Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Pedrógão Grande - três meses depois
Pedrógão Grande - Reportagem do The Guardian
Passaram três meses da tragédia de Pedrógão Grande e pouco sabemos sobre o que falhou, o que podia ter sido feito para minorar as enormes perdas humanas e materiais. Não se conhecendo/reconhecendo/auditando o que falhou dificilmente serão avançados planos ou soluções concretas com qualidade para evitar tragédias semelhantes no futuro. Sem se debater e colocar no papel o que não foi e deveria ter sido feito (a prevenção que não existiu, as falhas no combate ao fogo, a falência ou insuficiência de meios) qualquer reforma legislativa ou de recursos humanos e materiais será uma falácia, uma forma de atirar areia para os olhos dos cidadãos. Até à próxima e inevitável tragédia.
As funções essenciais desempenhadas pelo estado, de defesa do território e das populaçãoes (a tão propalada protecção civil) revelam fragilidades mais que preocupantes e pouco ouvimos sobre o que será feito para melhorar e reformar o que tão torto está e que, pelo andar da carruagem, tarde ou nunca se endireitará. Não chegam demissões por motivos laterais, não chega responsabilizar contratos mal paridos e pior geridos. É preciso colocar o dedo na ferida, de modo a que doa, a que o país grite de revolta, a que alguém tenha a coragem de dar a volta ao texto e a vergonha de não deixar tudo ficar como está. Por nós, pelo país, pela memória dos que morreram.