Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
É Carnaval, ninguém leva a mal
Toda a estratégia que este governo tem seguido para “racionalizar” (na verdade, a isto chama-se racionar) a função pública é catastrófica. Tudo começou na incapacidade em definir o essencial: escolher/saber o que é que o Estado deve fazer, avaliar depois o que o Estado faz melhor ou pior para que o foco do serviço público incida nas atividades eficazmente desempenhadas. Depois, os cortes ao desbarato, atingindo da mesma forma os bons funcionários e aqueles que tão mau nome dão à função pública. Sempre afirmei que a função pública tem muito para corrigir, muito para reformar, muitas gorduras a eliminar. No entanto, sei bem, como o saberemos todos se formos honestos nessa análise, que no privado subsistem os mesmos ou piores vícios e irracionalidades que na área pública. Hoje, quando deixei os miúdos numa escola quase vazia, em que os restantes miúdos seriam filhos de funcionários públicos sem mais sítio onde os deixar, quando me deparei com estradas e bombas de gasolina desertas, senti pela primeira vez uma raiva surda e uma vontade de fazer como o senhor assessor de imprensa Zeca Mendonça: ter um momento de descontrolo, e depois, plácida e candidamente, pedir desculpas. Não, não era num pobre fotógrafo que iria dar um biqueiro, acreditem que não…