Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Em memória dos Verões pré-parentais - dos amores impossíveis
Um Verão que honra a magia dos verões pré-parentais e, como é evidente, pré-maritais, dado o tema que será esquartejado na confusão de vogais e consoantes que se segue, é aquele que começa, no primeiro dia de praia, com um encontro imediato de quinquagésimo grau, em que nos cruzamos com uma daquelas musas que nem nos filmes pensávamos existir, aquela esfíngica perfeição por quem facilmente estaríamos dispostos a dar a vida. Desde esse segundo até ao último dia de férias existirá em nós a perfeita certeza de que aquela moça nunca a nós se entregará, tal como teremos a inabalável convicção de que qualquer gesto, qualquer ligeiro inclinar da cabeça, o mais leve pestanejar terá como objectivo lançar-nos um sinal, uma pista, uma migalha de hipóteses de ter reparado na nossa triste e apalermada presença. Falo no plural porque, felizmente, não vivi sozinho esses cruéis anos da eterna juventude. Não é possível sofrer tanto sem nos sentirmos acompanhados no mais tolo sofrimento do mundo. Those were the days.