Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Portugal 1 - Polónia 1 (5-3 g.p)
Primeiro e antes de tudo, parabéns aos nossos esforçados guerreiros, obrigado por tudo o que deixaram em campo para nos fazer felizes. Sim, esta é uma equipa de sangue, suor e lágrimas. O Portugal com o cheirinho do grande futebol brasileiro (o do passado, não o de agora) já era, a ginga deu lugar ao músculo e ao esgotar de forças na conquista pela vitória. Os dribles ziguezagueantes de vedetas idolatradas cedeu perante a solidariedade do grupo, o cinismo resultadista enterrou de vez o tempo das vitórias morais. Temos o melhor do mundo a falhar golos como o simpático Ederzito, mas em contrapartida temos um Cristiano que dá tudo pela equipa e joga muito mais em prol desta. Não temos ponta de lança mas temos o melhor defesa do europeu, um Pepe estratosférico que está num nível físico e mental para lá do imaginável. Temos depois a revelação do europeu, o centro-campista mais entusiasmante do campeonato, o bom selvagem Renato. Temos também o nosso aranha negra lusitano, um Rui Patrício em quem podemos definitiva e inequivocamente confiar, quer para defesas fáceis quer para aqueles pequenos milagres entre os postes que apenas os predestinados das redes concretizam. Rapazes, estamos quase lá, cada vez mais acredito que vocês não estão aí para morrer na praia. Vamos a eles, carago!
p.s. – Brilhante e inspirador este post de uma amiga no facebook: “A seleção portuguesa tem como melhores neste momento um membro da etnia cigana, um miúdo de ascendência africana que cresceu na antiga Musgueira e um luso brasileiro. Para quem não celebra a diversidade da sociedade portuguesa e não pratica o respeito pelas minorias no dia-a-dia é favor ter em conta esta realidade mesmo quando terminar o Euro. Obrigada e bom dia.”