Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Um dia temos que começar a agir seriamente sobre isto
“A Europa cismou tão obcecadamente na economia que deixou deslaçar a política, negando-se à interpretação óbvia de que o crescimento dos partidos extremos e populistas era a metastatização da própria insubordinação popular.”
Pedro Santos Guerreiro
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Estúpida e orgulhosamente sós
A capacidade de nos autoflagelarmos é proporcionalmente inversa à nossa inteligência. Sentimos o cheiro do napalm que se infiltra insidiosamente no alcatrão e deixamo-lo entranhar-se nas nossas roupas, no nosso corpo, nas nossas vidas. Sim, falo dos ingleses, esses orgulhosos e pedantes isolacionistas, esses seres iluminados que se julgam mais que todos os outros e que disseram sim a viver orgulhosamente sós. Serão inúmeros os defeitos desta União Europeia coxa, burocrática, pesada, tantas vezes fria e desumana. Não obstante, a vida e o mundo são feitos desse processo (des)construtivo: identificar o que está mal, desenhar medidas para a mudança, reunir forças e apoios para as implementar e, no final, celebrar a maravilha que é o génio humano e a sua capacidade de caminhar para um mundo melhor. Isto parece ingénuo e utópico mas é mesmo assim, porra. Sobrevivemos à barbárie da idade média, a guerras mundiais, a holocaustos, a pestes negras e bubónicas, à fome e às secas, caímos no buraco negro do medo e do desespero e conseguimos sempre trepar pelas escarpas rochosas até atingirmos a luz, feridos mas realizados. Tudo isso fizemo-lo sempre de mãos dadas, nunca ninguém venceu nada sozinho contra o mundo. Fuck you, Brexit!
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Um abraço, Bruxelas
A dor e o medo que habitam o peito de todos os cidadãos europeus voltou. Estes sentimentos são também o reflexo da impotência europeia em saber adaptar-se a estes tempos de uma nova e renovada barbárie. Quando a reação a problemas globais que estão à vista de todos (terrorismo, refugiados, guerras que estão na origem dos dois primeiros) são discutidas e “decididas” pelos novos donos disto tudo (os euroburocratas encerrados nos seus luxuosos gabinetes) e não por aqueles que deveriam ser os decisores finais legitimados pelos votos diretos dos diferentes povos europeus, as decisões são demoradas, periclitantes, defensivas e cobardes. Enquanto não percebermos e não resolvermos o nó górdio da impotência a que as nações europeias se entregaram nos corredores labirínticos de Bruxelas não perceberemos nada. União Europeia sim, burrocracia europeia não.
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Podia ser cá para o nosso cantinho, mas, face à atualidade, é todinha para o país irmão
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This is not America, alguém cantava
Porque é que os americanos teimam em ser estúpidos? Porque é que o mundo se sujeita a ser liderado por gente estúpida? Porque é que uma nação que se fez a si própria do nada, em pouco mais de duzentos anos, deita tudo a perder quando permite que sacos a abarrotar de dólares possam fabricar presidentes? Porque é que Obama é tão louvado mas o mundo não está melhor? Será muito liriri e pouco larara?
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E quem se lixa é o mexilhão
Quando pensávamos que depois do debate televisivo entre os 9 candidatos a presidir este cantinho à beira mar plantado nada de pior poderia ensombrar tanto a nação, lembramo-nos que há 30 políticos com um papel muito relevante na nossa democracia que acham por bem ter subvenções vitalícias por terem trabalhado 12 anos, mesmo que ganhem mais de 2.000 euros. Votam favoravelmente os cortes de salários, de pensões e de apoios sociais do povinho, do desgraçado mexilhão, mas têm a pouca vergonha de pedir ao Tribunal Constitucional que não permita que lhes sejam retirados os seus privilégios, por mais injustificados e eticamente reprováveis que estes sejam. Tinha tanto para dizer sobre isto, mas para não prejudicar os níveis de tensão arterial fico-me por esta frase na mouche do jornalista Paulo Baldaia: “(…) parece impossível um Bloco Central para nos governar, mas ele nunca deixou de existir para se governarem”.
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Depois queixem-se que a malta não compra jornais
O jornal Público fez a peça "jornalística" acerca do diagrama que encima este post, sobre as relações entre os jogadores do Sporting e Porto nas redes sociais, mais precisamente que jogadores das duas equipas tinham Twitter e desses quais seguiam os adversários nessa mesma rede. Inicialmente, de forma honesta, o jornalista refere que esta é uma réplica de um mesmo exercício feito pelo jornal Marca quanto aos jogadores do Barcelona e do Real Madrid. As conclusões tiradas para o caso português são diametralmente opostas, pois os jogadores dos dois clubes utilizam em menor escala a rede Twitter e, ainda em menor escala, estão interessados em seguirem-se no Twitter.
Tudo muito bem, até aqui, agurdamos então ansiosos pelas conclusões do jornalista sobre o resultado da análise efectuada. Preparados? Curiosos? Aqui está, a brilhante conclusão do jornalista: "Explicações para este fenómeno de aparente desinteresse por aquilo que colegas de profissão fazem procuram-se." Usar a cabeça? Contactar os futebolistas em causa? Pedir a opinião a peritos em matérias de utilização e penetração das redes sociais? Na, isso é uma trabalheira, mais vale não nos cansarmos muito porque pagam pouco e o jornal até deve estar para fechar. Um pouco mais de vergonha e de profissionalismo e o mundo em geral e o jornalismo em particular seriam um bocadinho melhores, é o que me parece.
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Como não parar?
Fotografia por Ruddy Roye
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História out of the box
Deixo aqui trechos de uma excelente e imperdível entrevista ao Expresso de Niall Ferguson, historiador escocês, estrela no firmamento dos modernos historiadores. Põe-nos a pensar, pensa out of the box e desafia-nos a pôr em causa muito daquilo que 99% dos media vão escrevendo sobre Obama, sobre o mundo, sobre os desafios que estão já aí do outro lado da porta, na página do dia seguinte. O grave disto tudo é que tenho dois livros deste senhor cá em casa e vou ter que arranjar tempo para os ler. Como dizia o eterno Sir Bobby Robson, that´s a good problem!
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Sobre aquele cantinho florido e solarengo que não se governa nem se deixa governar
Vasco Pulido Valente, hoje no jornal Público, na mouche:
"Em Portugal não é o consenso que produz prosperidade; é a prosperidade que produz consenso. Se houver evidentemente quem nos dê dinheiro.”