Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Nacional 0 - Sporting 1
Antes de me debruçar sobre o jogo do meu Sporting hoje na Madeira, queria apenas dar uma palavra ao presidente Bruno de Carvalho. Senhor Presidente, se não está satisfeito com o seu treinador e com a equipa diga-lhes isso directamente, de preferência no recato do balneário. Dizê-lo para fora para que eles o oiçam demonstra pouca inteligência emocional, não muito digna que alguém que até tem demonstrado boas qualidades de liderança. Esses recados públicos destabilizam a equipa, como bem se percebeu na primeira parte do jogo de hoje contra o nacional. Aliás, nesses 45 minutos fiquei com dúvidas que os jogadores, contrariamente ao que têm deixado entender, estivessem de alma e coração com Marco Silva. Por outro lado, tão pouca concentração e duvidosa intensidade fizeram-me igualmente duvidar que Marco Silva, como diz, estivesse a exigir tudo dos seus jogadores.
Na segunda parte tudo mudou. Marco arrumou a equipa, sobretudo as ideias da equipa e a forma de as executar, e a melhor qualidade do nosso futebol e dos seus melhores jogadores sobressaíram finalmente. Paulo Oliveira, depois de alguns meses de adaptação a outra realidade, afirma-se já como um muito bom central com promissora margem de progressão. William Carvalho melhora todos os jogos, estando bem mais perto de fazer o que tão bem faz: jogar simples e fazer dessa simplicidade o motor da equipa, a ligação oleada entre a defesa e o ataque. Slimani, aquele a quem chamam tosco, dominou bolas impossíveis, assistiu, foi um martelo pneumático incansável, decisivo em todos os momentos ofensivos, o homem que tanto porfiou até que um remate seu fosse bem recargado por Carlos Mané. A esta equipa falta agora um companheiro de qualidade para o lado de Paulo Oliveira, um João Mário que perceba que a equipa necessita, além da sua qualidade ofensiva, que seja mais intenso a defender, que faça com que o seu pé de pelúcia seja também de betão na hora de recuperar a redondinha. A equipa precisa também que Nani regresse e que Carrillo, com as saudades que sente dele, não exagere nos lances individuais mas sim que ponha toda a sua arte ao sentido da equipa. Parabéns rapazes, precisamos que os segundos 45 minutos passem a ser 90.
P.s. – Enquanto isso, pelo lado errado da segunda circular, assistiu-se a bonita homenagem conjunta do sr. Capela e do Benfica ao clube chileno Colo Colo. Para quem não apanhou a piada, em alternativa enalteço a nova aposta de Jorge Jesus em Bebé, como que justificando o colinho com que o sr. Capela deu mais 3 pontos aos vermelhuscos.
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1 comentário
De Anónimo a 25.12.2014 às 17:16
http://pt.blastingnews.com/opiniao/2014/1