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Apesar do mal, teremos sempre Paris

Sábado, 14.11.15

IMG_20151114_183856.jpg

Tenho alguma dificuldade em alinhar um discurso coerente quando as emoções não abrandaram ainda para lume brando. Creio que é humano, embora cada vez menos saiba o que é ser hoje razoavelmente humano. Oiço em silêncio os discursos securitários de experts nisto e naquilo, as promessas de acções e planos infalíveis dos líderes do mundo que passa nas televisões e pergunto-me se ninguém percebeu ainda que massacres como este, com maiores ou menores motivações religiosas ou ideológicas, vão estar sempre ali, na curva, ao espreitar da esquina. O corvo negro que nunca deixará de turvar-nos a esperança paira sobre sobre as nossas incertas existências. Não adianta temê-lo, nao adianta não viver para adiar a sua descida dos céus. Loucos, fanáticos, gente genética ou "ambientalmente" má existirá sempre ao nosso redor. Podemos ter mais ou menos sorte em não nos cruzarmos com esses cruzados do ódio, podemos erguer barreiras, tentar amaciá-los ou educá-los, mas o mal nunca deixará de existir. Ter esta consciência pode ser ainda mais doloroso do que a não ter. A ignorância é uma benção. CONTIGO PARIS!

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publicado por bolaseletras às 18:43


3 comentários

De Teresa a 14.11.2015 às 19:59

Que tenha sido o cínico a amargurado Rick a proferir a frase eterna dá que pensar.
Das duas vezes que lá estive pairava sobre a minha mente exactamente o que se tem passado... como era possível ver aquelas células a criarem-se e nada fazer?!
Quando comentei com amigos - que insistem em ver Paris e França com óculos rosa - todos achavam que tinha sido uma má experiência com resquícios de racismo não assumido. Quem tinha razão?

Até Rick sabia que tinham tido - o que tornaria a frase em "we already had Paris" - mas nunca mais teriam Paris.

E por culpa dos antecessores da Senhora que vem hoje dar um passo em frente a dizer que há que ler a Bíblia e voltar à Igreja. Aguardam-se os dois passos atrás.

É que essas idas e leituras já não evitarão nada. Darão paz e conforto a quem, e onde, ainda deixam.

França mandou retirar uma série de Presépios no Natal passado para não ofender estes mesmos. Eles agradecem rescrevendo o Livro do Apocalipse :(.

De bolaseletras a 16.11.2015 às 14:08

Teresa,

Da última vez que estive em Paris (há uma meia dúzia de anos), adorei como sempre, mas não deixei de sentir um friozinho na garganta sempre que andava de metro, pelos arrabaldes de Paris, etc...percebe-se hoje quando se vai conhecendo que boa parte dos terroristas do massacre de sexta eram residentes em Paris, Bruxelas, etc...para lá do ódio e dos fundamentalismos religiosos, há que reconhecer uma enorme falha na integração desses jovens, na transmissão dos valores das sociedades ocidentais, ditas evoluídas. Como resolver? Sabe Deus...

De Teresa a 16.11.2015 às 16:45

Tu estiveste lá antes de mim... acho... porque me lembro de escreveres sobre isso e eu comentar o tanto que gostas de comer e como deves ser das poucas pessoas - tirando o snob que acha que tudo em Paris é très bon mesmo que não seja, quando quase nunca é. não mais do que em tanto lado e bem mais caro - que de facto gostaste daquilo. (eu não gostei. nada da primeira vez e um bocadinho mais da segunda) Talvez pelo que és. O de sempre. Ali ou nos Olivais.... dizia eu o quê? (nestes dias perco-me porque quero viver e reagir mas o medo e a tristeza estão à espreita para mandarem calar a graçola, a vida, o normal...)

Quando estive lá duas coisas me chocaram sobre tantas e tão erradas - a indiferência do Francês Franciu (autoctone) para com tudo e todos. Até para com a cidade e o seu modo de vida. E a intimidação e falta de gosto pela mesma cidade por parte de quem não é Francês. Nem quer. E detesta tudo o que aquilo representa. Mas que governa. Que ocupa bairros atrás de bairros tornando qualquer Boulevard numa rua de barracas que só não cai porque os Europeus fazem para durar.

Esta equaçao - francês que não se importa nem impõe + quelqu'un que não se importa mas impõe a sua vontade pareceu-me - até para quem é desligado de politiquices como eu - uma mistura em ebulição pronta a explodir.

Uma daquelas vezes que queria IMENSO não ter razão.

Para resolver - que se pode. DEVE! - involveria muito politicamente incorrecto e atentado às liberdades e garantias de quem está a ganhar.

Não soube do que ocorrera até terminar o movie night (que temos em casa à 6ª f) mas quando voltámos à realidade o meu grande trabalho foi convencer a teenager que estava enganada: "não, não são pessoas que entram com os refugiados." "não filha, se nós dermos condições a que sobrevivam e venham para o nosso País não nos arrependeremos" mais umas horinhas e fiquei sem argumentos para os medos dela.

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