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O tempo da falta de tempo

Terça-feira, 07.06.22

   

1.jpg

 

A arte do sentimento teima em desacompanhar a sucessão vertiginosa de acontecimentos, de exigências, solicitações, expedientes, prazos e tarefas que se atropelam. A vida recusa olhar-se no espelho, ter tempo para o autoconhecimento. Os dias fogem por entre os dedos, não como grãos de areia que, ainda assim, apresentam alguma doce lentidão na sua queda modorrenta, mas como cataratas de água pesada como chumbo. Por entre os afogamentos de sensações perece a empatia, definha a capacidade de olhar e amar o outro, o vulgar outro e o Outro que tudo sempre foi para nós, mas que a vida teima em encostar nas vielas da falta de tempo. Como se a voracidade do tempo fosse mais forte do que nós. Será? Ou será este soçobrar perante a corrida destemperada dos ponteiros do relógio uma mera distração, o deixar-nos levar pela corrente sem sequer tentar nadar no sentido contrário desse silencioso turbilhão? Voltar a saber amar é saber parar o tempo, recusar a escravidão dos supostos “tempos modernos”, os tempos da falta de tempo. Olhar, parar, recusar ir na onda. Viver. Amar.

 

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publicado por bolaseletras às 10:29


2 comentários

De s o s a 14.06.2022 às 21:55

diria, avulsamente, que deixar-se levar na onda é do melhor que há. A onda é a vida !

De O ultimo fecha a porta a 18.06.2022 às 13:53

Continuo com a convicção de que para o que o queremos realmente nos interessa, há sempre tempo.

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