Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Sporting 1 - Porto 1
Se há coisa que me mexe com os nervos nos lusitanos hábitos é a facilidade em enaltecer e sobrevalorizar tudo o que vem de fora. Os “chicos” de Lopetegui e a equipa que o Porto está a construir, apesar de não ter defrontado um adversário realmente desafiante, já era quase considerada o Barcelona português. Eu, que pela primeira vez vi esta época um jogo inteiro da rapaziada nortenha cheguei a pensar que o pior Porto de Paulo Fonseca estava de volta. Sim, têm grandes jogadores, os tais que muitos milhões de euros permitem (Jackson é um ponta de lança fenomenal, Oliver e Brahimi têm enorme potencial), mas ainda não têm, longe disso, uma grande equipa. O Sporting melhora jogo a jogo, hoje com dois fantásticos Nani e Carrillo, um inebriante João Mário, um William Carvalho a crescer, crescer, crescer, mas, infelizmente, com dois centrais medianos e um ponta de lança muito lutador mas pouco mais do que isso. O Sporting foi muito melhor na primeira parte do que o Porto, o Porto foi um pouco melhor na segunda parte o que, em suma, faz do sporting o vencedor moral. É pouco? É, mas que dá moral para o que ainda aí vem, dá.
O último ponto da análise dedico-o a um jogador que nunca deixou de ter no clube que o viu nascer e que é desde sempre o seu único clube, o seu amor, uma turba de dedicados detractores. Falo de Rui Patrício, um excelente guarda-redes que na primeira parte se transfigurou em icebergue para gelar os nervos que habitam o ser humano e defender o remate de um isolado Jackson Martinez. Na segunda parte, não se distraiu com o susto que é olhar para Quasimodo Herrera, voou, pairou nas nuvens e deu uma miraculosa palmada na bola para a afastar das redes leoninas. Obrigado Rui, és grande, és nosso e é um orgulho ter-te connosco, desde sempre e para sempre.
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6 comentários
De Zé da Fisga a 27.09.2014 às 21:54
Só que este campeonato pelo andar da carruagem não dá pica.
Seis jornadas decoridas, seis pontos de avanço sobre o Leonço, isso dá, deixe cá ver...Pois, um ponto por jornada. O que dará a bonita conta ao fim das trinta jornadas, trinta pontos à maior.
Assim não dá mesmo. A ver se começam a fazer um pouco mais, ao menos para dar um pouco de estímulo, mesmo porque nós queremos ganhar aos adversários e não pretendemos uma passadeira, que merecemos, mas na nossa grande humildade, isto é, humildade de Campeões, abdicamos dela.
Vá! Comecem a jogar mais um pouquinho; tá?