – eu, que prefiro que os guardas a que se refere o Senhor Engenheiro nos vão guardando sem a guarda de sabe-se lá que poderes a não ser a dos guardas judiciais das instâncias superiores (em que pensaria o Senhor Engenheiro? Polícias de Juízes? Fiscais dos bons costumes jurisprudenciais?), considero a questão bem mais pertinente quando aplicada à classe dos jornalistas. O poder deste quarto poder é já hoje imenso, para que a ausência de controlo de qualidade (falo em controlo de qualidade, não de controlo ou censura, atenção) da sua actividade não seja encarada como uma questão fundamental numa sociedade moderna.
A falta de cuidado, profissionalismo, muita preguiça e zero qualidade que se percebe no post acima referido acontece porquê? Sem querer fazer nenhum tratado sobre o porquê do estado dos media nos dias de hoje, avanço desde já com uma explicação, alicerçada em dois factores que se misturam gerando uma mistela que tem tanto de explosivo como de intragável: o desinvestimento dos meios de comunicação social em recursos humanos aliado ao avassalador volume de informação, verdadeira ou falsa, testada ou meramente vomitada pelas redes sociais da moda, gratuita e acessível num clique ao público em geral ou a jornalistas sem tempo, sem experiência ou formação técnica ou deontológica minimamente suficiente, sem autorização superior para gastar tempo e recursos em investigações jornalísticas sérias – essa mistela trouxe-nos aqui, a um estado da arte em que nunca podemos ter a certeza de que o que estamos a ler corresponde à realidade ou ao universo da ficção. Quem nos guarda dos guardadores da suposta verdade?
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4 comentários
De Francisco Oliveira a 04.12.2014 às 19:57
Abraço,
Chico
De bolaseletras a 04.12.2014 às 22:36
De Teresa a 05.12.2014 às 18:02
E não ver tv, não ler jornais, não "ir" aos media só agrava o problema porque depois de "filtrado" por gente ainda pior do que o 4º poder, e numa 2ª feira cinzenta, é de dar em doido.

Nem a propósito acabei de ver:
https://screen.yahoo.com/10-famous-histo
Dá que pensar em tanto com que és bombardeado e que é staged para parecer o que não é e de alguma forma menosprezando a tragédia que, realmente, se vive.
Vem à ideia duas histórias recentemente manipuladas com crianças na Síria:
http://www.bbc.com/news/blogs-trending-3
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2
Como se a realidade REAL não fosse por si brutal o suficiente. E como o espectaculo, furor - e a final explicação da "partida" - acabam por insensibilizar as pessoas, ou pelo menos distraí-las, do que de facto se passa.
Abraço. Bom fim de semana!
E agasalhem-se que o tal frio polar que andam à anunciar há 2 semanas parece que chega este fds
