Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
...da grossa
Na vida de um blog e sobretudo do seu mentor, há sempre aquele dia em que a folha em branco se mantém em branco, naquele terror provocado pela falta de tempo, pela ausência de inspiração ou de posts em arquivo. Nesses casos, geralmente a solução para não deixar o blog em banho maria passa por colocar fotos de ninfas, umas piadolas, uns cartoons à maneira de “vamos lá encher o chouriço e isto até tem piada ou o bikini da moça até casa bem com o fundo do blog”. No entanto, assumo, o último post é próximo do lamentável, é coisa para reflectir e concluir “que bela merda de post”. As moçoilas têm sem dúvida um elevado calibre e uma generosa dose de graciosidade, mas a ligação com as tartarugas é forçada, infeliz, digna de um adolescente em busca da piada e da glória fácil. Assumo, fiz merda da grossa. E é neste ponto que eu quero tocar, na essencialidade de todos nós, em nossa casa, no nosso trabalho, sermos capazes de evitar as desculpas fáceis e a fuga à ocultação do sol com a peneira, repetindo, sempre que necessário, este libertador mantra: “Fiz merda da grossa”. O mundo seria um lugar bem melhor se alguns ministros assumissem que quando escolheram certos dirigentes ou braços direitos olharam mais para o cartão partidário ou para as relações pessoais, o que, naturalmente, só poderia ter um resultado prático: esse mesmo, merda da grossa. Isto aplica-se obviamente também a alguns dos melhores jogadores da bola ou aos treinadores destes que, ao invés de desviarem todas as atenções para o apito do árbitro que se manteve silencioso quando devia marcar aquele penalty mais do que evidente, esquecendo o remate para a bancada com a baliza escancarada, o 11 mal escalado, a substituição lamentável ou aquela entrada de carrinho assassina, deveriam simplesmente chutar a bola para a bancada e gritar ao vento: “Fiz merda da grossa!”. Acreditem, repitam o mantra, pode ser mais libertador do que o próprio acto físico em si. Experimentem lá: “Fiz merda da grossa”.
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2 comentários
De Francisco Oliveira a 26.09.2014 às 23:18
Chico