Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
O feitiço do vento
Passava pela vida sem dono nem rumo, mesmo que, aparentemente, atracasse temporariamente num determinado porto. Sempre que se demorava um pouco mais nas enseadas dos seus desejos o vento, tímido, mas insistente, soprava-lhe ao coração uma canção triste e misteriosa. A melodia, como uma feitiçaria do desencanto, guiava-a de novo ao mar sem fim e sem dono, tomada por uma necessidade férrea e dolorosa de cessar aquele cântico viciante e demoníaco. Ao contrário de muitos dos insondáveis mistérios da vida, um dia, num certo porto, percebeu finalmente o enigma que tanto a atormentara. A música jamais a abandonaria, o que lhe faltara até então era quem a percebesse com ela, quem mergulhasse no mistério da sua vida e sugasse até ao tutano todos os silêncios que a outrora demoníaca melodia lhe adormecia na alma.
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2 comentários
De Teresa a 20.07.2018 às 09:56
Oscar Wilde
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