Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
QUERO O MEU SPORTING SEXY DE VOLTA!
Neste momento custa-me muito escrever sobre o meu Sporting. E é por isso, não por preguiça ou falta de tempo, que a transcrição que abaixo coloco, da análise do Nicolau Santos no Expresso, serve para retratar um pouco daquilo que sinto. Sou do Sporting porque sempre senti o Sporting como um clube realmente diferente. Um clube com uma luz diferente, que vivia o desporto com um misto de desportivismo e alegria, que procurava ganhar jogando bem e não sacrificando os valores desportivos e humanos em prol do objetivo único das vitórias. Ganhar era também dar espectáculo, espalhar alegria, fazer diferente, e quando se fazia isso e mesmo assim não se conseguia ganhar (não se pode ganhar sempre, ora bolas, é o princípio básico do saber estar no desporto) as palmas eclodiam no estádio com a mesma paixão de quando efectivamente se ganhava. O meu Sporting é alegre e sexy, não é zangado, rancoroso, permanentemente contra os outros e o mundo. O meu Sporting é sexy, porra!
“O Sporting mandou regressar André Geraldes e Ryan Gauld a Alvalade, jogadores que estavam emprestados ao Vitória de Setúbal, no dia imediatamente a seguir a ter perdido na cidade do Sado para a Taça da Liga, sendo afastado das meias-finais. Ora se em política o que parece é, no desporto acontece exatamente o mesmo.
Se o Sporting queria os dois jogadores de volta porque necessita deles para a 2ª volta da Liga devia ter avisado o Vitória de Setúbal antes do jogo de quarta-feira. Depois do que aconteceu, então seria do mais elementar bom senso não o fazer de imediato, para que a decisão não surgisse como uma retaliação ao Vitória de Setúbal, que não tem culpa nenhuma do Sporting ter falhado dois golos escandalosos, de ter permitido um golo na recarga a um canto e do árbitro ter marcado um penálti a favor dos sadinos aos 94 minutos. Assim, é a imagem do Sporting que sai muita maltratada desta decisão. E isso é inaceitável para um clube que reclama para si ser diferente dos outros.
Tão importante como saber ganhar, é saber perder. E o Sporting não soube perder na quarta-feira perante o Vitória de Setúbal. O Sporting pode e deve queixar-se de uma arbitragem miseravelmente incompetente. Pode e deve queixar-se de pelo menos dois cantos escamoteados, de um fora de jogo mal tirado que daria golo, de outro também errado e do escandaloso penálti que o árbitro, por indicação do fiscal de linha, marcou ao minuto 94.
Tudo isso é verdade. Mas quando começamos a olhar demasiado para os erros dos árbitros esquecemos os nossos próprios erros. E eles começaram com a construção da equipa para esta segunda época de Jorge Jesus em Alvalade. Da montanha de reforços que aterrou em Alvalade só dois pegaram: Bas Dost (que é bom mas não faz esquecer Slimani) e Campbell, que não é a última Coca-Cola no deserto nem faz a diferença mas é um bom jogador, útil em certos jogos e situações.
Quanto ao resto, foram flops atrás de flops, com Markovic à cabeça, logo seguido por Elias, Lukas Spalvis (que não sabemos o que vale), Alan Ruiz, Marcelo Meli, André Souza, Lucas Castaignos, Petrovic… Temos ainda decisões muito discutíveis: Douglas é melhor que Paulo Oliveira? Matheus Pereira não tem lugar nesta equipa? Bryan Ruiz já fez esta época algum jogo em que não andasse a dez à hora ou que marcasse algum golo?”